01.

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Talvez eu seja uma completa sociopata, mas eu soube que me casaria com Sebastian Grant Crawford assim que pus meus olhos nele pela primeira vez

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Talvez eu seja uma completa sociopata, mas eu soube que me casaria com Sebastian Grant Crawford assim que pus meus olhos nele pela primeira vez.

Foi instantâneo.

Eu nunca acreditei em amor a primeira vista, mas a minha opinião mudou depois daquela noite.

Eu não sei o que eu vi nele naquele momento no posto além da beleza óbvia. Mas tinha algo a mais. Algo especial.

E eu soube instantaneamente que ali era o fim.

— Como estão seus pais, Harriet? — pergunta o senhor Crawford.

Estamos no funeral do irmão mais novo dele.

Sempre odiei funerais; não fui nem ao do meu avô ano passado. Mas isso parece ser importante para a família do meu namorado. E contando que estamos namorando já tem quase três anos, achei fundamental estar aqui.

E eu genuinamente gostava de Julian Crawford. Era um bom homem. Gentil e sempre muito legal comigo. E novo.

Teve um ataque cardíaco duas noites atrás. Ficou mais de doze horas morto em sua casa, até encontrarem o corpo. Ele estava caído em sua garagem, sua área de trabalho particular. Estava no meio de vários pedaços de madeira. Disseram que ele estava mexendo com algum projeto quando seu coração resolveu o deixar na mão.

É deprimente vê-lo no caixão.

Acho estranho esse lance de festejar a morte de alguém. E esse me parece ser o intuito de um velório.

A bebida, os salgadinhos, as conversas superficiais com as outras pessoas... É tudo muito desconfortável na minha opinião.

— Eles estão bem. Ficaram muito tristes por não poderem vir.

Eu costumo dizer muito isso. Meus pais são muito ocupados; suas agendas são complexas e intensas. Eles raramente comparecem a eventos. Nem mesmo quando se trata de um velório.

— Claro, entendo completamente. Os dois estão ocupados salvando vidas — ele diz, abrindo um pequeno sorriso, porém sincero e compreensivo.

Não exatamente, penso. Minha mãe está, mas meu pai é cirurgião plástico, o que quer dizer que ele está mudando o tamanho do sutiã de mulheres do 36 para o 44, mas assinto e sorrio de volta de qualquer forma.

— Só um minuto, Harriet — ele diz, com os olhos na porta de entrada. — Meus primos acabaram de chegar.

Eu me viro e vejo que de fato há dois homens na mesma faixa de idade passando pela porta.

— Claro, claro. Vá em frente — eu digo, fazendo um aceno meio esbaforido com a mão.

Ele me lança um último sorriso educado e se afasta.

Parece bem, apesar da morte do irmão. Há olheiras sutis abaixo de seus olhos e sua expressão está um pouco mais vazia, mas Ezra Crawford é um homem controlado demais. Alto e de ombros largos, e um bigode grosso que está ficando grisalho, mas que lhe cai muito bem.

Ele aparenta estar lidando melhor com essa perda do que a esposa, Helena. Acho que nem ao sepultamento ela vai.

Não cresci rodeada por religião. Meus pais são da ciência e isso acabou me deixando bem cética em relação a certas coisas. Obviamente não tenho como ter certeza, mas acredito que, quando morremos, acabou. Realmente acho que não faz muita diferença para o morto quem está no seu próprio velório ou não. Então eu realmente entendo. Se não fosse pelo meu namorado, eu também não estaria aqui.

Pensando nele, procuro ao redor, mas sou distraída com as mesas de comida e tenho a súbita vontade de comer uma besteira deliciosa.

Atravesso o salão a caminho do banquete enquanto tento ignorar a dor em meus pés. Decidi que seria uma ótima ideia usar saltos novos para a ocasião.

Agora, toda vez que faço uma careta de dor, algum convidado vem compartilhar os pêsames em relação ao falecido, acreditando que essa é a razão de toda o meu desespero.

Sou capaz de sentir as bolhas se formando.

Tento não mancar até a mesa onde se encontram os doces.

A felicidade que enche o meu peito ao ver a comida chega a ser embaraçosa pelo fato de eu estar em um velório.

Eu me decido por onde vou começar e abandono o meu patético copo de suco de uva pela metade. Queria poder dizer que preferia que fosse vinho, mas detesto álcool. Simplesmente não suporto o gosto. Para falar a verdade, tenho o paladar de um criança de sete anos de idade. Sou absolutamente apaixonada por todo tipo de doce: bolos, sorvete, brownies, donuts.

— Harriet — alguém diz, se aproximando.

Mas estou muito concentrada e levo um susto, engasgando no meu quarto docinho de chocolate. Tusso algumas vezes e pisco para o meu namorado, que agora se encontra ao meu lado.

— Ah, é você! — Eu sorrio, devolvendo o quinto docinho que estava em minha mão, pronto para ser devorado, para a mesa. — Estava te procurando. Nossa, isso aqui tá uma deli... — começo, com a boca ainda cheia, mas então, quando olho bem em seus olhos escuros, calo-me.

Há algo errado. Parece preocupação ou talvez choque. Mas está em toda parte do seu rosto.

— O que foi? — eu pergunto devagar, parando de mastigar.

Ele suspira com força enquanto tem os olhos fixados nos meus.

— Ele veio. Ele realmente veio. — ele reforça, acredito que mais para si mesmo do que para mim.

E no fundo, eu acho que instantaneamente sei do que está falando.

De quem está falando.

Mas por alguma razão, eu preciso da confirmação.

— Quem? — a pergunta sai na forma de um murmuro doloroso.

Corey finalmente pisca.

— Meu irmão está aqui.

Eu termino de engolir o doce com certa dificuldade e viro o meu corpo em direção a entrada.

Porque eu posso sentir. É pesado.

E lá está ele, entre um mar de olhos curiosos como se fosse algum tipo de ser místico.

É Sebastian Grant Crawford em toda a sua controvérsia e enigmática glória.


E aí, galera???? Animados? Curiosos? 

Não esqueçam de votar nos capítulos. Vejo vocês na quarta!

 XOXO

 XOXO

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Esquecendo SebastianOnde as histórias ganham vida. Descobre agora