Dívida Criminal - adaptação noany

Capítulo 27

Três dias, três noites que eu não conseguia dormir, que eu não conseguia pregar os olhos, ninguém na verdade. Desde o ocorrido a casa estava simplesmente silenciosa, eu mal via os meninos, eles estavam loucos.

Noah, ninguém sabia se ele tinha sobrevivido, ninguém sabia de nada, depois da explosão os noticiários estavam cheios, mas eles tentavam ao máximo encobrir qualquer informação sobre o bandido.

Eu não sabia de onde vinham tantas lágrimas, chorar se tornou a única coisa que sei fazer desde que Lin me contou depois que acordei do desmaio que tive. 
Estava deitada na cama dele, o seu cheiro sempre estava presente ali, porém hoje não tinha nada, nem um resquício. Escuto o ronco dos carros dos meninos e levanto da cama numa carreira só e fui saindo do quarto. Desci a escada quase caindo e cheguei na sala no mesmo instante que todos eles.

-E então?- perguntei com um pingo de esperança.

-eu sinto muito Elly- Lamar responde enquanto as lágrima já voltavam- encerramos tudo hoje.

-não Lamar- minha voz estava tão rouca- vocês não podem, ele está lá fora, a imprensa nem confirmou nada.

-eu vi o carro explodir, Any- Lamar estava derrotado- a imprensa vai encobrir ao máximo isso tudo.
-Lin, diz que é mentira- falei olhando pra ela e a mesma negou, ela veio ate mim me abraçando e me permitir chorar.

Os meninos estavam bem abalados, era visível que eles tentavam não chorar, que eles estavam sobrecarregados. 

Aquela noite estava sendo complicada. Estava sentada na sala vendo o fogo queimando na lareira, Lamar estava no celular, ele planejava o enterro do Noah, por mais que não tivesse um corpo, ele seria honrado. Lin estava abraçada em mim e uma chuva forte caia lá fora.

-eu disse pra ele não ir- falei baixo atraindo a atenção do pessoal- e ele foi.

-o Noah não escuta ninguém Elly- Krys  estava com os olhos tão vermelhos- ele sempre fez o que achava que tinha que fazer.

-ele sempre dizia que se um for pego, todos nos íamos juntos- Lamar guardou o celular e me olhou triste- e quando eu falei isso, ele não pensou duas vezes antes de gritar comigo e me expulsar do carro.

-ele salvou a nossa pele- Josh deu uma tragada no cigarro e o colocou no cinzeiro- lembra daquela vez que estávamos apostando pra ver quem bebia mais?- os meninos disseram sim e riram- filho da puta estava enrolando a gente o tempo todo.
-o que ele fez?- perguntei limpando uma lágrima chata que escorreu.

-ele ficava jogando a bebida do copo dele quando estávamos distraídos- rir daquilo e me assustei com um som forte de um trovão- parece que vai chover bem mais.

-o Noah amava dias chuvosos- Lin começou enquanto olhava para um ponto fixo- ele dizia que o fazia se lembrar da mamãe, de quando ela tocava piano pra acalmar, dos dias de neve em Bariloche, quando ele falava daquele jeito eu acreditava que o Noah criado pela Mamãe ainda existia ali dentro em algum lugar.

Ficamos em silêncio, só dava pra ouvir o som da chuva, o som dos trovões, eu observava a lareira e meus pensamentos viajavam sempre até ele. Eu não acredito que ele não vai está aqui comigo pra ver o nosso bebê crescer.

Jonas havia me confirmado hoje a tarde que o exame de sangue deu positivo, ele veio me examinar a pedido do Noah por conta do suposto resfriando. Estou grávida de três semanas.

...

Acordo escutando o som forte de algo caindo e levanto assustada, tinha dormido na sala, na verdade todos estavam ali num sono tão calmo. A chuva ainda caia lá fora e olhei pro relógio vendo que eram exatamente três da madrugada.
Olhei pela janela e vi que uma das árvores que tinha no jardim caiu por cima das cadeiras da piscina, então foi isso que fez zoada.