Capítulo Sete

Comincia dall'inizio
                                    

Henrique analisava a pequena casa de Ayla, sentado no sofá, enquanto a esperava voltar do banho; estava prestes a ligar o chuveiro quando escutou seus gritos pedindo socorro. O lugar, apesar de simples, era bonito e bastante aconchegante. Tudo era bem organizado, o que combinava com a personalidade metódica da moradora.

Havia uma televisão no meio da sala e um mesinha em frente a ela. Cansado, permitiu-se relaxar por um momento, apoiando os pés em cima do móvel de madeira.

— Tira seus pés de cima da minha mesinha — Ele pulou de susto ao escutar a voz furiosa da garota e rapidamente sentou-se de forma ereta no sofá.

— Tava só testando a resistência dela — Tentou se justificar.

Ayla estava sem óculos, os cabelos molhados e vestia um short branco e uma blusa preta de alças finas. Henrique a observou, um pouco hipnotizado por alguns segundos, já que nunca tinha visto-a tão natural e ao mesmo tempo tão bonita.

O que estava pensando?

— Ok, acho que você já teve tempo suficiente pra se acalmar — andou e sentou-se ao seu lado. — Agora me diz, o que tá fazendo aqui?

— Eu... Eu tava passeando — Respondeu tentando parecer verdadeiro, mas a julgar pela expressão entediada no rosto da garota, talvez não tivesse dado muito certo.

— Claro — Sorriu falsamente. — Porque você anda por aqui todo dia, não é?

— Eu que deveria tá fazendo as perguntas — Disse tentando parecer confiante.

Perdão?

— Quando ia me contar que mora no Tártaro?

Ayla passou a mão no rosto tentando se agarrar ao último fio de sanidade que ainda lhe restava e segurou-se para não voar em cima do garoto e enchê-logo de tapas.

— Meu Deus! — levantou-se, começando a caminhar impaciente pela sala — Quantas vezes eu vou ter que repetir? Não somos amigos e minha vida não é da sua conta.

— Poxa — Disse magoado. — Achei que a nossa relação tava evoluindo.

— Você é doido? Podia ter sido esfaqueado se eu não tivesse chegado a tempo — Parou de andar e virou-se para o garoto. — Tudo isso pra quê? Pra descobrir onde eu moro?

Henrique baixou a cabeça um pouco abalado e amaldiçoou-se pela maldita ideia que havia tido naquele vestiário.

Ayla estava certa, como sempre. Poderia ter morrido, ou pior, ter se perdido e nunca mais ter encontrado o caminho de volta para casa.

— Tá, você tem razão, eu não deveria ter feito isso. Mas eu só fiz porque você realmente parece empenhada em fazer da sua vida um grande mistério.

— Então a culpa é minha?

— Não, não — Levantou-se e caminhou em sua direção. — Não foi isso que eu quis dizer. É só que... Eu sei que você me odeia... e tem todos os motivos — Adiantou-se em dizer. — Mas, droga. Você tem sido a pessoa que eu mais tenho passado tempo ultimamente e eu me sinto mal em não saber nada sobre a sua vida.

Ayla suavizou a expressão irritada em seu rosto ao escutar a justificativa de Henrique e voltou a sentar-se no sofá, mais propensa a ter uma conversa pacífica e tranquila com o garoto. Ele fez o mesmo.

— Eu não te odeio — Começou a falar um pouco mais calma. — Eu sei que tenho sido injusta com você, te tratando mal à toa e sendo uma péssima colega de trabalho — Fechou os olhos e buscou forças para dizer a próxima palavra. — Desculpa.

Negócio Fechado | ✓Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora