e vamos de nariz quebrado

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— Mina! — Sana gritou de seu quarto. — Cadê os meus fones?!

— E eu vou saber, garota?! — Respondeu na mesma tonalidade sem nem tirar os olhos do seu console. Afinal, sua partida de Naruto Ultimate Storm era muito mais importante que um mísero par de fones.

— Mas é você que sempre pega pra usar. — Sana invadiu o quarto de Mina. — Então, obviamente, sabe onde eles estão.

— Quem te deu o direito de invadir a residência dos outros? — Revirou os olhos. — E faz mais de quatro meses desde a última vez que eu peguei seus fones, Sana.

— Sei. — Semicerrou os olhos. — Aliás, o Mozuku tá 'tretando com Ártemis de novo. Vai pegar teu gato, Mina. — E saiu do quarto.

Ártemis é o gato de Sana. Ele e Mozuku vivem brigando por nenhum motivo aparente.

— Nem pra fechar a porta. — Murmurou dando pausa no seu jogo e levantando-se para pegar o seu gato, Mozuku.

Ela lhe deu esse nome em homenagem a um de seus animes favoritos, New Game. Nele, há um gato com esse mesmo nome.

— Para de brigar com Ártemis, Mozuku. — Pegou o gato no colo, esquivando das garras do mesmo. — Achava que nós éramos amigos, seu cocô. Mentira, eu te amo, ok?

— Mina... — Sana murmurou colocando a cabeça para fora do seu quarto. — Por que você tá fazendo essa voz de retardada pra falar com o Mozuku?

— Me erra, garota. — Revirou os olhos ainda com o gato em seu colo e voltou para o quarto. Felizmente, ela e suas irmãs haviam quartos separados.

Quando entrou no quarto, rapidamente fechou a porta, colocou o gato no chão e voltou ao seu console.

Porém, a vida gosta de ferrar as pessoas. E com Mina não é diferente.

— Mina, rápido! — Momo entrou no quarto da coitada batendo a porta com tudo. — Eu preciso urgentemente daquela sua camisa de One Day At a Time.

Suspirando, Mina virou-se para o seu gato. — Tá vendo, Mozuku? Nem jogar em paz eu posso nessa casa.

[...]

Havia algo que Mina odiava ainda mais que atrapalhar seu precioso jogo. Algo que estava guardado na sua listinha de ódio profundo.

Educação física.

Mina era uma garota sedentária, isso é fato. Justamente por isso, ela odiava com todas as suas forças essa aula. Geralmente, a mesma ficava no banco e recebia falta. Porém, do nada, sua escola resolveu obrigar todos que negassem a participar da aula a fazerem uma prova.

E foi aí que Mina se desesperou, porque a mesma odiava provas, mesmo ela tendo notas boas.

Então cá estava ela, mais morta que viva, andando feito um zumbi, porém fazendo a aula.

Junto com suas amigas estava andando em volta da quadra antes de começar a aula, porque era obrigatório.
Era claro o quanto estar ali era algo que Mina odiava. Estava estampado na cara dela. E Tzuyu, Jiwoo e Chaewon, sabendo disso, tentavam animar a todo custo sua amiga.
Heejin só olhava para ela e ria de sua cara. Uma bela filha da puta, como Mina diria.

— Vai morrer pra lá, Mina. — Heejin empurrou ela, já que a mesma nem se dava o trabalho de tentar forçar alguma animação e estava cambaleando pelos cantos.

— Mina, você comeu algo hoje? — Tzuyu perguntou com preocupação, fazendo a citada corar e assentir com a cabeça.

— Mas eu sei bem o que você gostaria de comer. — Heejin disse com um sorriso malicioso.

Mina, com o rosto corado, deu um empurrão nela. — Cala a merda da sua boca, Heejin.

— Jiwoo, a Mina me empurrou. — Heejin virou-se para sua namorada com um bico nos lábios.

— Pena. — Respondeu voltando para o lado de Chaewon e recebendo um olhar chocado de Heejin.

— Nem minha namorada me ama... Vou desativar por uns dias.

— Deixa de drama, Heejin. — Chaewon revirou os olhos.

— Vem cá, vocês tão sabendo da treta que rolou no oitavo ano? — Tzuyu mudou de assunto.

— Qual? — Jiwoo perguntou.

— Eu soube que uma garota quebrou o nariz da outra. — Tzuyu respondeu com uma cara de paisagem como se estivesse vendo o ocorrido. — Eu queria ter visto.

— Mas a garota do nariz quebrado tá bem? — Chaewon perguntou preocupada.

— Sei lá. — Tzuyu deu de ombros.

— Mas qual foi o motivo? — Mina perguntou sentando no banco, já que não queria fazer a aula.

— Não faço a mínima ideia, só soube que a garota foi pra diretoria depois disso.

— Mas quem foram essas? — Mina perguntou novamente.

— Uma tal de Wendy e outra aí que não lembro o nome.

— Ah, sim. — Mina respondeu com desinterese.

E escutaram um som estridente.

— Ah, não. — Tzuyu revirou os olhos.

— E lá vamos nós para o sofrimento. — Jiwoo soltou um suspiro.

— Todo mundo para a linha branca! — Gritou a professora de educação física. — Inclusive você, Myoui.

— Já falei o quanto eu odeio essa mulher? — Mina reclamou enquanto a xingava em várias línguas diferentes.

[...]

— Foi você que quebrou o nariz da menina?! — Apontou para Sana.

— É, né. — Sana revirou os olhos.

— Desde quando você tem força pra quebrar um nariz? — Momo perguntou confusa.

— Se você não calar a boca, eu vou quebrar o seu também. — Ameaçou.

— Credo, Sana. Que bicho te mordeu? — Revirou os olhos.

— Sana. — Mina a chamou. — Você sabe que vai ter que explicar isso para as mães, né?

— Sei. — Suspirou.

— Qual foi o motivo disso? — Momo perguntou curiosa.

Sana, suspirando, respondeu. — A idiota da Wendy fez a Yerim chorar.

— Como é? — Momo perguntou frustrada.

— Ninguém me segura que ela vai ter outra parte do corpo quebrada. — Mina praticamente rosnou.

— Ela disse que a Yerim é tão insignificante e inútil que nem os pais biológicos dela a quiseram.

— Ela não fez isso... — Momo murmurou apertando o punho.

— Porra, como ela consegue ser ruim ao ponto de falar merda da Yerim só porque ela é adotada?! — Vociferou.

— Ela é uma puta. — Sana rosnou.

— Eu até reclamaria do xingamento, mas isso é elogio perto dela.

— Mas como a Yerim 'tá? — Momo perguntou.

— Ela tá triste, né. E preocupada com a suspensão que eu levei. — Sana respondeu.

— Você levou uma suspensão?!

— Sim, mas as mães ainda não sabem.

— Putz, Sana. — Mina passou a mão nos cabelos. — Boa sorte com elas. Vai precisar.

— É, eu sei.

Eu só queria jogar, poxaWhere stories live. Discover now