Capítulo 13: Ascensão

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Olá coelhinhos, estou de volta depois de muito tempo( MUITO). Esse capítulo é totalmente diferente do que eu costumava fazer, mudanças são necessárias e eu fiz o meu melhor para ficar perfeito, recebi uma ótima ajuda e vamos deixar isso para as notas finais. *Por favor leiam.*
Boa leitura!
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Narração CangSe - Dezenove anos  atrás

Como será que é amar alguém, ao ponto de sua vida não significar nada se a do outro estiver em perigo? Como deve ser esse sentimento? Sempre quis saber, mas nunca tive oportunidade. Enquanto pensava sobre isso eu andava pelo meu quarto tentando me acalmar, hoje é o dia do meu casamento e minha história é oposta aos meus sonhos e desejos, eu nem mesmo tinha visto o rosto do meu noivo, estava casando com um completo desconhecido e tudo isso me entristecia muito. Por ser uma mulher, tinha uma etiqueta rígida a ser seguida, não deveria sair sem permissão, deveria me comportar em frente aos outros e me vestir conforme minha família mandava, ou seja, deveria viver conforme as regras impostas por outros e nunca viver de acordo com meus desejos e princípios.

Lembro-me do dia em que meu pai firmou o acordo com o homem que logo seria meu marido e a única coisa levada em consideração naquela reunião eram as vontades dele, eu nem mesmo fui autorizada levantar  meu rosto em sua presença, vi apenas sua botas cara e a ponta de uma espada embainhada e que parecia pesar muito, logo depois fui levada de volta ao meu quarto. Me senti muito triste, mas esse era um sentimento com o qual estava acostumada e como sempre, fui ao meu esconderijo, o local em que poderia ser eu mesma e ter um pouco de felicidade, as estantes empoeiradas e com livros esquecidos era meu paraíso particular, graças a ajuda da cozinheira, uma mulher bondosa que me ajudava sempre que precisava é que tive acesso aquele lugar pela primeira vez, eu só saí daquele aposento já muito tarde da noite, recebi um olhar de reprovação de meu pai durante o jantar que durou até o momento que os servos trouxeram a comida. Tenho guardado em minha memória o choro que finalmente permiti sair pelo futuro que me aguardava, por nascer fêmea e ainda por cima ómega. Na época eu me sentia culpada por ter nascido e colocado fim aos planos do líder do meu Clã, até mesmo por meu pai perder a esposa e as lembranças que ele tinha dela e as destruiu em meio à fúria ao descobrir meu nascimento. Eu me culpava por tudo.

Agora, as coisas eram diferentes e isso não me abalava, não mais, eu tinha a mim mesma e isso era o suficiente, além de uma ou duas pessoas de confiança que  poderia chamar de amigas e que graças aos deuses me acompanhariam até meu futuro lar, eu nem mesmo sei se posso chamar assim, já que algumas tradições foram ignoradas, meu noivo se negou a fazer as três reverências a minha mãe, para ele apenas eu devia honrar seus ancestrais, o que pra mim era um absurdo, mesmo que seja um casamento arranjado eu seria esposa dele, mãe de seus filhos e minha família também seria a família deles, eu não esperava algo romântico, mas o mínimo de respeito, pelo jeito eu seria apenas um brinquedo para ele, uma peça descartável já que a coisa que mais importava era minha ida para sua seita e a consumação final que confirmaria a união entre os clãs. Mas era isso, estava pronta, coloquei a última peça e andei devagar para não tropeçar no enorme véu vermelho e esperei que viessem me buscar. O véu cobria meu rosto muito bem maquiado e também meus olhos que já não tinham mais lágrimas, no fundo eu sabia que esse era o melhor caminho, talvez eu tivesse filhos e eles seriam minha família, seriam meus para sempre.

[...] 

Já era meio dia e eu me encontrava no meio do cortejo nupcial em direção a uma parte mais densa da floresta, eu sentia os cheiros ao meu redor, a terra húmida, as flores, as árvores tudo era agradável, olhei pela janela discretamente e respirei lentamente, por um momento eu senti um cheiro diferente, que não se encaixava naquele cenário, o aroma de lírios e madeira fresca era forte e predominava todos os outros odores, estranhei pois nessa região não haviam lírios, escutei barulhos do lado de fora e de repente o Jiaozi* onde estava começa a balançar, me agarro a qualquer coisa que possa me manter firme, tudo foi muito rápido, os barulhos começaram com apenas sons de espadas mas depois se tornaram gritos e de repente tudo fica silencioso, senti que o Jiàozi é colocado vagarosamente no chão e ouvi sussurros angustiados que provavelmente vinham das minhas minhas damas de companhia, então a porta é aberta de forma brusca, levanto minha cabeça e fico surpresa e assustada ao mesmo tempo, sinto tudo a minha volta passar lentamente, a minha frente está um belo homem com lindos olhos azuis que parecem brilhar e apesar de sua presença onipotente ele me passa segurança. Quando o vento sopra percebo que cheiro de lírios com um toque de madeira vinha dele. Ficamos algum tempo nos encarando até que seu olhar desvia do meu, ele se afasta e começa a dar ordens a seus subordinados.

Nosso Jardim-WangXian - ❣Where stories live. Discover now