Capítulo 3: "O fim é o princípio de tudo."

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O perfume ficou no ar após o rodopio da jovem a sua frente, qual encarou o salão com aquele sorriso de menina em um corpo de mulher. Havia um alguém cheio de vida e sonhos por baixo de toda aquela armadura. Agradeceu e encaminhou-se para o palco, antes de subir as escadas, seus olhos procuraram os dele, qual a seguiu pelo lado, parando próximo a ala reservada. O sorriso dela se moldou antes de subir a escada e desaparecer por trás cortinas vermelhas.

_ Quem é essa mulher? – Inquiriu assim que chegou até Henrique, qual riu após beber a cerveja de uma só vez.

_ É a melhor da casa! Ela escolhe, e pelo o que vi, te escolheu. – Fingiu surpresa, gargalhando. – Acho que são esses teus olhos azuis.

_ Ela só canta aqui? – Sentou-se procurando-a pelo ambiente.

_ Não, mas normalmente está na área reservada. – Indicou elevando as sobrancelhas.

_ Cara, ela canta muito bem, e aquele olhar, meu Deus, aquele olhar. – Pediu outra cerveja.

_ Honestamente, olhei para outros lugares. – Delineou um riso maldoso.

Marcos riu, apanhou a cerveja e voltou a procura-la, discretamente. Desapareceu. Uma ansiedade incomum lhe preencheu, fazendo-o beber mais. Os minutos passavam e tudo se intensificava quase que descontroladamente, ao ponto de procura-la pelo salão. Ao regressar a visão para o amigo, qual já estava acompanhado por uma mulher bastante simpática, acelerou os passos na direção dela. Apresentou-se e ofereceu uma bebida. Logo perguntando a respeito da cantora.

_ Ela vai brotar a qualquer momento e senta onde quer sentar. – Informou provocativa.

Ele agradeceu e pediu mais cerveja e surpreendeu-se com a voz imponte ao seu lado:

_ Aceito um uísque.

O homem quase tombou do banco e ao mira-la, de cabelos escuros e com um vestido acima dos joelhos, a reconheceu imediatamente. Aqueles olhos escuros, assim como o cabelo ondulado descendo pelas costas, estava sem a peruca, porém com um semblante audaz, mordiscando o lábio inferior.

_ Percebi que você tava me procurando. – Emitia um olhar intrigante.

_ Não, estava reconhecendo o ambiente. – Respondeu ele pedindo o drink. – Ficou diferente. – Apontou para o cabelo.

_ Não gostou?

_ Muito. – Respondeu de imediato. – Você... – A observava inteiramente. – É linda. Principalmente cantando. – Não sabia exatamente o porquê do nervosismo.

_ Meu hobby desde criança.

Marcos percebeu o sotaque do interior paulista e comentou de imediato perguntando há quanto tempo estava na cidade.

_ Nem muito, nem pouco tempo. – Respondeu misteriosamente apanhando o drink do garçom.

Ela não precisava fazer absolutamente nada, para manter-se sensual. E ele, engolia a seco, tentando disfarçar uma energia surreal que crescia em seu corpo.

_ É a sua primeira vez aqui. – Afirmou ela movendo o copo com os dedos delicados.

_ Na verdade é, vim com meu amigo. – Apontou.

_ Eu sei. Estava afirmando. – Foi enfática. – Reconheceria esses olhos se já tivesse visto antes. Que olhos. – Acrescentou umedecendo os lábios.

O sorriso de Marcos a fez tocar em seu queixo, ele havia desviado o olhar, porém logo foi arrebatado por aquela face absurdamente encantadora. Os dedos dela percorreram os ombros, o braço direito até chegar ao dedo anelar. Tocou na aliança.

Além do que se vê... (Em desenvolvimento)Where stories live. Discover now