Cap 23 - Milkshake da Verdade

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Coloquei a blusa branca um pouco florida e com um tecido fino e transparente em alguns pontos. A manga dela até que é atraente. Pus o short preto e justo, que me apertou um pouco. Nessa altura do campeonato, espero que qualquer coisa dê. Gosto de fazer compras, mas os apelidinhos daquele babaca já estão me deixando fora de clima e irritada. Ele me pega depois.

Saí da cabine e fui andando até eles de novo, que dessa vez conversavam entre si.

  - Ah, acredito que essa roupa vai ficar ótima nela. - Ela disse para Dener, que negou com a cabeça.

  - Espero que você esteja certa, mesmo sabendo que não está. A Amber já experimentou tantas roupas que eu mesmo já desisti por ela. Olha que meu único trabalho aqui é ficar sentado palpitando.

A vendedora me olhou e sorriu sem mostrar os dentes, de um modo até meio convencido.

  - Desistiu cedo demais.

O loiro ficou sem entender, mas ao virar o rosto e me olhar, piscou repetidas vezes e me encarou de cima a baixo. Não entendi sua reação, e fiquei mais certa ainda de que outro apelido insensível está por vir.

  - O que acharam? Digam que está bom, por favor. Quero ir embora logo. - Choraminguei.

Se demorarmos mais aqui, eu não me surpreenderia se chorasse.

  - Você...

  - Está linda. - Dener interrompeu a vendedora, que concordou com a cabeça em satisfação.

Só pode ser brincadeira dele, tenho certeza absoluta disso. Depois de tantos comentários, o garoto lança uma dessas?

Ergui uma sobrancelha, desacreditada.

  - O que? - Perguntei rindo. - E os apelidos? E o lance do semáforo? Só pode estar pensando em uma coisa pior para dizer, tenho certeza.

  - Não tem piada, Amber. Você está mesmo linda. Ficou ótimo, e eu gostei muito.

  - Até a blusa estranha? - Perguntei, lembrando do que ele tinha dito.

  - É, deve ser por isso que ficou boa em você. Duas coisas estranhas juntas se dão bem, não é?

Ergui o dedo do meio e voltei a olhar para a roupa, ajeitando pequenas partes. Acho que não tenho muita escolha mesmo. A última coisa que eu quero é ficar experimentando outras mil roupas em lojas diferentes.

Respirei fundo e encarei a vendedora meio incerta, mas com o cansaço respondendo por mim.

  - Vou levar essa mesmo.

  - Eu sabia que seria essa! - Disse exasperada, com um sorriso enorme. - Vou buscar uma sacola para você, calma ai. - Saiu, com o barulho do salto ecoando por ali.

Me olhei no grande espelho que fica perto da poltrona, procurando qualquer defeito que fosse. É, pelo visto ficou realmente bom. Para o Dener não ter dito nada engraçadinho só pode ter ficado perfeito.

  - Podemos ir embora então? Estou morrendo de sono! - Falou, fechando os olhos.

  - Você ficou no sofá apenas mexendo no celular. Nada que não fizesse lá em casa ou em qualquer outro lugar. - Dei de ombros.

Meu "Babá"? (Completo)Where stories live. Discover now