Quando chegamos ao café, fomos direto ao balcão e fizemos os pedidos. Como sempre Ote pedia a mesma coisa, eu pedia algo diferente e influenciava Laura a fazer o mesmo. Assim que me virei fui surpreendida pelo corpo agora conhecido de Jiyong sentado no fundo do café, concentrado em um caderno que parecia ser de desenho. Será que eu deveria falar com ele por educação ou estaria o atrapalhando?
— O que foi, Flora? Algo errado? – Laura surge do meu lado de repente, e a olho antes de voltar para ele.
— É aquele ali, sentado no fundo. O pintor o qual visitei o estúdio no sábado. – Disse em tom de voz baixo e pude ver Laura arregalar um pouco os olhos. Enquanto isso Ote estava esperando os pedidos na fila, provavelmente decidindo o que levaria para casa também.
— Meu Deus, ele é muito bonito! Qual o nome dele? – Confesso que quis rir com seu comentário, mas me segurei.
— Jiyong, mas por favor n-
Tarde demais.
Laura andava em direção à mesa do pintor, que ao notar sua presença a olhou, surpreso.
— Olá, Jiyong, boa tarde e desculpa o incômodo, sou amiga da Flora, aquela com o moletom de melancia que você já deve ter conhecido. Tudo bem?
Virei o rosto para o lado contrário, já me sentia ficando vermelha de tanta vergonha. Ela sempre fazia isso, deve ter percebido que fiquei afetada por sua presença e resolveu me envergonhar.
Decidi me virar e esperar por Ote, com medo do que veria quando olhasse para os dois.
— Ote, vou ficar aqui do seu lado para te ajudar a levar as coisas. – Ele me olhou confuso, mas não falou nada.
Quando saímos da fila vi o aceno de Laura em nossa direção, esta que estava sentada de frente para Jiyong, o mesmo nos encarando com a mesma porcentagem de vergonha que eu devia estar sentindo agora.
Ote me encarou confuso, mas preferi não dizer nada e apenas fui em direção à mesa com o resto de coragem que havia comigo. Meu amigo sentou ao lado de Laura e sentei ao lado do pintor, sem coragem de olhá-lo no rosto.
— Oi, Jiyong... – Disse tão baixo que talvez só ele tivesse ouvido, ajeitava as coisas do meu pedido disfarçadamente.
— Olá, Flora. Sua amiga é muito simpática. – Ele disse também baixo com um sorriso pequeno.
— Ote, esse é o Jiyong, aquele pintor que a Flora contou que foi visitar o estúdio no sábado. – Laura explicou para Ote que ainda permanecia confuso.
Lá vem.
— Ah, o pintor que a fez sair tão distraída do evento que nem mesmo lembrou de avisar seu amigo fiel e preocupado com sua integridade física? – Ele virou-se para mim, cruzando os braços.
— Ote, pelo amor de deus! Eu estou aqui, não estou? Chega desse drama! – Disse, enfiando uma das minhas rosquinhas na boca de Ote, o que fez Laura rir alto.
— Pode ficar tranquilo, Ote, sei que não me conhece ainda e minhas palavras podem não fazer a menor diferença agora, mas quero deixar claro que nunca teria a coragem de fazer qualquer coisa à Flora. – Ele estava sentado tão perto de mim e sua voz estava tão séria e próxima que eu sentia meu corpo ficar amolecido. — Nós já havíamos nos conhecido algumas semanas atrás, ela deve ter contado isso também.
Ai, eu queria que ele falasse comigo com aquela voz até que eu dormisse.
— Ela contou sim e fico muito grato por ter levado ela de volta. Foi muito gentil da sua parte.
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Singular - Kwon Jiyong
FanfictionFlora nunca havia se sentido tão intrigada por alguém até pousar seus olhos sobre o homem que entrou naquele restaurante. A partir deste dia, o destino - se você for um dos que acredita nele - uniu estes dois indivíduos tão diferentes através de um...
Daisy.
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