Capítulo 02: Ana e o Mar - Pt.2

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Paraty, Brasil

Abril de 2013

Taylor andava de um lado para o outro em seu quarto na pensão. Felizmente, estava longe do calor escaldante de Paraty, graças ao ar-condicionado à 16ºC, a temperatura ideal para ela.

Os exames de Ana e Lívia Barretos estavam jogados em sua cama. Em sua cabeça, tentava fazer com que aquele mistério se resolvesse, já que sabia, ou melhor, sentia, que havia algo a mais. Sabia o que deveria fazer a seguir.

Decidida, ela saiu do quarto praticamente batendo os pés, andou até a porta de Fabian e bateu. Ouviu um grito feminino de surpresa e ele movimentando-se rapidamente dentro do recinto. Minutos depois, ele abriu a porta, apenas uma fresta para que ela pudesse ver sua cabeça.

– O que foi? – Perguntou, irritado. Taylor percebeu que tinha interrompido a relação dele com quem quer que fosse.

Ótimo, Taylor pensou, satisfeita consigo mesma pela intromissão antes de finalmente dizer:

– Vamos, tem algo que precisamos fazer. – Sua determinação continuava inabalada.

Fabian bufou, encarando as estrelas no céu por alguns segundos antes de virar-se para ela outra vez.

– O quê ?

– Jantar. – Fabian, incrédulo, bateu a porta. – Você sabe que eu não consigo pensar com fome! – Gritou para ele.

Ignorada, Taylor ouviu uma gargalhada que sem dúvida pertencia a uma garota jovem. Ela revirou os olhos e deixou a pousada.

No fim da rua, havia um pequeno food-truck de lanches. Taylor sentou em uma das cadeiras de uma mesa e esperou, enquanto bebericava seu refrigerante, que seu x-tudo ficasse pronto.

O caso de Ana martelava dentro de sua cabeça; claro que sabia que o tal garoto da história que nunca saia da água não era um tritão. No fundo, porém, tinha esperança que fosse real; de fato, a principal razão de estar ali era essa, já que os tritões são seres mágicos. E Magia, era exatamente o que ela procurava.

Enquanto, dificultosamente, comia o imenso lanche, ela limpou sua cabeça e acabou por escutar a conversa de dois homens que, regados por cerveja, falavam sobre sua coluna no jornal. Sabia que era conhecida por ela, mas isso não a impedia de fazer coisa alguma. Ela não se importou muito com o que diziam, mesmo que eles estivessem elogiando.

Depois de comer, ela pagou pelo lanche e foi caminhar. Ao chegar às redondezas do centro histórico, ela viu um último barqueiro prendendo sua embarcação a um píer. Então, teve uma ideia.

– Com licença, senhor. – Disse simpaticamente; apenas quando ele se virou para ela, foi que ela acrescentou: – O senhor conhece a história de Ana Barretos? – Ela pôde ver seus ombros tencionarem ao ouvir o nome; os moradores locais não gostavam muito dessa história.

– Sim, senhora. – Ele respondeu de tal maneira que faria qualquer um desistir, menos Taylor.

– Sabe onde fica a ilha?

– Sim, mas há um problema. – Ele falava de maneira rude, tentando afastar a jornalista. – A ilha desaparece de tempos em tempos devido à maré.

– Não importa, já que faremos mergulho. Pagarei o dobro se conseguir o equipamento. – O homem abriu um sorriso largo; agora estava falando a língua dele. – Quero sair amanhã de manhã, às 10 horas.

O homem confirmou e eles selaram o contrato com um aperto de mãos.

No caminho de volta à pousada, ouviu passos atrás de si. Não costumava ouvir muitas notícias de violência em Paraty, mas também não tinha ido atrás para saber.

Os Mistérios de Taylor Reese | 3ª Temporada ~ 13.03.2020Where stories live. Discover now