Tzuyu, eu escolho você!

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P.O.V. Chou Tzuyu.

Saí do banheiro já vestida e com a toalha no meu braço esquerdo indo em direção ao meu quarto para pentear meus cabelos.

Ao entrar, deixei a toalha em cima da minha cama — mesmo sabendo que minha tia irá me matar mais tarde — e abro uma gaveta da penteadeira para pegar um pente.

Já penteando meus cabelos, olho em direção ao espelho e vejo meu reflexo.

Estou acabada, eu diria. E isso não é de hoje.

Sabe o quão ruim é olhar para o seu reflexo e se perguntar quem é você?

Onde se meteu aquela pessoa que você costumava ser?

Sentir como se tudo estivesse acabando pouco a pouco?

Isso é o que está acontecendo comigo agora.

Essa não sou eu.

Onde está você, Tzuyu?

— Meu pai amado, que demora é essa, Tzu? — Minha tia perguntou encostada no batente da porta. — Tá achando que tá cedo, é?

Suspirei cansada. — Eu não havia visto a hora, tia.

— Vem logo comer antes que o seu transporte chegue. E tire a toalha da cama! — Reclamou saindo do quarto.
Em passos lentos e cansados, fui para a cozinha me sentando a mesa.

Quando ia pegar o meu pão, minha tia interrompeu.

— Você não vai agradecer a Deus pelo seu café da manhã e por ter acordado, menina?

Ah não.

Por favor, não.

Eu não aguento mais isso.

— Eu preciso mesmo fazer isso, tia? Você mesma disse que eu tava atrasada.

— Não coloque Deus em segundo lugar. — Reclamou e juntou as mãos. — Comece.

Suspirei antes de começar uma oração completamente desajeitada.

— Amém. — Murmurei.

— Amém. Que oração foi essa, Tzuyu? Já esqueceu de quando eu te ensinei, foi? — Perguntou de um modo grosso.

— É que... — Pensei em uma desculpa rápida. — Eu tô com sono.

— Deus tá vendo você mentir. Agora come isso logo que desse jeito você vai se atrasar. — Reclamou.

Suspirei pela milésima vez naquela manhã e ignorei o nó que havia formado na minha garganta e comecei a comer.

[...]

Observei bem a porta em minha frente e soltei um longo suspiro antes de abrir um sorriso e entrar, vendo que somente Jiwoo e Dahyun haviam chegado.

O problema é que eu não havia falado com nenhuma das meninas depois do incidente no parque de diversões.

— Chou Tzuyu! — Dahyun gritou batendo as mãos na mesa. — Você acha que pode sumir assim durante um final de semana inteiro?!

— Calma, gent-

— Calma?! Você quer que a gente peça calma?! — Jiwoo parecia que havia encarnado mil pinschers e agarrou o colarinho da minha camisa, mesmo eu sendo mais alta. — Você faz merda, resolve tentar cobrir a merda com mais merda ainda, some por um final de semana inteiro e ainda pede pra gente ter calma?! Eu vou te socar, garota!

Ela tem razão.

Eu sou uma garota egoísta que só pensou no meu lado e não lembrou que isso envolve os sentimentos da minha amiga também.

Eu só queria jogar, poxaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora