Capítulo 45.

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Lhe lanço um olhar impaciente diante de tanto ocultamento sem cabimento sobre minha vida. Estou me esforçando muito para não me estressar ou surtar com essa informação que acabei de descobrir por meio de uma carta.

Nunca me imaginei fazendo parte de uma profecia, sempre pensei que iria ser fácil encontrar o meu companheiro, fazer uma faculdade e morar sozinha com o meu parceiro, ter uma vida normal. Mas estava totalmente enganada, o meu companheiro é o alfa da minha alcateia, que me escondeu por muito tempo essa informação, e o meu futuro filho vai ser o novo supremo, que vai ter muita responsabilidade desde criança.

—Irei te explicar tudo!– ele quebra o silêncio, se sentando ao meu lado no sofá da biblioteca.

—É claro que você vai, vocês já esconderam coisas demais de mim. Estou cansada disso!

—Essa parte foram os seus pais que acharam melhor contar quando você chegasse na maioridade.

—Claro, é mais conveniente deixar que eu seja a última a saber do meu próprio futuro!– exclamo impaciente.

—Lembra daquelas pessoas que sempre iam visitar o meu pai quando éramos menor?

—Sim, até hoje visitam ele, pois são Alfas, autoridades de outras alcateia.

—Lembra também que seus pais sempre te levava para almoçar na nossa casa quando eles apareciam?– confirmo com a cabeça, esperando ele acabar de falar.—Eles nunca apareceram para visitar o meu pai e o nosso povo, e sim, para se certificarem que você estaria bem.

—Então era por isso que sempre minha mãe me obrigava a ir nesses almoços estranhos que eles ficavam me fazendo perguntas. Achava que era só por educação.

—Todos os anos eles aparecem para te visitar e ver se você precisa de alguma ajuda. Provavelmente no fim do ano vai vim o alfa da alcateia Waning.

—Pelo menos eles são bem legais, mas eles sabiam que iríamos ser companheiros um do outro?

—Não, só a nossa família que desconfiava, mas não contou para ninguém.

—Você não tem mais nada para esconder de mim?

—Não, prometo que essa era a ultima informação!

—Então, agora vamos comer?– pergunto levantando do sofá.

—Vamos, já está na hora do jantar.

Ainda estou absorvendo toda informação, tentando me conformar com tudo, com o meu futuro.

Não demoramos muito para chegarmos na sala de jantar, que já estava ocupada pelos meus tios sentados nas cadeiras, sendo servidos pela tia Nanda. Vou até ela e lhe dou um abraço, sendo acolhida no mesmo momento.

—Já ia mandar a Nanda ir chamar vocês para o jantar.– me afasto da tia Nanda ao ouvir a voz da tia Alice, e me  sento ao lado do Dylan.

—Contei a profecia para a Emi!– Dylan diz e começo a por comida no meu prato.

—Hum, pensei que quem iria contar era os pais da Emi.– tio Carlos fala e eu continuo comendo.

—Não queria mais guardar segredo com ela, precisava contar!

—Eu lhe entendo! Emi, como você está se sentindo?– levanto o olhar para tia Alice ao escutar o meu nome.

—Ainda estou assimilando tudo isso, mas estou bem. Não é como se eu fosse ficar grávida do futuro supremo com os meus dezesseis anos.

—Sim, claro que não. Mesmo que a maioria dos Alfas estejam nos ligando muito em apenas um dia desde que descobriram que você achou o seu parceiro, e de certa forma estão querendo te ver grávida logo para que...

—O que?– interrompo ela assustada.

—Querida, não deixe ela nervosa!

—Eu não irei ter filho com apenas dezesseis anos, tenho os meus estudos para terminar e não vou atrasar eles só porque um bando de Alfas sem noção quer!

—Sim, o corpo é seu e a escolha é sua. Só estava falando que eles me ligaram pedindo isso, mas eu lhes disse que isso vai ser impossível por agora.

—É só os ignorar se eles começarem a falar desse assunto. Vai ser tudo no seu tempo, lobinha!– sorrio sem mostrar os dentes para ele e volto a comer.

Mas de algum modo essa conversa tirou o meu apetite, só que não irei desperdiçar comida e irei me esforçar para comer.

Quando termino de comer, levanto da mesa e me dirijo até a cozinha, deixando o prato sobre a pia. Antes de me virar consigo sentir a presença do Dylan adentrando a cozinha.

Ele vai até a geladeira e tira de lá duas barras de chocolate, me entregando uma e ficando com a outra.

Subimos a escada e fomos na direção do seu quarto, me jogando em sua cama assim que entrei e abri a barra de chocolate. O seu aroma no quarto está mais forte, me deixando mais confortável ainda.

—Você ainda está brava sobre aquela conversa no jantar?– viro o meu rosto de lado, observando o seu rosto próximo ao meu.

—Não, mas achei esses Alfas muito babacas por querer interferir na minha vida assim!– digo e em seguida mordo um pedaço do chocolate.

—Também achei, mas não liga pra isso.

—Espera, que dia é hoje?– pergunto lembrando que talvez amanhã tenha aula.

—Domingo, amanhã temos aula.

—Pelo menos amanhã vou saber se o meu casal favorito estão juntos.

—Pensei que o seu casal favorito era nós!– dou risada dele e me aproximo, selando os seus lábios nos meus em apenas um selinho.

—Então me deixa reformular a frase. Pelo menos amanhã vou saber se o meu segundo casal favorito estão juntos.

—Agora sim. Mas quem é o seu segundo casal favorito?

—Tompie!– assim que eu acabo de falar ele começa a gargalhar.

—Você manda muito bem nas junções dos nomes!

—Eu sei disso.– ficou realmente ruim.

—Mas o que tem eles dois? O Pietro me disse que não queria conversar com aquele garoto, o que de certa forma concordo com ele.– dou um tapa no seu braço, fazendo com que ele massagei o local acertado.

—Para de implicância com o Thomas, ele só quer se acertar com o companheiro dele.

—Ainda bem que ele arranjou um companheiro logo, mas coitado do Pietro.– reviro os olhos por conta da sua implicância com o Thomas.

—Ontem na minha festa acho que eles devem ter se resolvido, ou brigado. Pela expressão do Thomas ao ver o Pietro dançando com a Stella acho que devem ter brigado, mas o Thomas não é como alguém que eu conheço que é esquentadinho demais.

—Eu senti a indireta! Não acho que o Pietro tenha ficado com a Stella. O lobo dele a rejeitaria se eles tentassem se beijar.

—Mas mesmo assim estou curiosa para saber de tudo.

—Santa Selene, a minha companheira é fofoqueira demais!– dou mais um tapa em seu braço.

—Amor, os seus tapas doem!– minha loba se agita, e tenho certeza que não é só ela, ao ouvir ele me chamando assim, um sorriso enorme aparece no meu rosto.

—Você me chamou de amor!– exclamo contente.

—Pode ir se acostumando com isso, irei te chamar de amor sempre que puder, porque é isso que você me faz sentir por ti!

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant