CONSEQUÊNCIAS A ARCAR

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Murphy mantinha toda a superioridade com as mãos na cintura, sua a atenção alternada entre um garoto e o outro, impaciente com a demora.

Wells decidiu não esperar o próximo ataque, ele mergulhou para pegar a faca que estava três passos dali. Pequenas pedras, galhos e folhas secas rasparam sua pele, mas ele não ligou para a dor dos arranhões, agarrando a faca com afinco.

A visão do metal reluzente em suas mãos fez Murphy travar o maxilar com força, por um instante, nervoso. No outro, vitorioso.

O impacto duro da bota de Miller foi inesperado para Wells, a força posta em seu queixo o jogou para trás. Podia sentir o gosto enjoativo de sangue na boca e a dor pulsava por toda sua mandíbula. Pontos pretos salpicaram sua visão, mas ele não cogitava recuar.

Cuspindo sangue Wells tentou levantar, mas seus braços fracos não o apoiavam com a firmeza que deviam.

Com a sua visão coberta por um manto negro ele mal conseguia enxergar, mas não ficou surpreso quando outro chute o acertou no estômago, derrubando-o novamente no chão de terra. Este golpe foi seguido por outro e depois mais um, a raiva acumulada de Murphy e Miller transparecendo a cada um dos chutes.

Quando pararam, Wells lutou por ar, sangue escorria por seu lábio cortado, pingando na pilha de folhas secas que seriam sua cama.

"Nunca" sua própria voz reverberava em sua mente. A imagem de seu pai surgia cada vez que fechava os olhos em cansaço. Ele precisava continuar vivo para a arca...

Murphy riu, observando-o tentar se arrastar para fora dali, e pisou em seu peito sem dó, mantendo-o no chão.

— Acaba logo com isso. — Ordenou para Miller, o triunfo sádico em seu rosto.

Os olhos de Marcus Kane estava vidrados no painel de controle, analisando atentamente os sinais vitais de sua filha

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Os olhos de Marcus Kane estava vidrados no painel de controle, analisando atentamente os sinais vitais de sua filha. Com 17 confirmados mortos e cada vez mais telas tornando-se cinza, ele aguardava o pior, temendo a cada segundo aquele único vínculo que possuía com Joan se apagasse.

Abby entrou no comando em passos lentos e cautelosos, parando bem ao seu lado.

— Jaha vai ficar bem. — Ela suspirou, o cansaço das horas em cirurgia atingindo sua voz. Kane a mirou, suas feições rígidas, e não aliviadas como esperava encontrar.

— Isso é péssimo. — Ele respondeu, respirando fundo para acalmar-se. — Mais um pai vendo seu filho morrer antes dele. — Kane ergueu seu olhar para o painel a sua frente e ao seguir seu exemplo, o coração de Abby pesou no peito.

— O que? O que aconteceu? — Abby apurou seus olhos entre todos os novos perfis apagados, sem entender como tantos poderiam ter morrido tão repentinamente. O ar se esvaiu dos seus pulmões ao encontrar a imagem de registro de Wells, seus sinais vitais em branco. — Oh não.

Passos estridentes anunciaram a entrada de quatro guardas no comando. De início, Abby não pensou muito disso, estava focada nas informações chocantes que recebera, em luto por aquele que perdeu, mas assim que o comandante tocou seu ombro, soube o que estava acontecendo. Seus olhos voltados para Kane e somente Kane.

Redone | Bellamy BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora