CAPÍTULO 3

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A N D R E W

Na sexta-feira, cheguei ao hospital todo sorrisos, por imaginar que encontraria Bella para um café. O que não aconteceu, e ainda me deixou preocupado quando soube que a chuva que ela tomou no início da semana, lhe rendeu um enorme resfriado.

Quando sai do hospital não pensei duas vezes antes de ir a farmácia, e comprar alguns remédios para ajudá-la na recuperação, e parti na maior cara de pau para sua casa, na qual logo fui recebido.

Acho que sou tão lindo, que a bonequinha deu pane no sistema

Sei, péssima hora para fazer piada, porém não resisto, é mais forte que eu.

Coloquei a pequena ruiva no chuveiro, e vi em seus olhos o quanto ela queria me xingar. Após deixá-la aparentemente mais ativa, fui preparar um chá, enquanto ela iria se secar e se vestir.

Pergunta aleatória; como alguém consegui ficar bonita com o rosto avermelhado, usando um moletom que deve ser no mínimo uns 3 números maior que seu corpo magro? Não sei, mas a Bella fica muito bonita de qualquer forma.

Soube que ela é uma péssima cozinheira, que gosta de séries e livro como eu, amei conhecer um pouco mais sobre a misteriosa garota.

Quando já estávamos alimentados e relaxados, fui invasivo ao abraçá-la e acabei assustando a mesma. Me senti extremamente envergonhado. Ela se distanciou ficando do lado oposto do sofá, mas continuou o assunto, tentando demonstrar que não havia afetado.

— Não estou dando spoiler, estou comentando a notícia que vi a alguns dias. — Justifica dando um sorriso calmo.

— Resumindo, deu um spoiler de um spoiler. — Insisti e ela acabou rindo.

Continuamos assistindo, e ela acabou dormindo toda torta sobre o braço do sofá. Peguei ela nos meus braços, e a mesma se aninhou no meu peito enquanto levava ela ao seu quarto, parei um segundo e observei o quanto ela é perfeita. Deitei-a na cama, e arrumei deixando a mesma confortável, após verificar sua temperatura.

Fico um tempo ao seu lado na cama, não queria deixá-la sozinha, todavia não quero invadir sua privacidade, me alto convidando a dormir com ela.

Levanto-me e vou ao seu closet pegar mais uma coberta para a deixá-la mais confortável. Atrapalhado como sou, deixo cair uma caixa espalhando algumas fotos pelo chão, ao juntar não posso evitar em reparar que todas são de uma menininha ruiva como a Bella, que também a acompanha em algumas, sorrindo amorosa para a pequena. Em algumas fotos a menina está com alguns aparelhos espalhados pelo corpo pequeno, o que me faz ter um aperto no peito, ao imaginar o que essa garotinha seria da Bella, o quanto importante a mesma era. 

O que a pequena ruiva já passou, para ser tão solitária?

Após arrumar a bagunça que fiz, volto ao quarto encontrando uma cena no mínimo desesperadora. Bella não tem mais seu sono tranquilo, e se debate sobre a cama.

— Não por favor... não... — ela chora tremendo, em completo desespero.

— Acorda bonequinha, estou aqui. — Tento chamar sua atenção.

Seu desespero é tão grande, que tenho minhas dúvidas, se é apenas delírio da febre, que já não é tão presente.

Ela continua a se debater, e abraço seu corpo tentando controlar seus impulsos e evitar que ela caia. Quando seus olhos finalmente abriram, ela me encarou em pânico, e tentou se desvencilhar de mim, dando socos fracos até parar, restando apenas soluços quase inaudíveis.

— Calma pequena, não vou te fazer mal. — embalo seu corpo e trêmulo contra o meu. — shiii... — cantarolei uma música baixinha, enquanto a ninava, até seus soluços e seus tremores diminuir.

Ela parecia tão pequena e desprotegida, que meu coração se apertou, e o que eu mais quis foi cuidar da pequena garota. Sei que pela idade ela já é uma mulher adulta, entretanto ela parece apenas uma menina indefesa nesse momento.

— Está dormindo bonequinha? — toquei seu rosto ainda úmido, e ela negou.

— Não Dr. Grandão. — respondeu parecendo está em um universo paralelo, e parei absorvendo o apelido que ela me deu.

— Que conversar? Você estava desesperada. — Pergunto ainda mantendo ela abraçada a mim.

— Foi apenas um pesadelo. Desculpe ter preocupado você. — pediu baixinho.

— Não foi nada. Quando quiser falar, sou bom ouvinte e velho o bastante para conselhos. — Aviso e ela apenas assente.

— Obrigado. Vai dormir aqui? — questiona apreensiva.

— Você quer? — pergunto sem entender se ela quer que eu fique ou vá.

— Não, pode ir para casa eu vou ficar bem.  — Disse de forma firme.

— Está me expulsando bonequinha? — minha voz sai um pouco desapontada.

A forma fria que ela se dirigiu a mim, me fez se sentir estranho. Sei que acabamos de nós conhecer, mas queria cuidar, ou apenas fazê-la companhia durante está noite.

— Não, Dr. Grandão... desculpe S.r. Andrews, e que é melhor ir, já estou bem melhor. — explicou-se, embolando com as palavras.

Ela fechou os olhos por um instante, e inspirou profundamente a manta azul que eu havia trazido, e vi uma lágrima deslizar por seu rosto. Entendi que ela queria ficar sozinha, e enfrenta seus próprios demônios.

— Vou deixar meu número no seu telefone, não hesite em ligar a qualquer hora. Amanhã é minha folga, venho aqui ver como está. — Prometo me sentindo mal, por deixá-la sozinha.

— Não precisa. Vou ficar inacessível esse final de semana, mas não se preocupe, segunda nos vemos no hospital. — Garantiu de forma fria.

— Boa noite bonequinha. — Desejo dando um beijo na sua testa.

— Boa noite Andrews, obrigado por cuidar de mim. — Agradece se aconchegando mais ao travesseiro.

— Cuidarei sempre que precisar. — Garanto sincero e ela me encara antes de assentir.

Vou a cozinha, e arrumo a bagunça do jantar. Estou me sentindo angustiado por deixá-la sozinha, mas realmente sei que não devo impor minha presença sem sua permissão. Após dar uma breve olhada na ruiva que parecia calma entre os lençóis, vou para minha casa sem esquecer da mesma por nem um instante.

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QUERIDA BELLA ✓ (Completo Na Amazon)Where stories live. Discover now