Capítulo 8

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Cheguei á escola com Liam, mas como sempre ele seguiu um caminho diferente do meu. Cheguei á sala dos professores e logo encontrei a Cláudia, com quem falei por alguns minutos sobre a turma que tínhamos em comum, trocamos impressões sobre alguns alunos e ela tinha a mesma opinião que eu em quase todos os aspetos, a conversa com a Cláudia é interrompida com o vibrar do meu telefone que indicava que estava a receber uma chamada, quando vi que quem me ligava era a minha mãe, disse para Cláudia:

- Desculpa, vou ter de atender. – Ela assentiu e eu saí da sala dos professores indo para um sitio mais isolado.

Atendo a chamada.

- Bom dia filho! Onde estás? – Fala com felicidade, como sempre.

- Olá mãe, estou a morrer de saudades suas! – Disse. – Estou na escola, vou ter duas aulas.

- Ah então vejo que está tudo a correr bem. Fico feliz por ti, tu mereces.

- Obrigado mãe, mas qual era o real motivo da chamada? – Questiono desconfiado.

- Acabei de chegar a Portugal! Já coloquei as minhas malas na nossa casa e vou fazer uma surpresa ao Diego na empresa.

- Que bom, eu saio antes do almoço se quiser almoçamos os três juntos. – Falo feliz por finalmente poder ter um almoço de família.

- Sim, foi exatamente por isso que te liguei! – Diz a minha mãe.

- Ok, então estamos combinados mãe. Agora tenho de desligar que falta pouco para as aulas começarem.

- Tudo bem filho. Bom trabalho.

- Obrigado mãe. Até mais tarde. – Despedi-me e desliguei a chamada.

Comecei a andar até á sala dos professores para pegar a minha mala e ir para a sala e senti-me observado e fiquei intrigado e tentei encontrar o par de olhos que me observava, e encontrei o Liam a falar com um rapaz e de vez em quando desviava o olhar para mim, quando reparou que eu o encarei deu um sorriso que foi retribuído por mim.

Deu o toque e fui para a sala da minha turma de 10º ano e comecei a distribuir os testes pelas mesas e os alunos começaram a chegar e a sentarem-se, e antes de começarem a fazer o teste digo:

- Façam o vosso melhor, o tempo chega e sobra para rever uma ou duas vezes, por isso tenha calma. E não copiem, eu posso ser amigável, mas se tiver que anular o teste a alguém eu anulo sem problemas, ou melhor, os problemas são vossos. Podem começar. – Todos começaram e eu fiquei encostado a uma mesa que ficava no fundo e na ponta da sala, dando-me uma melhor visão dos alunos e diminuindo as chances de copiar.

Pareciam todos, ou quase todos, nervosos, mas creio que é normal.

O tempo acabou e recolhi todos os testes, felizmente, ninguém copiou ou se copiou eu não dei conta, e também ninguém ficou aflito com o tempo o que me fez ficar orgulhoso por ter sido o primeiro teste que faço para uma turma e perceber que estava equilibrado.

Fui rapidamente para a outra sala e aproveitei para distribuir todos os testes pelas mesas. O intervalo acabou e os alunos entraram, muitos mostraram-se surpresos, mas o Liam e mais umas 3 raparigas, que eu já tinha reparado que eram muito atentas, agiram normalmente. Ao contrário de com a turma anterior eu não tentei passar calma para os alunos, bastou dizer:

- Podem começar.

O teste decorreu e quando faltava 15 minutos para o fim, o Carlos diz:

- Isto é injusto professor Henry, para além de ser um teste surpresa é demasiado difícil.

- Só é surpresa para quem não estuda, e só é difícil para quem também não estuda. Agora silêncio que há pessoas a fazerem teste. – Ele ficou com uma cara de ódio, mas ignorei. Distraí-me a olhar para o Liam, ele estava muito concentrado e mordia levemente a ponta da caneta, o que torna aquela imagem ainda mais sexy do que o normal. Abanei a cabeça para afastar tais pensamentos e falo:

- Acabou o tempo, pousem as canetas. – Recolhi todos os testes e voltei a pronunciar-me. – Para esta semana quero que façam um trabalho de duplas, o trabalho resume-se num resumo de cada assunto abordado no teste e alguns exercícios que contenham esses assuntos, mas esses exercícios tem de ser exercícios que já saíram em exames.

Começou o barulho de pessoas a falar por cima de outras e voltei a falar:

- É assim podem ser vocês a escolher as duplas, acho que já são grandinhos o suficiente, mas tem de ser rápido. – Após ter dito isso, passaram-se 1 ou 2 minutos e comecei a perguntar as duplas, e percebi que o Liam ficou com o rapaz que estava a falar á pouco, o Hugo.

Todos saíram e para minha surpresa o Liam ficou para trás e dirigiu-se a mim.

- Vou para a casa do Hugo fazer o trabalho e devo passar a tarde lá, tudo bem? – Questionou.

- Sim, tudo bem. – Respondi, ele sorriu e eu retribuí.

Saí da escola com destino á minha antiga casa, á casa da minha mãe. Quando cheguei percebi o carro do meu irmão já estacionado.

Entro, cumprimento e dou um abraço a ambos. Almoçamos e a meio do almoço, Diego fala:

- Porquê que não trouxeste o Liam?

- Quem é o Liam? – Questiona a minha mãe. E quando iria responder, Diego responde por mim:

- É o amigo do Henry, que está a viver com ele. – A minha mãe faz uma cara de surpresa e felicidade e já sei o que me espera.

- Henry tu tens um namorado e não me disseste nada? – Engasgo-me com a água que estava a beber e quando voltei ao normal, respondi:

- O Liam, para além de ser meu aluno, é meu amigo. Precisou da minha ajuda e eu ofereci. Não somos namorados.

A minha mãe e o meu irmão olham para mim com cara de desconfiados, mas tento mudar o assunto:

- E qual é o motivo da sua vinda repentina para cá? Para além de estar conosco.

- O natal está quase a chegar e decidi que desta vez vai ser aqui, na mansão da nossa família, então tive de voltar para começar a pensar na decoração e talvez fazer uma restauração em partes da casa.

- Mas mãe, o natal é só daqui a 1 mês. – Falamos eu e Diego.

- Eu sei filhotes mas a preparação leva tempo. – Responde a minha mãe e eu reviso os olhos, é sempre assim, a minha mãe é uma pessoa que gosta de organizar todo o tipo de festas.

Mudamos de assunto e quando o almoço acabou demos um passeio por toda a mansão, e foi a primeira vez que recordei do meu pai com m sorriso e não fiquei triste, lembrei-me também de todas as brincadeiras de infância com o meu irmão. Era muita nostalgia naquele lugar.

Voltei para casa e já eram 18 horas, percebi que o Liam não estava em casa, talvez ainda estivesse em casa do Hugo.

Preparei o jantar, ou melhor aqueci uma comida que estava no congelador, e jantei, o Liam ainda não tinha voltado, presumi que ele jantou em casa do Hugo.

Preparei a minha mala e fiquei até tarde a corrigir os testes.

Fiquei até ás duas da manhã a corrigir, mas parei porque não estava a prestar muita atenção, estava preocupado com o Liam, já passava da meia-noite e ele ainda não tinha voltado e pelo que me disse iria só passar a tarde.

Deram 1 hora da manhã e desisti, ele não iria voltar para casa hoje e cresceu um sentimento de vazio misturado com raiva dentro de mim, talvez por ele não me ter avisado, mas ele é bem grandinho por isso deitei-me na cama e adormeci.


***

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Henry Paterson.

O Amor proibido  (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora