Capítulo 7 - O clã Wei II

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O garoto, com medo, afirmou com a cabeça e tentou se afastar do homem, mas seu braço foi pego, com um tanto de força. Mas não foi pelo líder, e sim pelo guerreiro que continuava ao seu lado. Diferente de Wei Ming, o guerreiro olhou para o garoto e sorriu, de um jeito honesto, para tranquilizar o jovem com seus futuros trabalhos noturnos.

Fai Chen, por mais que desejasse não ver a verdade dentro daquele guerreiro, a partir do momento que seus olhos cruzaram aos do mais velho, conseguiu ver algo, que encheu seu coração, puro, de mágoas.

O guerreiro tinha acabado de perder um filho. Então, provavelmente, estava tratando Fai Chen de uma forma gentil por causa da saudade de seu pequeno, que não teve nem sequer um quarto de vida concluído.

"Já que o garoto é medroso, traga-o para minha sala. O prisioneiro que será interrogado já está lá", o líder Wei falou, virando-se de costas para o garoto e para o guerreiro, indo em direção a sala que os instruiu.

Fai Chen, ainda com um sentimento de angústia no peito, pegou a mão do guerreiro e apertou-a, mostrando um pouco de seus sentimentos.

"Está com medo do líder Wei?", o guerreiro questionou-o, ficando de joelhos perante ao garotinho e olhando compreensivo.

"Ele... Matou muitas pessoas...E-Eu... Não quero fazer parte disso...", Fai Chen falhou ao dizer, graças ao choro contido. "Eu não quero... Ser usado dessa forma..."

"O líder Wei, por mais perverso que você o tenha visto, sabe o verdadeiro significado de limites. Não se preocupe. Agora... Vamos, antes que ele fique zangado", o guerreiro respondeu, com o mesmo tom de voz anterior, sem nenhuma mudança, o que, claramente, chamou a atenção do jovem, que estava tão diferente dele.

Assim que os dois entraram na sala que Wei Ming havia ordenado, Fai Chen quis gritar. A sala estava cheia de espadas, chicotes de diversos tipos, coroas com espinhos e ferros. O que mais lhe causou pavor foi um machado que estava na frente de um homem sangrando no chão.

Wei Ming já estava sentado em uma cadeira, comendo uvas enquanto ria do homem tentando levantar e falhando miseravelmente.

"Oh, vocês chegaram. Ótimo. Vamos começar o julgamento", Wei Ming disse olhando para Fai Chen. O líder assobiou e de repente quatro homens com mantas negras apareceram logo atrás de Fai Chen e do guerreiro ao seu lado, o que causou pânico dentro do coração do mais novo. "Eles estão aqui para assisti-lo, Fai Chen. Não se preocupe. O astro é você, venha aqui. "

Wei Ming apontou para uma almofada que estava à frente do homem ensanguentado. O garoto, sentou de pernas cruzadas na almofada e olhou para o coitado que estava diante dele.

"Levantem esse prisioneiro de merda. Não tenho a noite toda."

Dois homens que vestiam as mantas pretas seguraram os braços do prisioneiro, levantando seu corpo e imediatamente causando um choque pro pequeno Fai Chen. O homem à sua frente estava com os lábios cortados, dentes quebrados, a testa sangrando, diversas pancadas em seus ombros nus e o que mais trouxe medo em Fai Chen, foram as marcas de mãos no pescoço. Ele estava com o pé na cova, prestes a morrer a qualquer momento.

"Fai Chen, olhe para esse traidor. Eu exijo a verdade sobre ele."

O garoto, ainda assustado, não conseguia raciocinar nada ou focar seus olhos nos do outro. Então, o líder, já perdendo a paciência, levantou-se e chutou as costas da criança medrosa, fazendo-o cair bem próximo ao prisioneiro.

"Você quer se tornar alguém como ele? Diferente do clã Hong, eu não tenho tanto costume de usar a tortura corporal, e sim psicológica. E pode ter certeza, jovenzinho, você não gostaria de descobrir do que sou capaz", a voz de Wei Ming era tenebrosa, deixando Fai Chen com mais medo. "Vamos, descubra a verdade."

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now