Os Mistérios de Taylor Reese | 3ª Temporada ~ 13.03.2020

Capítulo 07: A Possessão de Nancy ~ Pt.2

Ela encontrou em um site de notícias locais uma entrevista com a história de vida do padre. Logo a primeira pergunta atestou sua teoria: ele havia crescido no sistema; era uma criança órfã. Ninguém sabia quem fora seus pais, até Alan chegar à cidade. O professor provavelmente mudara-se para lá por causa de Paulo depois de descobrir serem irmãos gêmeos.

– Há, como eu amo uma reunião de família. – Sarcástica, Taylor abriu um sorriso. Aos poucos, as peças estavam se encaixando. – Vamos.

– Para onde? – Ele disse, enquanto levantavam guardando o notebook.

– Visitar Alan.

Apesar das férias de fim de ano, descobriram que Alan estava trabalhando em sua escola de Curitiba, dando a chance de eles fazerem uma visita a casa do professor. O lugar ficava há algumas ruas do bairro Santa Felicidade, famoso pelos restaurantes italianos e um em específico que era capaz de servir milhares de pessoas ao mesmo tempo. Taylor nunca tinha feito uma visita a nenhum deles; de fato, nunca tinha ido a Curitiba até então.

A casa era imensa, com três andares, o teto europeu e um quarto no teto com uma janela cumprida de vidro que chegava até quase o teto. A porta da frente era dupla; um conjunto de três círculos ornavam-na, sendo que metade estava em cada lado da porta. As maçanetas estavam no meio de cada, e eram douradas – Taylor duvidava que era de ouro de verdade.

Como se pertencem-se ao lugar, ou no mínimo, tinham permissão para estar ali, eles foram até a porta – não havia muros altos – e tentaram girar a maçaneta. Para surpresa deles, estava aberta. Contudo, o lugar não estava vazio.

Logo no grande saguão, eles viram uma mulher de toalha andando pela cozinha, cuja passagem de entrada era visível da porta. Ela olhou para eles assustada, seus olhos arregalados. Ela tinha o corpo esbelto, mas não era exatamente magra. Seu rosto era fino, os olhos grandes e azuis, os cabelos loiros caindo molhados em seu ombro.

– Posso ajudar? – Ela disse; sua voz era cautelosa, mas ela não parecia com medo.

– Sim, eu sou primo de Alan, vindo de Areias. Ele não disse? – Fabián pulou na frente de Taylor; ela ficou feliz que ele estava voltando aos seus antigos hábitos, mas ela não demonstrou. – Esta é minha irmã, também prima de Alan.

– Ele não disse. Ele nunca me diz nada. – Ela reclamou revirando os olhos. – Sou Lia.

– Assumo que você seja a namorada de Alan. – Fabián, que agora já estava junto a ela na cozinha, disse.

– Às vezes. – Ela respondeu com um sorriso malicioso. Taylor sabia bem o que aconteceria em seguida.

Sem dizer nada, ela subiu para o segundo andar, olhando todos os quartos – eram três. Um deles não tinha móveis, o outro era um escritório e o último uma suíte com uma cama redonda. Havia mais uma porta, um banheiro simples. Ela decidiu focar no escritório.

Sacou um pendrive e conectou ao computador que havia ali; começou a copiar pastas de arquivos que pareciam ser importantes. Enquanto ele fazia o trabalho, ela vasculhou pela sala. Analisou papeis das gavetas, nada além de provas e trabalhos para corrigir; ela achou improvável, mas procurou por botões secretos ou fundo falsos, mas nada.

Fuçou nos livros, puxando praticamente um por um, mas nenhum deles abriu uma passagem secreta. Havia algumas pequenas réplicas dentro de um case de vidro, mas ela não mexeu nelas; não pareciam estar conectadas as nada. Foi então que notou um livro diferente dos outros, de pé ao lado da torre do computador – ela não tinha visto antes, quando usou o computador. Puxou-o.

A capa era vinho, com arabescos nos cantos e linhas nas laterais, topo e base, que uniam os enfeites. Assim como eles, o título estava em dourado: As Aventuras de Huckleberry Finn. Taylor abriu-o, sorrindo ao descobrir seu segredo. As páginas haviam sido cortadas no formato de pequenos frascos, cinco para ser preciso, entretanto, havia apenas um ali. Eles continham um líquido transparente, quase água, mas para guardá-los em tanto segredo, só poderiam ser importantes. Ela pegou o frasco, guardando em sua bolsa. Colocou o livro no lugar de volta; ao mesmo tempo, a cópia dos documentos havia terminado.