Quando morrer talvez comece a viver

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Quando criança adorava dançar
Dançava na festa em casa na rua
Na beira do rio até nu
Na chuva que molhava
-Cresci e parei de dançar
Quando percebi que todo mundo olhava
O chão se tornou embaraçado demais para dançar
Movia-se quando tentasse bailar

Quando criança adorava cantar
Cantava no jardim na escola na rua
Cantava ao sol as flores e a lua
Cantava sonhos poesias e amores
-Cresci e não cantava mais
Todo mundo ria
Ria-se da minha voz dos meus poemas
Debochavam até do meu amor
Prometendo muita dor se me aventurasse
A fazer adorações serenatas ao luar.

Quando criança adorava desenhar
Pintava o sol a paisagem e os sapos
Mas quando cresci parei
Disseram que não tinha talento
Meus desenhos feios demais
Minhas paisagens sem sentido
Minha Imaginação demasiado esquisita.
Quando criança adorava sonhar
Sonhava em ser cientista superman e astronauta
-Quando cresci deixei de sonhar porque disseram que os meus sonhos eram grandes demais
-Quando tentei sonhar outra vez
Sonhei em ser professor policia escritor
Mas disseram que os meus sonhos eram pequenos demais
Até que decidi não sonhar mais

Quando criança adorava viver
Vivia todos os dias e todos os dias me viviam me sentiam e me abriam
Vivia duas vezes ao dia, duas vezes de noite
Vivia muitos dias num só dia
Mas hoje parei de viver
Me disseram que viver era infantil
Que a vida era mais do que ser feliz
E sim sobre ir a escola trabalhar, construir uma família, envelhecer e morrer
Hoje decidi não viver mais
Decidi terminar a escola, depois trabalhar e ter uma familia
Talvez viva , cante, dance,pinte sonhe e ria depois de morrer

A gota que completa o oceanoOn viuen les histories. Descobreix ara