Capítulo 5

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Abri meus olhos com certa dificuldade, me deparando com um borrão de luz branco acima de mim. Conforme minha visão ia se acostumando a claridade e ia definindo as formas, pude perceber que eu estava olhando para um teto totalmente branco, com lâmpadas fluorescentes brancas que faziam meus olhos doerem. Coloquei minha mão em frente aos meus olhos com as costas da mesma virada para meu rosto, para proteger minha visão.

Com dificuldade, sentei-me e olhando ao redor finalmente consegui identificar onde eu estava, em um quarto de hospital. Olhei para o meu braço, onde uma agulha havia sido posta, para ser aplicada medicações.

Foi quando me lembrei que eu e o Yuki havíamos caído da roda gigante, coloquei a mão na boca tentando abafar os soluços que saiam da minha garganta, porém era difícil impedir que as lagrimas saíssem de forma desenfreada dos meus olhos. Eu estava morta? Era uma pergunta retórica já que não havia como eu ter me salvado daquela queda. Então o homem da máscara finalmente tinha conseguido o que queria? Mas porque eu?

Me encolhi, abraçando meus joelhos junto ao peito e escondi meu rosto permitindo que minhas lágrimas rolassem por minhas bochechas. Eu não conseguia acreditar que minha vida tinha acabado, não pude deixar de pensar nos meus pais, na Saori e no Yuki que por minha culpa acabou tendo a vida tirada também.

-Por que você está chorando? –A voz calma e baixa de Yuki ressoou no silêncio do quarto. Levantei minha cabeça quase de imediato, Yuki me olhava com a cabeça inclinada para o lado, seu cabelo estava solto, então algumas mexas caíram sobre sua bochecha. Ele estava com uma roupa diferente da noite anterior e segurava uma sacola de plástico.

-E...Eu cai... –Yuki franziu a testa. –Você e eu, o homem de máscara... –Comecei a soluçar incontrolavelmente.

-Que homem? Do que você está falando? –Yuki colocou a sacola no criado mudo ao lado da cama e sentou-se à beira da mesma, de frente para mim, seus olhos eram de um negro profundos e gélidos e me analisavam com cuidado.

-Eu achei... –Respirei fundo olhando para o teto, tentando afastar as lágrimas que insistiam em sair. – Eu achei que a gente tinha morrido.

-E por que achou isso?

-Porque eu tive a sensação de cair daquela altura, Yuki, não só a sensação, eu caí daquela cabine e você também! –Eu estava histérica e sentia minhas mãos tremendo, então segurei com força o tecido calça que eu vestia, eu comecei a sentir dificuldade de respirar, eu estava prestes a ter uma crise asmática.

-Acho que você teve outro pesadelo... –Ele falou calmamente e tirou um pacote de isopor que cheirava a ramen da bolsa, puxou a pequena mesa da cama, para minha frente e o colocou ali.–Você desmaiou quando estávamos lá encima, você ficou desacordada por quase quinze horas direto... achei que tinha dito que não tinha medo de altura...

-Eu não tenho. –Murmurei, enxugando as lagrimas do meu rosto e dei um suspiro profundo sentindo a tensão deixar meus músculos e minha respiração voltar ao normal. Me sentia um pouco mais calma por ter sido só um pesadelo, mas ainda inquieta pelo fato dos meus pesadelos estarem se tornando cada vez mais reais, tão reais a ponto de eu não conseguir distinguir o momento em que eu apaguei. –Você sabe o porquê de eu ter desmaiado? Os médicos disseram algo?

Ele deu de ombros, tirou a tampa do pote a minha frente, separou os hashis descartáveis e os entregou a mim.

-É melhor se alimentar, antes de irmos para casa. – Fiquei olhando para ele, um pouco comovida pelo fato dele ter se preocupado de comprar comida para mim. –O que está olhando, quer que eu te alimente? –Falou em tom de deboche.

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