Capítulo 6

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NÃO REVISADO!

Dianne

O dia estava se arrastando. Era terrível saber que eu ficaria seis dias sem ver o Adan. Questionava-me quando essa situação toda iria mudar. Estava muito apaixonada e isso era ruim, em partes.

Ele havia pedido minha ajuda para conseguir encerra sua história com Estela. Eu o entendia. Era difícil. Eles estiveram um ao lado do outro por anos. Na cabeça de Adan ele tinha uma dívida eterna com ela, disse que sentia que a devia tudo por estar ali com seu apoio. Talvez achasse injusto colocá-la para fora de sua vida, logo agora que vivia o ápice de sua carreira política.

Adan havia saído da pobreza extrema. Ele e seus outros três irmãos foram criados somente por sua mãe. O pai nunca foi presente. Sua história era admirável. Ele trabalhava desde os treze anos. Cursou a faculdade graças a uma bolsa de estudos. Formou-se com honras. Desde sua formatura entrou para política e começou a fazer sua história, deixar sua marca no mundo.

Ficou conhecido como o bom candidato, que ajudou milhares de pessoas necessitadas. Era um homem justo. Teve o poder do povo para ganhar sua última eleição. Sua caminhada até a Presidência do país não foi fácil. Foi perseguido e humilhado. Levou muitas rasteiras. Muitos se aproveitaram dele e de sua boa imagem. E Estela, por sua vez, estava sempre ao seu lado. Sempre!

A mulher era responsável por organizar centenas de projetos sociais que ganharam mais visibilidade graças a influencia política de Adan, tirando milhares de pessoas da rua e lhes dando oportunidades que foram negadas tantas vezes.

Ele poderia se separar um dia, mas a marca que ela deixava em sua vida nunca se apagaria. E seria completamente injusto e egoísta eu querer que isso acontecesse. Viveram juntos uma história de amor e luta, além de que compartilhavam a dor do luto. Eu havia perdido meus pais, mas não conseguia imaginar como era perder um filho.

Mas, honestamente, ainda não sabia como fazer o que ele esperava de mim. Como mostrá-lo que estava tudo bem seguir em frente sem ela? Como saber se ela realmente não se sentiria golpeada por Adan? Era tarde para correr. Eu já havia me enfiado nessa história e aceitado o desafio. Só me restava achar uma saída para que pudesse viver intensamente aquilo que estava decidida que queria.

***

Preparava-me para ir embora quando a porta da sala se fechou, fazendo um barulho não tão alto ecoar pela sala vazia. Adan veio até mim e abraçou-me por trás, beijando meu pescoço.

— Essa é a hora mais esperada do meu dia — disse ele.

Virei-me dependurando meus braços em seu pescoço.

— Pensei em estendermos nossa noite.

Ele sorriu mostrando os dentes alinhados e levemente amarelados. Um rastro do seu vicio em café.

— Ah, é? Como? — perguntou curioso.

— Ao invés de me levar só até a porta, hoje você poderia entrar. E então... — Aproximei minha boca de sua orelha e continuei a falar em baixo tom: — pediríamos o jantar, abriria um bom vinho e, quem sabe, relaxaríamos juntos no sofá antes de subirmos para a hidromassagem na suíte. — Mordisquei seu lóbulo. — Ou... poderíamos ir direto para minha cama e depois nos preocuparmos com a comida e o banho.

— Dianne, Dianne... — Apertou minha cintura com suas duas mãos. — É melhor irmos.

Afastei-me, sorrindo maliciosa.

— Já estou pronta.

Apanhei minha bolsa, o casaco e saímos juntos, com os dedos mínimos entrelaçados. Aquele gesto era delicado e absolutamente fofo. Amava como aquela hora da noite podíamos ao menos ter o mínimo de contato fora de um sala ou do carro. Às vezes, ficava até mais tarde somente para isso.

Querido Presidente - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now