9°Capitulo

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Estavam sentado na grama, um barulho atrás de mim me chamou atenção, olhei e era Kaila, ela sorria, um sorriso puro e feliz.

— Aqui é lindo. — Ela sentou ao meu lado. Eu a olhava mas não conseguia falar. — Ei, fala comigo. Você não perde essa marra né? — Ela deu uma risada boa, gostosa de ouvir. — Eu estou com medo. — O sorriso não estava mais no seu rosto, agora ela aparentava ter medo. — Ele vai vim atrás de mim, você vai me proteger né? Não vai? Diz que vai. — Seus olhos se encheram de lágrimas. — Eu confio em você, não deixa eles me fazerem mal, não deixa. — Ouvi barulho de carro de aproximando. Ela agarrou no meu braço e me olhou apavorada. Agora eu ouvia passo se aproximando, e era meu pai. Ela a segurou pelos braços e a puxou com força. — Leonardo me ajuda, por favor. — Eu tentava levantar, mas eu não conseguia me mexer. Algo me prendia, me mantinha parado na mesma posição. Algo dentro de mim gritava querendo me libertar daquilo e ir ajuda-la. — Por que você não está me ajudando? Eu confiei em você. Léo, não deixa eles me levarem, por favor. — Ele botou ela dentro de um carro, eu tentava gritar, me mover mas não conseguia.

Minha visão foi ficando embaçada, senti umas mãos no meu braço, abri meus olhos de uma vez e percebi que aquilo tudo não passava de um sonho. Olhei para o lado, e Kaila me olhava assustada.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei de forma grosseira.

— Você estava gritando meu nome. — Droga! Eu não acredito nisso. 

— Você deve ter ouvido errado.

— Uma vez poderia ter sido, mas foi inúmeras vezes. — Ela disse me olhando querendo entender, o que nem eu sabia explicar. 

— Esquece, pode ir dormi. — Falei e tentei regularizar minha respiração. Eu acordei assustado, estava ofegante. 

Ela ficou me olhando mais uns segundos e saiu do quarto. 

— Mais que merda é essa Leonardo? — Falei comigo mesmo. — Que caralho. 

Fechei meus olhos tentando voltar a dormi sem ter sonhos, demorei um pouco, na realidade demorei bastante. Aquela merda de sonho não saia da minha cabeça. Hoje era dia da visita do meu pai, eu sempre gostava quando ele vinha, gostava de mostrar trabalho e que eu podia dar um orgulho para ele. Mas hoje não, estava tão animado quanto a uma pessoa que vai tirar um dente.

— Ligo para as pessoas que eu pedi? — Ele disse saindo do quarto com a Ana. — Acho que pelo menos no telefone você pode mexer né? — Quando ele queria ser irritante ele conseguia fácil. 

— Liguei. — Menti, eu nem lembrava dessa merda. — Então trate de agilizar isso logo, não aceita oferta baixa.

— Tudo bem, vou ver isso essa semana. 

— Vai ver isso hoje, — Ele disse e deu um olhada para Kaila. — não gosto de enrolação.

Fiquei quieto, porque se eu falasse sairia um palavrão e de preferência mandando ele ir tomar em um lugar que ele não gostar. Ana estava para baixo, era assim toda vez que ela ia para o quarto ele. Ele terminou de dar suas ordens, e foi embora.

— Vão se arrumar, já está quase na hora de irem. — Falei e sentei no sofá.

Elas saíram da sala e foram para o quarto. 

— Tu nem começou a ver o lance da Kaila né? — Hugo chegou perto de mim.

— Não. 

— Por que? 

— Porque eu esqueci. 

— Leonardo...

— Sem Leonardo, não começa com suas loucuras não. — Levantei e fui para meu quarto.

Essa invalidade estava me irritando. Eu não posso fazer nada, até para mijar minha costela dói. Eu odiava o fato de ficar dependo das pessoas, ficar pedindo ajuda, então no meu caso, eu morreria de dor, mas não peço ajuda à ninguém. Lembro-me que antes meus pensamentos era vazios, agora estavam preenchidos por uns olhos e aquele sonho. Sempre me disseram, bom nunca na realidade me disseram, mas já ouvi dizer que sonhos tem seus significados, mas por que eu to pensando nisso? Eu nunca acreditei nessas besteiras, não tem porque acreditar agora. Pensei em tudo que o Hugo disse, ele estava muito louco, acabei rindo ao lembrar as palavras dele. Estava deitado olhando para o teto, perdido em meus pensamentos inúteis. Ouvi um barulho de algo quebrando, fiquei parado tentando descobri da onde vinha, saí do quarto me encostei na parede e ouvi mais barulhos vindo do banheiro. Bati na porta. 

— Kaila!? — Ela continuou sem silêncio. — Eu sei que você está ai. — Bati na porta novamente. — Você não vai poder ficar ai pelo da noite.

— Você já estragou minha vida, agora me deixa. — Ela gritou de dentro do banheiro. Pela sua voz era nítido que ela estava chorando. 

— Abre aqui. — Falei calmo. — Eu não vou sair daqui até você abrir caralho.

— Então vai criar raiz ai. — Ela respondeu gritando.

— Porra garota abre isso logo, vai ser pior se eu mandar alguém arrombar isso.

— Faz o que você quiser, não me importo. — Ela falou entre o choro que estava uma desesperador, ela estava soluçando.

Eu senti algo ruim. Não sei identificar o que era, só não gostei de sentir. 

— Vou mandar alguém arrombar a porta. — Falei sério. 

Ouvi o barulho da porta destrancar. Ela abriu a porta, seu cabelo estava uma merda, sabe aquela menina do chamado? Estava muito parecida, seus olhos estavam inchados de tanto chorar, e seus pulsos estavam minando sangue.

— Mas que porra é essa? — Falei e segurei sua mão erguendo a mesma. 

— Eu não quero me prostituir, não quero me deitar com aqueles homens nojentos, eu não quero. — Ela disse e voltou a chorar.

Pela primeira vez na vida eu não sabia o que dizer. Eu estava sem reação, ela estava tremendo de tanto chorar na minha frente. A única reação que consegui ter, foi levar os pulsos dela até a pia e lavar, ela resmungou um pouco, mas ficou quieta, passei um remédio para machucado.

— Obrigada. — Ela disse em meio ao seus soluços.

— Para de chorar. — Falei sério.

— Eu só quero minha casa, quero embora daqui. — Ela disse.

— Vem, vai dormi e se acalma. 

Eu não conseguia nem me carregar, então sem condições levar ela para algum lugar. Ela foi até o quarto dela e subia na sua cama. Ela deitou e se cobriu.

— Por que estava chamando meu nome? — Ela perguntou e eu olhei para ela.

— Não era você... tive... uma ex namorada com esse nome, devia ter sonhando com ela. — Menti.

— Humm. — Ela ficou me olhando desconfiada.

— Dorme logo. — Falei impaciente.

Ela fechou os olhos novamente, e esperei uns minutos até ela dormi. Não sei porque eu fiquei esperando, mas fiquei ali, parado que nem um banana, vendo ela dormi. Percebi que sua respiração ficou mais pesada, obviamente ela havia dormido. Saí do quarto sem fazer barulho e fui para o meu. 

Entao entraram com o pe direito neste novo ano?? Vcs ja sao mais a comentar mas queria ad mais pq em cada capitulo tem maximo 2-3 pessoas a comentar quando +/- 40 pessoas acompanham !!

P.S. Ja viram q ja estou no lugar 816 nas historias de romance, tudo gracas a vcs ;) <3 

Proibida para mimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora