Capítulo 18

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Sophie acordou de um pesadelo e sentia uma energia estranha, um poder no navio. A garota levantou e foi acordar a amiga.

- O que...- Isabel fala com a voz falhando.

- Tem algo de errado.- Sophie indicou. As duas se levantaram calçando os sapatos.

Saíram do quarto e viram os outros trancados, indicando que todas já estavam dormindo. Subiram para o convés e sentiram a energia estranha ficar mais forte, se agacharam na escada e olharam para o convés.

Os dois homens bronzeados que Isabel tinha visto mais cedo estavam no convés. O capitão, Samuel, Thomas e Grace estavam amarrados por cordas, não tinha mais ninguém no leme. Os outros piratas devem estar dormindo, cansados dos cabarés e tabernas.

- Eles viram o meu rosto na ilha.- Isabel sussurrou para a amiga.

- São da família Estival, mas nenhum deles é o líder, mas tem parte do poder dele.

- O que vamos fazer?- Isabel pergunta.

- Onde está a garota de capa preta?- um deles falou alto.

- Não sabemos de quem você está falando.- Samuel diz, Will tentava alcançar a faca escondida na sua bota sem os dois homens perceberem.

- Uma morte a mais não vai fazer diferença né?- o homem fecha a mão e Samuel começa a fazer careta e expressões de dor, depois água começa a sair de sua boca e todos olham assustados. Ele estava sendo afogado.

Isabel começou a sentir as sombras subirem na sua mão direita e se tornarem mais sólidas, a garota olhou e viu que parecia uma espécie de chicote.

- Eles me querem, vou distrair um e você tenta soltar os quatro. Qualquer coisa você usa os seus poderes.

- O que você vai fazer?- Isabel escondeu a mão atrás das costas e subiu mais alguns degraus.

- Deixa eles em paz!- todos olham para Isabel, o homem afrouxa o aperto da mão, Samuel gospe água e tosse violentamente.

Isabel levantou o chicote feito de sombras e a ponta esticou até se enroscar no tornozelo esquerdo do homem, Izzy deu um puxão fazendo ele cair batendo as costas no chão e o puxou para sua direção, arrastando até embaixo do convés .

Sophie subiu indo na direção dos piratas, mas foi atacada pelo outro homem. A mesma tentou usar o fogo das velhas, mas jatos de água apagaram as mesmas deixando o navio em um breu total, porém a garota estala os dedos fazendo as chamas voltarem.

Isabel largou o homem e deu uma chicotada na cara do mesmo quando ele tentou se levantar, a garota correu e colocou o pé no peito do homem.

- O que vocês querem comigo?- ela diz com a voz séria e colocando mais pressão sob o peito do homem.

- Sua família morreu....vocês são monstros, só falta você para a família ficar completa no inferno.

- Tem certeza que eu sou o monstro aqui?

A garota sentiu algo molhado e gelado passar por sua cintura, olhou e era uma espécie de corda feita de água. O homem arrancou o chicote da mão de Isabel e ela foi puxada brutalmente. Um grito agudo da garota ecoou pelo navio, viu Sophie presa dentro de uma bola de água e o homem ainda no convés era o que controlava a corda.

Ele fez um movimento com a mão e a corda puxou Isabel para fora do navio, a garota gritou durante a queda e puxou o ar segundos antes de seu corpo colidir na água salgada do mar. Ela era puxada até o fundo, se debatia tentando de tudo para se soltar daquela corda, peixes se afastavam conforme a garota caia até seu corpo colidir com a areia do fundo.

A corda parecia prender na areia impedindo Isabel de sair, as sombras no mar tentavam ajudar sua senhora mas não estava dando certo. A água estava gelada e o ar estava acabando, Isabel quis chorar enquanto colocava suas mãos na areia. Viu o navio se afastando e ela ficando para trás, abriu a boca e água entrou na mesma fazendo ela engasgar.

Porém, talvez a tal deusa Liand tivesse escutado suas orações, Isabel estava prestes a desmaiar quando sentiu a corda se desfazer da sua cintura e uma bolha de água se formar envolta a puxando para cima. Ainda dentro da bolha saiu do mar, então ela estourou quando Isabel estava no convés.

Seu corpo caiu deitado no mesmo enquanto a garota tossia e vomitava litros de água, agradecendo a qualquer deus ou deusa que existisse. Sentiu mãos nos seus ombros tentando aquecê-la, uma brisa gelada passava pelo navio, as mãos fizeram Isabel se levantar, sentindo as pernas falharem um pouco.

Depois sentiu algo ser depositado nos seus ombros, era um sobretudo, olhou para trás com os dentes tremendo e viu que era William. Seu rosto estava sem expressão, Isabel não queria pensar nisso agora.

Olhou para frente e viu Thomas ajudando Sophie a se levantar, também viu os dois homens ajoelhados, com as mãos para trás e cabeças baixas. No meio deles havia um terceiro homem dando um sermão, ele tinha pele escura, olhos azuis bem claros diferentes do de Will que eram um azul intenso e quase escuro, cabelos curtos castanhos e usava roupas elegantes.

" Com certeza faz parte da nobreza." Isabel pensou, as mãos de Will ainda tentavam aquecê-la.

Sophie foi para o lado da amiga vendo se ela estava bem e Isabel apenas assentiu, as duas estavam bem.

- Aquele é Aron, Senhor da água. Líder da família Estival.- o homem nobre andou na direção das duas.

- Mil perdões, senhoras.- ele fez uma reverência para as duas.- Eles são novos membros da minha família, acreditam em qualquer coisa que os outros bruxos dizem.- ele olhou para Isabel.- Eu nunca fiz ou faria algum mal para sua família, sinto muito pelos seus pais.

- Tudo bem.- Isabel diz com a voz falhando.

- Vou dar uma punição merecida para os dois, perdão mais uma vez. Melhor irmos, não queremos incomodar mais. Senhora do fogo.- beijou a mão de Sophie.- Senhora da escuridão.- Beijou a mão de Isabel.- Capitão Kira.- Aron fez um gesto com a mão tirando um chapéu invisível olhando para Will.

Ele se afastou indo na direção dos outros dois homens e os três desapareceram.

- Izzy, você tem que apagar a memória deles.- Sophie diz e o capitão se afastou. Isabel olhou para Grace que ajudava Samuel, Thomas que estava atrás de Sophie.

- Não vou arriscar Sophie, eu nunca apaguei a mente de ninguém, não quero correr o risco de matá-los.- Isabel disse a amiga e depois se virou para o capitão, sua feição estava séria. A garota tirou o sobretudo dos ombros e devolveu ao garota.- Se vai me matar, me mate amanhã.

A garota se virou e correu para o quarto querendo sua cama fria.

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