- Para de pensar isso, não tem nada de mau você estar feliz, nós temos que seguir a vida. Esses dias eu li uma frase que era mais ou menos assim "sofremos mais em pensamentos do que na própria realidade." E é a mais pura verdade.

Fico olhando para o nada durante alguns segundos pensando nessa frase, e ela me representa demais. Por mais que eu me sinta feliz, minha mente insiste em pensar que eu tenho que sentir o contrário. Que eu não posso ser feliz, pelo fato do ocorrido com o meu pai.

- Se você continuar pensando assim, você nunca tirará isso da cabeça, então tenta cortar isso enquanto é cedo. Você tem todo o direito de ser feliz. Ficar remoendo as coisas não irá trazê-lo de volta, e nós não merecemos continuar sofrendo, merecemos seguir com a nossa vida, enxergar as coisas boas que estão bem na nossa frente.

- É... acho que a senhora tem razão. - digo ainda pensativa. - E como a senhora está? Está falando essas coisas por falar ou está colocando realmente em prática?

- Para ser sincera, antes de eu vir para cá, por mais que eu não quisesse ficar pensando no assunto, eu estava na nossa casa, onde construímos tudo juntos, então era difícil segurar as lágrimas, mas nessa semana que estou aqui, tenho conseguido me distrair bem mais.

- Deve ser difícil mesmo ficar naquela casa. A senhora sabe que pode ficar aqui por quanto tempo quiser né? - ela afirma com a cabeça.

- Mas não quero tirar a privacidade de vocês. - reviro os olhos.

- Para de bobeira. Fica aqui até a senhora conseguir alugar ou comprar uma casa por perto.

- Claro que não, essas coisas demoram.

- Mas você na sua casa tem ficado triste, e eu não quero que você fique triste. - ela sorri.

- Eu vou ficar bem, sério, não precisa se preocupar. Antes do final do ano, acredito que eu já esteja morando por aqui.

- Mas ainda está longe.

- Que longe? Já estamos em setembro. Daqui a pouco Rose já vai estar fazendo um aninho, né meu amor?

- Nem fala, ela está crescendo tão rápido. Teve um dia desses que eu estava brigando com ela, e a mesma ficou franzindo a sobrancelha, acredita? - minha mãe ri.

- Brigando por que, tadinha?

- Porque era de madrugada e eu queria dormir. - rio.

- Vai chegar a época dela acordar de madrugada e querer ficar brincando.

- Ai misericórdia. - minha mãe ri.

******

Passamos praticamente o dia inteiro conversando. Na parte da tarde, resolvemos sair um pouco, fomos ao parque assim que o sol ficou um pouco mais fraco. Rose estava acordada, ficou olhando tudo, ela amou uma criança que estava brincando perto de nós, não parava de lhe encarar.

Dylan chegou em casa quase às 22hrs da noite, ele não pega as últimas aulas da noite, mas hoje tiveram reunião, então teve que ficar até mais tarde. O bom é que por enquanto ele está trabalhando dia sim, dia não, pois ainda não recuperou o emprego da escola em que ele dava aula, mas ele tem mandado currículos para vários lugares. Fora que agora ele e a Kimberly - minha antiga professora - são os coordenadores da faculdade, então ele está ganhando mais, mesmo sem um dos empregos.

Assim que coloquei Rose no berço, fiz as minhas necessidades e me deitei. Dylan sai do banheiro e também se deita.

- Estou morrendo de dor de cabeça, parece que levei uma paulada.

- Já tomou remédio? - ele afirma.

- Tomei assim que acabei de jantar.

- Deve ser sono.

- Provavelmente.

- Então vamos ficar quietinhos e dormir, ai vai passar.

- Não, primeiro quero saber como foi o seu dia. - sorrio.

- Ah, eu e minha mãe ficamos conversando sobre tudo, nem vimos a hora passar, e de tardinha nós levamos Rose ao parque, só isso e o seu?

- Posso de garantir que foi menos divertido que o seu. - rio. - Aulas, aulas, mais aulas e reunião, resumindo tudo.

- Pensa pelo lado bom, amanhã você vai estar em casa.

- Sim, que bom. Eu estava pensando... o que você acha de chamarmos Patrick para almoçar conosco no sábado? - franzo a sobrancelha.

- Por quê? - pergunto desentendida.

- Porque sei lá, porque sim. Eu gosto dele, de verdade, mas às vezes eu ajo como um idiota por causa de ciúmes, e eu quero parar com isso, ou pelo menos tentar.

- Então tá. - digo. - Fico feliz que esteja tentando. - lhe dou um selinho.

- Então amanhã eu falo com ele. - sorrio.

- Te amo.

- É... até que eu gosto de você um pouquinho. - diz rindo e eu lhe encaro segurando o riso.

- Eu nem falo nada. - ele continua rindo e me abraça.

- Você sabe que eu estou brincando, eu te amo bem mais do que você possa imaginar.

- Daqui até a lua.

- Daqui até a lua. - ele repete e eu sorrio.

O Professor - Volume 2Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin