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Anne:

  Eram 14h quando eu deixei o apartamento de Blythe e peguei um Uber até a minha antiga casa. Durante o caminho fiquei repetindo o que eu iria falar para Marilla e provavelmente o motorista deve ter achado que eu era uma maluca falando sozinha. Ao chegar na casa toquei a campainha três vezes e finalmente Marilla atendeu, ela estava usando um dos seus inúmeros vestidos marrons e como de costume seu cabelo estava preso. Ficamos olhando uma para outra até enfim eu quebrar o silêncio.

Anne:
  - quero conversar, posso entrar?

Marilla:
  - entre.

     Quando entrei na sala, minha tia se sentou em sua poltrona, mas eu preferir ficar em pé.

Anne:
  - Quero pedir perdão pelo meu comportamento, falta de educação...tudo que eu vejo que fiz de errado. Principalmente por ter mentido.

Marilla:
  - ele falou para você vir aqui,certo?

Anne:
  - ele quem?

Marilla:
  - Matthew.

Anne:
  - eu reconheço os meus erros, Marilla. Não sei se irá me perdoar, mas eu não posso guardar rancores.

Marilla:
  - Matthew me disse tudo, Anne.

Anne:
  - não acredito, Matthew não tem prega na língua!

Marilla:
  - ele já sabia que você só iria aparecer para pedir o meu perdão.

Anne:
  - naquele dia eu iria te explicar, mas você não permitiu.

Marilla:
  - eu te perdôo, e também preciso me desculpar por não ter dado ouvidos,Anne.

Anne:
  - não guardarei mágoa de ti, Marilla.

Marilla:
  - já faz um tempo até você está longe, onde está morando?

Anne:
  - com o Gilbert, mas pretendo encontrar um novo lugar. E não, não irei morar aqui novamente.

Marilla:
  - bom, foi muito bom você ter vindo. Mas melhor ir para....enfim.

Anne:
  - nossa relação será assim Marilla?  Simplesmente agirmos como duas desconhecidas?

Marilla:
  - sim, eu estou em uma idade muito delicada e você foi um fardo.

Anne:
  - eu fui? Marilla....e - eu, quer saber eu não deveria ter vindo, mas eu fiz isso pelo Matthew e você deveria tentar me compreender pelo menos.

Marilla:
  - Matthew sempre passou a mão em sua cabeça, Anne. Eu não sou assim,nunca serei.

Anne:
  - desejo que você seja feliz. E eu não esperava ter que ouvir que eu era um fardo. Palavras machucam, Marilla.

Marrila:
  - pessoas também. Eu te acompanho até a porta.

     Quando sair, liguei para Blythe que provavelmente demorou dez minutos para chegar. Entrei em seu carro e durante o caminho permaneci em silêncio.eu queria gritar e afogar as lágrimas em um travesseiro, Gilbert tentou puxar assunto comigo, mas foi em vão. Quando chegamos no apartamento subi rapidamente para o quarto e me joguei na cama, fiquei longos minutos olhando para o teto e logo depois Gilbert apareceu deitando ao meu lado.

Gilbert:
  - você quer contar o que aconteceu?
  ( Ele fala colocando o meu rosto em seu peito e deixando os seus braços em volta do meu corpo como se estivesse me protegendo)

Anne:
  - eu perdi perdão.

Gilbert:
  - você fez a sua parte, e ela?

Anne:
  - disse que era um fardo... marilla, nunca me amou.

Gilbert:
  - eu sinto muito.

Anne:
  - você é o que tem menos culpa, Blythe.

Gilbert:
  - anh...eu não sou muito bom em consolar as pessoas, mas....a gente não ia te ajudar com o tal do vestido?

Anne:
  - eu vou falar para Diana me ajudar quando der. Hoje eu só quero passar o dia chorando.

Gilbert:
  - eu sei que eu devo respeitar o seu espaço,mas não gosto  de te vê triste, Anne.

Anne:
  - nem eu gosto da minha versão triste, Blythe.

Hot Teacher | concluídaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora