Me virei sorrindo para Jiyong, que me retribuiu. Ele conseguia ser ainda mais bonito de perto.

— Conte mais sobre você, Jiyong, você parece um cara legal! – A voz de Laura interrompeu nosso momento de segundos.

    Voltando meu olhar para os dois à minha frente, vi que os mesmos estavam totalmente alheios e brigando pela rosquinha que havia dado. Agradecia o fato de eles sempre estarem absortos demais em suas brigas imaturas para notar o quanto eu estava atraída pelo homem ao meu lado. Pois é, eu havia admitido esse fato para mim mesma quando me peguei imaginando um possível beijo naquele estúdio.

    Jiyong então contou um pouco sobre sua chegada aqui e o que achou do evento, sobre seus planos para o estúdio e suas obras, contou também um pouco do parecer de sua família, uma tradicional asiática, sobre sua vinda. É claro que eles não haviam gostado muito, mas não havia muito o que fazer. Apesar de contar sobre si, ele não deu muitos detalhes, o que me deixava ainda mais curiosa sobre ele. Em algum momento da conversa ele confessou que tinha vinte e oito anos, deixando todos ali chocados, incluindo eu.

— Meu Deus, o que você passa no rosto? – Laura disse descaradamente, fazendo Jiyong rir tímido com as mãos no rosto. — Eu te daria no máximo vinte e três anos, é sério.

— Obrigado, eu acho.... – O pintor agradeceu ainda muito tímido.

Nesse momento fomos interrompidos pelo celular de Laura.

— Ai gente, desculpa, mas tenho que voltar para casa agora. – Seu tom transparecia tristeza. — Ote, você vem comigo, né?

— Claro, claro! Até mais, Jiyong. Você é um cara maneiro, espero nos encontrarmos novamente! – Ele estendeu a mão em forma de cumprimento para Jiyong — E Flora, por favor me avise quando for para casa!

— Pode deixar, amigo, é claro que irei avisar.

    Assim os dois saíram, nos deixando a sós e sentados bem perto um do outro no banco de couro do café, só me fazendo reparar na pouca distância agora. Por um momento não falamos nada, acho que pela surpresa de nos vermos tão rapidamente desde a última vez e estarmos finalmente sozinhos.

    Jiyong circulava seu dedo indicador na boca do copo enquanto eu observava seu movimento, reparando em sua mão cheia de anéis. Em algum momento senti seu olhar em meu rosto. Não o encarei de volta, ainda concentrada em seu movimento sobre o copo, então o mesmo parou de repente e bateu seus anéis contra a mesa de forma audível, me fazendo olhá-lo.

— Você quer conhecer a parte de cima do estúdio? Lá tem uma vista legal caso queira continuar conversando, é claro. – Ele disse com o sorriso bonito de sempre, mas ainda assim tímido.

— Sim! Eu adoraria. – Eu nem mesmo sabia que seu estúdio tinha uma segunda parte.

    Saímos do café jogando os copos vazios no lixo e fomos conversando no caminho até o estúdio. Era diferente ver o trajeto agora pelo fim de tarde de um dia de semana.

— Seu amigo deve me odiar por ter te tirado do evento daquela forma repentina no sábado.

— O que? É claro que não, não viu como ele gostou de você lá no café, agora ele vai tentar te levar para as festas que Laura dá na casa dela. – Rimos juntos e vejo que ele até mesmo pareceu mais aliviado. — Espero que aceite o convite, as festas de Laura são as melhores!

— Não sei, acho que já passei da idade para festa de jovens universitários. – Ele diz me olhando de canto, seu sorriso presunçoso não negava que estava tentando me zoar.

    Bato em seu braço levemente como resposta.

— O que está tentando dizer com isso? Você não é velho, Jiyong.

Singular - Kwon JiyongUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum