Décimo quarto capítulo

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- Faremos um combinado, ofereço duas músicas, em troca recebo uma bebida de minha preferência - disse Emma bem vestida diante do homem que aparentemente era o dono do Pub.

- Geralmente eu não negocio com mulheres, mas como sou um bom homem... E o pagamento me parece justo. O piano é seu esta noite - disse Arthur aparentemente bêbado, mas ainda assim contagiado pela coragem da moça.

Emma arrumou o vestido enquanto se sentava no banco diante do piano. Passou os dedos delicadamente pelos longos teclados conectando-se ao instrumento, e como prometido as duas músicas conquistaram as pessoas à volta, que dançavam e se envolviam ao som da voz da moça ponderando o piano.

- Espero que esse Whisky não estrague sua voz - disse uma figura masculina sentado ao lado da pianista, cujo destino seria o responsável por noites seguidas de prazer e aventura. Emma tinha sido absorvida ao espírito de Birmingham.

***

(Presente)

Emma e Nancy chegaram ao The Garrison Pub juntas de braços entrelaçados, rindo uma da outra pela coragem de se aventurar pela noite. Nancy se sentia viva novamente graças à Emma, que lhe fizera uma maquiagem e ajeitou seus cabelos revoltos em um penteado improvisado. Duas mulheres desfrutando da noite fresca em Birmingham.

- Arthur, encontro-o duas vezes na mesma semana. Eu diria que estou começando a me acostumar - disse Emma sorrindo, e Arthur voltou a atenção para a bela dama na companhia de Emma.

- Qual vai ser o pedido, ou devo propor algo para as moças? - disse Arthur ainda vidrado em Nancy que sentia suas veias incendiarem. Seria o flerte descarado que Arthur lhe lançava com um olhar sem-vergonha?

- Duas músicas em troca de duas bebidas de minha preferência - disse Emma nostálgica e recebendo o olhar de Arthur, ele entendeu a referência. Talvez estivesse sóbrio desta vez.

Emma se direcionou ao piano e sutilmente olhava para o local em que conheceu Thomas, mas ele não estava lá. Então Emma entendeu que as coisas não acontecem duas vezes da mesma maneira. A voz não lhe abandonou até o fim das músicas, mas depois da apresentação não quis falar mais que o necessário.

Arthur estava realmente interessado em Nancy, e era nítido que ela também estava. Emma sentiu-se feliz porque pelo menos a amiga tinha ganhado a noite. Mas o que surpreendeu Emma foi Jonathan Campbell que caminhava em sua direção.

- Desculpe, mas preciso dizer que você é muito talentosa. Expressa tão bem suas emoções por meio do instrumento.

- Professor, acabou de descobrir meu único segredo.

- Achei que já tinha deixado a formalidade no passado. Apenas Jonathan, Emma, por favor.

- Um drink pela casualidade? - disse Emma dando espaço para Jonathan se juntar a ela. - Deixe-me pensar, professores também frequentam Pubs?

- Meu habitat natural é uma boa cafeteria, mas de vez em quando temos que frequentar novos ares - comentou fazendo Emma rir de algo tão simples.

- Acho que a cafeína seria a melhor opção para essa noite... Este Whisky está acabando com meus neurônios - disse Emma embarcando em uma conversa aconchegante com Jonathan e levantando muitos questionamentos das reais intenções de Jonathan com Emma na cabeça de Arthur.

"Ah se Thomas estivesse na cidade", pensava Arthur. "Este jornalistazinho não teria a audácia de chegar perto da mulher de seu irmão", mas Arthur, como sempre estourado e maníaco, não deixaria isso mal resolvido. Foi conduzindo a noite na adorável companhia de Nancy e no final esperou a distração de Emma e de Nancy para dar um corretivo no periodista.

Arthur e John cercaram Jonathan na rua escura, apenas a pouca luz dos postes iluminava a noite. John sempre passivo e calmo observava o irmão mais velho Arthur empurrar Jonathan no chão pedregoso da rua.

- Acha mesmo que somos idiotas? Por que está rondando a Emma, quer tirar alguma informação dela sobre nós? - começou John sem partir para a agressão.

- Do que está falando, senhor? - disse Jonathan ainda no chão, suas mãos arranhadas pela falta do asfalto, e logo recebeu um chute doloroso de Arthur, que não tinha a mesma paciência de John.

- Sabe com quem está falando? Com a por** dos Peaky Blinders - disse Arthur alucinado, o homem tinha grandes problemas de agressividade e, antes mesmo de chegar ao ponto de matar Jonathan, foi impedido por John.

- Já chega, Arthur, ele já entendeu o recado - disse John tirando o irmão de cima de Jonathan que se defendeu bravamente, mas tão mais machucado que o Shelby.

- Eu sou um bom homem, sou um bom homem... - continuava agarrado ao irmão, Arthur sofria com os traumas da guerra.


(Espero do fundo do coração que tenham gostado❤️ beijooos)

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