Uma Visita Inesperada

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– Você tem certeza, Thomas? – Marlene perguntou pela quarta vez. – Está tudo bem mesmo?

– Sim, mãe. Só estou com sono. – Thomas disse, esperando que seu sorriso fosse o bastante para finalizar a conversa. – Eu vou dormir.

– Já escovou os dentes?

– Já. – Respondeu na entrada do quarto. – Boa noite!

– Boa noite!

Ele fechou a porta e se jogou na cama.

Já era tarde. Thomas se sentia tão cansado.

Estava esperava que, depois de comer o delicioso espaguete de sua mãe, se sentiria revigorado, mas, não. Ele nem sabia por que estava tão cansado, mas pelo menos isso queria dizer que ia dormir com mais facilidade.

Ou talvez não.

Thomas fechou os olhos e o poema retornou, recitando a si mesmo entre seus ouvidos e o fazendo rolar na cama.

Thomas abriu os olhos e notou que não estava mais em sua cama. Ótimo, estava sonhando.

O mundo ao seu redor era escuro, com pequenos pontos de luz cá e lá; era como estar no espaço sideral. O poema ecoava como se aquele fosse o salão de uma igreja vazia, mas ele estava sozinho. Thomas respirou fundo, o máximo que podia, já que sentia como se não tivesse pulmões, nem um corpo.

De repente, um peso caiu sobre seus ombros e Thomas sentiu que não estava mais sozinho. Uma presença, parecida com a que ele sentia quando estava acordado, estava ali com ele. Mas essa era diferente. Era pesada e não parecia amigável.

Ele se virou para ver quem tinha aparecido.

Era uma coisa estranha, parecia não ter corpo, assim como ele; a única coisa que dava para ver era um objeto flutuando no meio do nada. Uma máscara. A mesma máscara que Thomas tinha desenhado mais cedo naquele dia. A forma da máscara mudou devagar, as pontas de baixo se esticando como presas pontiagudas em uma boca que não existia. Thomas tremeu com a visão.

O mundo à sua volta se moveu e ele entendeu o que estava acontecendo. O estranho estava se movendo em sua direção e rápido!

Thomas deu as costas para o objeto e correu como podia, sentindo como se lutasse contra a correnteza de um mar sem fim. O poema continuava sendo cantado em seus ouvidos e a criatura continuava a seus calcanhares.

Uma luz acendeu ao longe com um som estranho. Era mais forte que as "estrelas" e tão estranhamente aconchegante que Thomas só queria se jogar nela. Mas não importava o quanto ele nadasse, a luz sempre estava longe e a criatura cada vez mais perto.

Um peso enorme se lançou contra suas costas. Foi tão de repente! Thomas perdeu o equilíbrio mesmo sem chão e a luz se afastou como um cometa, o mergulhando na escuridão.

Thomas abriu os olhos e a escuridão continuava ali, até que ele conseguiu ver a forma de seu criado mudo e do guarda roupa.

Ele respirou fundo, sentindo pulmões e peito se moverem.

Estava acordado – não estava? – e de volta ao quarto – era mesmo seu quarto? Sim, estava a salvo. E tinha alguém o empurrando... Já era hora de acordar?

– Mais cinco minutos, mãe... – Reclamou sem virar, fechando os olhos e se remexendo. Mas os empurrões não cessaram. – Ai! Está bem... – Ele reclamou, finalmente se sentando.

Mas, fosse quem fosse que estava ali com ele, com certeza não era sua mãe. Principalmente com aqueles olhos escuros.

Thomas arfou surpreso, segurando um grito. Ele se afastou, esticando a mão para o criado-mudo, mas agarrando o nada...

A Saga do Destino livro 1 - A Chave ElementalTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang