Prólogo

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O calor estavam levando a jovem e exaustão. Ela ainda o sentia, a conexão entre suas almas era forte e estava conduzindo-a direto para ele.

Mas mesmo com essa conexão forte estava sendo difícil encontrá-lo no meio de todo aquele caus.
A dor e o desespero já a afligia e o sentimento de culpa feroava seu coração. Ela não poderia deixa-lo alí naquele lugar horrível, principalmente sabendo que a culpa de tudo aquilo era somente dela.

Seu olhar vagou por aquele lugar insípido o caminho era largo e pedregoso, a sua direita ela conseguia ver um tipo de floresta morta. As árvores secas e sem vida pareciam criaturas moribundas o que causou-lhe um arrepio de medo.
A esquerda um enorme rio feito de lava. O rio chamava almas perdidas para serem consumidas pela eternidade. Ela viu algumas almas perdidas sucumbirem ao chamado do rio.
Labaredas causticante lambiam o ar, se espalhando ao redor da margem consumindo quem ousasse se aproximar demais do local e os uivos de sofrimento podiam ser ouvido de longe.
Mesmo sabendo que o sofrimento consumiria sua alma ela sentia a necessidade de andar naquela direção, assim como uma mosca voa em direção a luz. A sensação era angustiante mas ela se forçou a focar no que tinha vindo fazer alí.

Caminhou por mais algum tempo, não sabia exatamente quanto, era quase impossível saber. Podia estar ali a horas ou dias ela não sabia dizer. Não sentiu necessidade de dormir ou comer apenas sabia que deveria andar ao encontro dele.

E antes mesmo de ver ela sentiu algo se aproximar.
Um ser extremamente alto se pôs em sua frente. Sua presença era imponente e deixou a jovem desconfortável. Sua  aparência era de um homem aparentemente comum se não fosse por sua altura, Seus olhos eram brancos, o que fez a jovem deduzir que ele deveria ser cego.

Mas incrivelmente esse fato não o fazia menos ameaçador, pelo contrário parecia que ele não deixava passar nada do que se passava ao seu redor. O ser abriu a boca e sua voz era grave e ameaçadora.
- O que faz aqui mortal?
Eu vim buscar uma pessoa que não deveria estar aqui.
- Não há enganos no Hades, se a alma está no tártaro é porque ele pertence a esse lugar.
- Não. Ele não merece, a culpa foi minha, por favor liberte-o.
O recém chegado nada falou apenas olhou para a jovem por longos minutos como se decidindo o que deveria fazer e por fim proferiu sua sentença.
- Você poderá levá-lo. Porém, existe um preço. Você está disposta a pagar?
- Sim. Qualquer coisa, seja o que for eu faço.
- Pense bem mortal. O preço que será cobrado não será fácil muito menos justo. Por isso eu lhe digo que é melhor pensar bastante antes de concordar.
- Ele será libertado? Ele poderá beber do leter e viver uma vida longa e feliz?
- Sim, ele poderá beber do rio leter. E ele viverá a vida que escolher viver. Se será feliz só vai depender dele.
- Muito bem. Eu aceito.
Ele estendeu a mão para selar o acordo. Por um momento ela encarou a mão estendida mas não demorou muito para estender sua própria mão para fechar o acordo.
Quando as duas mãos se tocaram ela sentiu  uma dor lascinante como se ferro em brasa estivesse marcando sua pele. O grito que saiu da boca da jovem era ensurdecedor e lágrimas banharam seu rosto. Seus joelhos falharam e ela foi de encontro ao chão. A risada que saiu dos lábios do ser a sua frente foi diabólica fazendo um calafrio transpassar seu corpo. As mãos ainda estavam unidas quando ela ouviu as palavras seguintes.
- Você irá se arrepender desse dia mortal. E eu irei adorar ver você falhar continuamente.
Naquele momento a face do homem se revela como ele realmente é, algo inominável. A jovem simplesmente não conseguia desviar os olhos da face diabólica a sua frente só então ela soube com quem acabara de fazer um pacto e a compreensão de que já não poderia voltar a trás lhe abateu. E soltando um último suspiro derrotado ela se arrependeu amargamente.

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⏰ Last updated: May 19, 2020 ⏰

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O homem de todas as minhas vidasWhere stories live. Discover now