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Anastásia Cavalcanti

•2010•- Anastásia!- chamou sua mãe

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•2010•
- Anastásia!- chamou sua mãe.
Ana levantou-se da grama e
atravessou o jardim que tanto
amava da casa de sua avó. Saiu
aos prantos e foi, com as mãos
encolhidas e juntas em forma de
concha, se aconchegar na saia de
sua mãe, onde escondeu a cabeça.
A mãe, sem entender, apenas afagou
a cabeleira castanha da
filha e logo procurou saber o que
andava acontecendo.
- O que houve, meu bem?- perguntou
preocupada. Ela sabia que algo não
estava certo. Chamara a pequena
para o almoço e agora olhava a
aflição da filha.
O barulho da televisão ligada na sala
concorria com os soluços da garota e
a avó da menina, segurando um pano de
prato nas mãos e perto da pia, escutava,
de forma atenta, tudo.
Anastásia nada falou, apenas levantou a
cabeça e mostrou-lhes o que tinha nas
pequeninas palmas.
Um passarinho morto.

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