Capítulo 2

5.2K 416 20
                                    

Ei amores, tudo bem por aí?
Estou de volta com mais um capítulo, espero que gostem.

Boa leitura ♥️

Emma

Cheguei em casa e Henry estava na sala assistindo TV. Enfim pude respirar aliviada, todos os dias eram assim, eu sabia que era errado e perigoso demais deixá-lo sozinho, mais eu não tinha escolha, precisava trabalhar e não tinha condições de pagar uma babá.
Dei um beijo em sua testa, e ele abriu um sorriso lindo, há um tempo ele não sorria assim.
— Tudo bem filho? Como você passou o dia? Sentei-me ao sei lado.
— Bem mamãe.— mais uma vez o sorriso rasgou seu rosto. Como se tivesse lido os meus pensamentos, me disse o motivo.— Hoje eu conheci uma pessoa especial.
— Por isso esse sorriso ? Que pessoa foi essa? — Olhei para ele curiosa.
— O nome dela é Regina.
— Hum, é uma coleguinha nova da escola?
— Não mamãe, ela é adulta. Ele me olhou como se já esperasse pela bronca.
— O que eu já te falei sobre amizade com estranhos?. Eu tinha que repreende-lo pois tinha medo que algo grave acontecesse, mas no fundo eu sabia que ele puxou essa mania de mim, eu adorava fazer amizade e conversar com desconhecido nas filas do açougue ou supermercado.
—Eu sei, me desculpa?— Fez sua expressão mais dramática— Eu senti que ela precisava de mim mãe, ela parecia muito triste e estava chorando.
— Eu sei que você é um garoto muito legal, e que gosta de ajudar as pessoas, mais e se ela fosse ruim?
—Mais ela não é. — disse sem me deixar terminar, e as vezes eu ficava meio que sem palavras com as resposta que ele me dava. Pensei por alguns segundos.
— Mesmo assim, eu não quero ter que te deixar trancado em casa o dia inteiro, mas se você continuar a me desobedecer assim, não terei outra escolha.
— Tudo bem mãe, eu não vou mais fazer isso.
— Eu só não quero que nada de ruim aconteça.—Fiz um carinho em seus cabelos.— vem cá me dar um abraço.— No fundo eu sabia que ele uma hora ou outra faria uma nova amizade, e a única coisa que eu podia fazer era pedir para o universo que nada de ruim acontecesse ao meu garoto. — Vou na cozinha preparar nosso jantar, me ajuda?
Meu filho era muito carismático, já foi mais extrovertido inclusive, mais de uns tempos pra cá, sinto que ele anda retraído, e hoje depois de me contar sobre a moça que ele conheceu na pracinha, sorriu como a muito tempo eu não via.
Naquela noite repetimos a nossa rotina diária, jantamos e depois de assistir alguns programas na Tv fomos para a cama.
(...)
É impressionante como o tempo passa depressa, ou não, acho que sou eu que tenho dias ocupados demais, eu amo o meu trabalho, mais confesso que trabalhar quase dois meses sem folgar, fez com que eu ficasse tão cansada, eu realmente precisava desse dia de folga. E me vi feliz encarando o calendário onde o meu grande dia estava marcado. Nas últimas folgas eu acabei trabalhando, afinal todo dinheiro é bem vindo. Mais dessa vez eu recusei a proposta, precisava de um tempo para mim e o meu filho também.
Como todos os dias eu cheguei em casa, e o meu garoto estava na sala, o sorriso rasgado já nem me surpreendia mais, ele me cumprimentava e já começava a falar das novidades.
Que no caso eram todas sobre a tal de Gina, e confesso que estava começando a ficar com ciúme, quem essa mulher pensa que é? Até nos deveres de casa que eu tinha que ajudar Henry ela estava se intrometendo.
Depois de me contar como foi o seu dia, eu finalmente consegui contar a novidade sobre a folga, a princípio ele comemorou, mais o que ele disse em seguida, me deixou um pouco irritada.
— Henry você quer que eu faça um jantar pra uma desconhecida?— Disse incrédula.
— Mamãe por favor? Ela é minha amiga, e você vai gostar dela, eu tenho certeza.
— Não sei. Uma expressão piduncha tomou conta de seu rosto, ponderei por alguns segundo e acabei concordando, afinal eu queria saber quem é essa atrevida que está convivendo com o meu filho todos os dias. — Tudo bem, ela pode jantar aqui em casa no sábado, se ela concordar.— O abraço que recebi em seguida derrubou todas as minhas barreiras e a carranca que eu estava mantendo no rosto deu lugar a um sorriso de gratidão por ter um filho tão especial.
O restante da semana passou de forma bem lenta, praticamente arrastado, os últimos dias do mês eram sempre assim.
Na joalheria onde eu trabalhava, o movimento estava bem tranquilo, e eu aproveitei pra contar pra Mary e Killian o que o Henry tinha aprontado e me fez preparar um jantar pra uma desconhecida.
— Não sei Emma, talvez você possa se surpreender e fazer uma nova amizade, se o Henry gosta tanto dela é por que provavelmente é uma ótima pessoa. Mary disse e antes que eu pudesse responder, o nosso gerente se aproxima.
“ Vocês não tem o que fazer?”
Saímos um para cada lado, a procura de algo pra fazer, trabalhar com Gold era algo muito complicado, ele costumava ser bem rude, mais além de gostar muito de ser vendedora, foi a única forma que encontrei para não morrer de fome junto com meu filho.
Quando Belle estava viva, as coisas eram um pouco mais fáceis, nós conseguíamos nos virar bem e talvez eu podia me dar ao luxo de ficar um tempo sem trabalhar, até encontrar um trabalho novo, mais agora era diferente,  depois de sua morte, o pouco que eu e ela tínhamos construído foi tirado de mim por seus pais, eles nunca aceitaram o nosso relacionamento e nunca se importaram com o neto, minha vida ficou completamente desestabilizada, tudo aconteceu ao mesmo tempo, eu fiquei desempregada, e eles me expulsaram da casa que morávamos, a única coisa que sobrou foi um pouco de dinheiro que estava guardado em uma conta, por sorte consegui alugar um pequeno apartamento e arrumar esse emprego.
Eu fui obrigada a abrir mão de muitas coisas, para encarar essa vida sozinha, a única que ainda me dava algum apoio era minha amiga Zelena, mais a poucos meses ela mudou pra cidade vizinha, por conta de uma proposta de trabalho.
Minha faculdade de administração, que eu não consegui concluir, e muitas outras coisas que foram esquecidas, espero que um dia eu possa retornar, mais por enquanto tenho que ir levando a vida do jeito que dá.
Mais sempre no final do dia, depois de trabalhar quase dez horas por dia, eu ia para casa com a esperança de que dias melhores estavam por vir.
(...)
Por fim depois de uma luta, para consegui trocar o meu horário com Gold, cheguei em casa mais cedo no sábado, para preparar o jantar.
Comecei com os preparativos do jantar e me dividi em quase três para tentar organizar a casa o mínimo possível, para receber a convidada do meu filho. Henry estava tão empolgado, só precisei pedir para ele ir pro banho uma vez. Assim que estava quase tudo pronto, faltando pouco mais de meia hora para o horário que combinamos, fui tomar um banho, escolhi um vestido vermelho liso, que a um tempo eu não usava, decidi me arrumar um pouco, não queria parecer desleixada ou desinteressada, calcei uma sandália rasteira, meus cabelos soltos e uma maquiagem leve.
Assim que terminei de me arrumar, pontualmente as 19:30 horas a campainha tocou, fui em direção a porta e assim que abri, tive a visão de uma mulher espetacularmente linda, pele pouco bronzeada, olhos tão intensos, que eu realmente me perdi, um sorriso involuntário ganhou meus lábios, e foi retribuído imediatamente, a sintonia que se estabeleceu entre nós foi tão grande, que nem conseguimos dizer nada, ficamos apenas paradas nós encarando com um sorriso bobo nos lábios, nem percebi quando Henry parou do meu lado, e só sai do meu transe quando ele começou a falar.
— Mãe essa é a Gina, e Gina essa é a minha mãe Emma.
— Oi.—Disse timidamente, ela respondeu abrindo ainda mais o sorriso. Henry segurou em sua mão e saiu puxando para dentro.
— Vem Gina, entra.— ainda fiquei segurando a porta por alguns segundo antes de fecha-la e voltar meu olhar para eles.
— Bem eu trouxe essa torta para a sobremesa, espero que goste de maçã.— peguei a travessa e agradeci, depois fui até a cozinha para guardar.
E de lá só conseguia  ouvir a conversa animada dos dois, Henry estava mostrando a Regina sua coleção de Gibis. Antes de entrar por completo na sala, fiquei da porta observando a interação dos dois, o sorriso rasgado em seus rostos, ela olhava pro meu filho com tanto carinho, meu coração até aqueceu.
Voltei para a sala, e Sentei-me ao seu lado, o cheiro amadeirado do seu perfume invadiu minhas narinas, como ela é cheirosa, o Henry tinha razão.
— Então, vamos comer?. Disse quebrando o silêncio e os dois me olharam concordando com a cabeça. — Henry vai lavar as mãos.— Regina acompanhou  meu garoto até o banheiro e,  somente nessa hora eu consegui reparar  em como ela estava linda, o vestido preto,  ia até a metade das suas coxas, fiquei impressionada como ela andava com aqueles saltos tão altos, e parecia que estava descalça, meu Deus ela é muito linda. Balancei a cabeça negativamente tentando me livrar daqueles pensamentos.
Segui para a cozinha terminando de arrumar alguns detalhes na mesa, peguei a jarra de suco e logo os dois entraram na cozinha, conversando animadamente sobre algum assunto que eu não entendi, ao mesmo tempo que eu amava ver a interação dos dois, também sentia um pouco de ciúme, ultimamente o Henry so falava dela, e agora eu consegui entender o motivo.
Começamos o jantar em silêncio, mais foi quebrado por Regina, que falou diretamente comigo a primeira vez aquela noite.
— Então senhorita Swan, obrigada por me convidar.
— Não precisa agradecer, e pode me chamar de Emma.—Então me conta como vocês se conheceram.
—Bom foi no dia do meu aniversário, eu não estava me sentindo muito bem, estava um pouco triste e o Henry foi tão gentil comigo, seu filho é incrível.— Disse as últimas palavras com o olhar carinhoso para Henry. Ela contava sobre o dia em que se conheceram algumas coisas eu já até sabia, pois Henry já tinha me dito. A conversa ficou muito agradável e a mesa era só sorrisos.
Depois do jantar voltamos para a sala, e continuamos a conversa, de vez em quando trocávamos olhares cúmplices, pude saber um pouco mais sobre aquela que até pouco tempo era uma desconhecida, mais olhando agora, até parece que nós conhecíamos a um tempo.
Passava um pouco das nove da noite, e o Henry começou a ficar sonolento.
— Filho vai escovar os dentes, acho que você vai dormir Jajá. Ele levantou, e seguiu para o banheiro, vi Regina me olhar um pouco sem graça.
— Bem Emma, Henry me disse que você trabalha no shopping. — Eu demorei alguns segundos até responder, ver ela pronunciando o meu nome me deixou hipnotizada.
— Oh sim, eu trabalho na joalheria Gold Store. Assim que eu respondi o meu filho voltou do banheiro.
— Bom eu acho que já está um pouco tarde, melhor eu ir embora.
—Ah não Gina, fica mais um pouco. Henry protestou.
— É que já está um pouco tarde, meu amor, e você já está aí cheio de sono.
— Tabom, mais você quem vai me colocar na cama hoje.
Olhei para os dois, que pareciam nem se importar com a minha presença. E realmente eles não estavam nem ai pra mim.
— Você se importa Emma?  Regina me perguntou com certo receio. E mais uma vez me encantei como sua voz doce e rouca pronunciando meu nome.
— Não, pode ir lá. — No fundo, claro que eu me importei, e me senti um pouco incomodada, mais por outro lado eu também não via meu filho feliz daquele jeito a um bom tempo. Então os dois seguiram para o quarto e eu fui para a cozinha, guardei o restante da comida na geladeira, e em seguida fui para o quarto do meu filho, parei um pouco antes de chegar na porta, e pude ouvi-la lendo uma história, era preferida dele. Andei mais um pouco e vislumbrei Regina sentada na beirada da cama, com o livro no colo, tão compenetrada na história que nem reparou que eu estava ali, sua mão direita segurava o livro, enquanto a esquerda estava presa a mão do Henry, que já estava dormindo.
Voltei para a sala, e depois de algum tempo Regina vem na minha direção no sofá.
— Bem, acho que já vou indo.— Disse, pegando a bolsa que estava em cima do sofá.
— Não, fica mais um pouco. Por impulso levei minha mão ao seu pulso, segurando levemente, assim que ela olhou pra minha mão no seu braço eu tirei rápido, e meu rosto com certeza ficou da mesma cor do meu vestido. — Quero dizer, é que ainda está cedo.
— Eu gostaria muito de ficar, mais é que eu tenho um compromisso bem cedo amanhã. — Ela me respondeu e um sorriso amarelo alcançou seus lábios. Nesse mesmo instante, eu vi ela mexer na bolsa e logo me entregou um cartão.
Assim que li o seu nome e sobrenome, uma dúvida ganhou a minha mente e eu não pude deixar de perguntar.
— O que você é do Henry Mills?.— Me olhou curiosa, como se quisesse dizer, “ de onde você o conhece ”, depois de alguns segundos acabou respondendo.
—Ele era meu pai.
— Nossa, que conhecidencia, ele foi meu professor na faculdade, sabia que o nome do meu filho é em homenagem a ele?. Ela abriu um sorriso que alegrou o meu coração.
— Sério? Não podia ter escolhido melhor.
— Sim, eu passei por um momento muito complicado durante a faculdade e ele me deu a maior força, eu ia acabar desistindo do curso quando descobri que estava grávida, eu estava num dia péssimo e ele vendo a minha situação veio conversar comigo, a família da Belle sempre foi contra o nosso relacionamento e quando descobriram que eu estava gravida, tudo ficou pior, os pais dela  a expulsaram de casa, eu morava num apartamento minúsculo com minha amiga Zelena, e depois de uma longa conversa com seu pai ele me convenceu a continuar estudando. Me ajudou tanto, lembro das vezes que eu precisava fazer prova e ele segurava o Henry pra mim. Nesse momento nós  derramamos algumas lágrimas. Mas em seguida uma expressão confusa tomou conta do seu rosto, parecia que ela queria me perguntar algo, mais estava com vergonha. — você que perguntar algo?
— Mais como você engravidou de uma mulher?
— Ela era intersexual. Ela apenas maneou com a cabeça como se disse “ entendi”.
— Meu pai era um homem maravilhoso, eu sinto tanto a falta dele, e muito orgulho de ser filha de Henry Mills.
— Sim, ele era um exemplo para muitos alunos, era o professor mais querido.
— Então você é formada em administração?
— Ah não, infelizmente eu não consegui terminar a faculdade, faltando apenas um ano para concluir o curso, a Belle morreu, e minha vida se desestabilizou por completa, sem emprego, sem casa pra morar, o Henry tinha 3 anos e então eu tive que trabalhar pra gente não morrer de fome.
— Oh! Quem sabe agora que ele está maior você não consiga.
— Eu acredito nisso.
— Bom Emma, eu realmente preciso ir. Muito obrigada pelo jantar, estava tudo muito bom.
— Eu que agradeço, espero que você possa voltar mais vezes. — Disse acompanhando ela até a porta. Assim que ela passou, ficou de frente para mim, nessa hora eu não sabia como me despedir, fiquei com medo de parecer invasiva, ela também parecia sem jeito, então depois de ponderar por alguns segundos, estendendo a minha mão, que foi pega por ela imediatamente, e o ato se repetiu, nossos olhos se prenderam e aquele momento vai ficar pra sempre eternizado na minha memória, aquela com certeza foi a primeira vez que eu me apaixonei por Regina Mills.



Eai gostaram? Contém pra mim se devo continuar nos comentários.
Até o próximo capítulo 😘😘

FRIENDS' LOVE - SWANQUEEN- FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora