16o Pecado

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"Eu fui longe demais quando eu estava implorando de joelhos

Implorando por seu braços, para você me abraçar

Eu fui longe demais e beijei o chão sob seus pés"

I Went Too Far, Aurora.

I Went Too Far, Aurora

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Edit.: J.L.




Numa tarde de sexta-feira, Jongin voltava para o templo depois de ter ido visitar um doente. Ele estava andando próximo ao parque central onde há essa hora não tinha tantos meninos e meninas, assim como casais apaixonados quando viu Kyungsoo em um dos bancos de pedra. Ele estava acompanhado de um jovem alto e muito bonito para quem abriu uma lata de refrigerante, que pelo o que parece tinha sido agitada antes porque o líquido erugiu sujando os dois que depois da surpresa inicial, começaram a rir.

— Eu sinto muito — Chanyeol de desculpou, pegando um lenço da bolsa dado onde ele tinha comprado as bebidas, e os dois biscoitos de caramelo que estavam comendo; com ele começou a limpar o rosto de Kyungsoo, sendo muito cuidadoso.

Jongin não sucumbiu ao impulso de passar para cumprinmentá-los. Não é como se ele quisesse saber por quê aquilo parecia tão íntimo, não, não, jamais. O que tinha despertado a sua curiosidade é que Kyungsoo tivesse um novo amigo, porque até onde ele sabia, esse garoto não tinha amizades. À noite, cansado, deitou-se tentando dormir, mas a imagem daquele homem acariciando o rosto do seu pequeno pecaminoso ainda rondava em sua mente. Ele sentia-se muito feliz por Kyungsoo ter um amigo. Ele mesmo tinha pedido muitas vezes ao seu deus que não o deixasse sozinho, e agora ele não estava mais; suas orações haviam sido atendidas. Esse novo amigo podia até conseguir fazer com que Kyungsoo parava de perturbá-lo. O padre sentiu sua barriga doer fazendo-o contorcer-se na pequena cama.

Ele já estava imerso em sua luxúria. O que aconteceria se Kyungsoo e esse homem se tornassem namorados? Inveja? Ganância? Caberia todos os pecados capitais em sua lista pessoal? Era a primeira vez que Jongin experimentava esse tipo de ciúmes, o que não correspondiam a admiração que seus professores sentiam por alguns de seus colegas no passado. Essa era uma reação de calótipo típico de amantes. E ele não gostava. O deixava doente, e o enlouquecia. E se Kyungsoo não voltasse nunca mais? Se esse homem alto fosse aquele que tinha confessado amá-lo em segredo? Se ele desse à Kyungsoo o amor que um padre nunca poderia?

— Meu Deus! Não permita que isso aconteça... Não! Melhor isso acontecer sim. É o mais adequado para ele... Não! Melhor não... ou sim — Jongin estava enlouquecendo.

Na missa de domingo, o novo amigo estava sentado próximo ao coro no qual o seu delicioso pecado cantava. Jongin esqueceu-se das orações duas vezes e as pessoas estavam começando a pensar que o sacerdote estava doente. Kyungsoo continuava cantando e Chanyeol o observava com um sorriso enorme. O cura não perdia nenhum detalhe, nem a forma como os dois se abraçaram em cumprimento de paz. Jongin queria descer de onde estava, bater o homem alto na cabeça, pegar Kyungsoo pela mão, enfiá-lo no confessionário, dar uma boa palmada nele e depois... e depois... não se atreveu em pensar em mais nada porque estava dando a missa. Quando tudo acabou, o padre se aproximou.

— Vejo que você tem um novo amigo — disse.

— Esse é o Chanyeol — Kyungsoo o apresentou. Sua mãe não tinha muita certeza em aprovar essa relação. Ela tinha medo que seu filho não entendesse os limites de amizade entre homens.

— É um prazer conhecê-lo, padre Kim — cumprimentou o jovem. O sacerdote lhe estendeu a mão, mais por educação do que vontade de cumprimentá-lo.

— Vamos, Kyungsoo. Você e eu temos que conversar — Jongin disse disposto a afastá-lo daquele homem.

Chanyeol segurou Kyungsoo e em seguida falou diretamente para o padre.

— Você parece cansado hoje, padre. Todos notamos durante a missa. Não seria melhor nós deixarmos o senhor descansar e você conversar com o meu amigo em outro dia?

"Nós deixarmos o senhor descansar?" "Nós?", no plural. Jongin rogou forças ao seu deus porque sentia que, esse homem, ele poderia matar.

— Estou bem, Chanyeol, que Deus te guie até a sua casa. Senhora, com a sua licença.

— Sim, padre, você é muito amável. Deus o abençoe — respondeu a mãe de Kyungsoo. — Vamos, garoto — o puxou de Chanyeol —, meu filho tem coisas para fazer aqui...

Uma vez no escritório, Kyungsoo ajudou Jongin a tirar a casula.

— Vejo que você tem um novo amigo... — disse o sacerdote.

— E é ótimo! — se entusiasmou. — Na sexta-feira passada, ele me defendeu de um dos ataques do Suho.

— Você gosta dele?

— Do Chanyeol? Você pergunta por...? — seu gesto sério mudou para um muito divertido quando exclamou: — Você está com ciúme!

— Por favor, Kyungsoo! — bufou.

— O padre Kim está com ciúme de mim! — sorriu satisfeito.

— O padre Kim está casado com Deus, portanto não sente ciúmes do coração de ninguém...

— O padre Kim é um marido muito infiel.

Jongin deu um tapa tão forte em sua mesa que Kyungsoo se sobressaltou, apagando o sorriso zombeteiro de seu rosto no mesmo instante. O sacerdote o segurou pela cintura e o aproximou com brusquidão e começou a beijá-lo de um jeito possessivo. Quando o mais baixo começou a raciocinar, agarrou-se às costas do homem que exigia mais de si. Seus corpos estavam tão próximos que suas ereções estavam pressionadas entre si e não havia espaço para nada mais. Kyungsoo começava a descobrir o quanto Jongin podia ser possessivo.

Bateram na porta e imediatamente tentaram arrumar seus cabelos, limpar os resquícios de saliva em suas bocas e recompor suas posturas antes que a pessoa entrasse.

— Pode entrar — Jongin indicou.

Tao entrou com as chaves da igreja em suas mãos.

— Desculpe, padre. Minha mãe me mandou entregar as chaves.

A senhora Huang, mãe de Tao, era uma das senhoras voluntárias que dava catequese para as crianças e ajudava com a limpeza da igreja.

— Deixe aí e vá embora — Jongin mandou num tom mais amargo do que gostaria. Ele sabia que esse rapaz tinha machucado Kyungsoo muitas vezes e nesse dia estava num ânimo especialmente misericordioso.

Tao olhou para os lábios inchados do sacerdote, em seguida para a pele avermelhada ao redor da boca de Kyungsoo e toda a situação lhe pareceu muito suspeita. E o que ele começou a pensar era uma baita loucura...

— Você precisa de mais alguma coisa, Tao? Porque se você tiver tempo, nós três poderíamos conversar, afinal.

Esse era a deixa para que Tao fosse embora antes de Kyungsoo começar a acusá-lo como o viadinho que era, e esse padre o condenaria ao inferno. Ele foi embora com uma breve e rápida despedida.

— Ele quase nos pegou! — Kyungsoo apontou numa mistura de medo e diversão. Tudo aquilo deixava a sua adrenalina nas alturas. Ele tinha se tornado um maluco viciado nessas coisas.

— Graças a Deus isso não aconteceu!

— A Deus? Ei, não me leve a mal, mas isso foi graças aos pais de Tao que o ensinaram a bater na porta antes de incomodar um padre. Esse deus rouba o crédito do trabalho de milhares de pessoas. Sempre dizem "graças a Deus", "graças a Deus" e deus nunca os corrige, ele é meio bastardo, não acha? — Jongin perdeu as forças em suas pernas e se jogou na cadeira enquanto o universitário continuava provocando-o. — É como se ele fosse um tipo de plagiador... Não foi ele mesmo que mandou não roubar? Ficar com o crédito dos outros é roubo, Jongin... O seu chefe, esposo, ou o que quer que seja, é um pouco... hummm. Eu só sei que... se eu fosse você, me divorciaria.

Como será que Jongin deveria lidar com Kyungsoo?

PecaminoSoo - Religare I [Tradução PT-BR]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora