Timmy ou Lilly? (Timothée Chalamet Fanfiction) - FINALIZADA

.um.

- BARBARA -

Eu sabia que Lilly estava chorando porque podia ouvir Someone Like You da Adele tocando do lado de dentro do quarto dela. Lilly sempre colocava Someone Like You quando estava chorando porque aquela era a música que a ajudava a chorar tudo o que tinha para chorar. Era o "dedo na goela" musical de Lilly.

- Lilly, abre a porta - pedi, virando a maçaneta sem sucesso - conversa comigo!

- Não quero conversar, Babs - disse ela, com a voz embargada - por favor, eu só quero ficar sozinha...

Eu e Lilly éramos amigas desde os dez anos de idade e tínhamos feito o possível e o impossível na vida para nunca termos que nos separar. Lilly era a parte doce e inocente da nossa amizade, enquanto eu era a parte amarga e atrevida. Nossas famílias eram amigas, nossos amigos eram amigos e até nossos cachorros se amavam. Por isso, saber que Lilly não queria conversar comigo sobre o que estava acontecendo com ela era muito preocupante.

- Lilly, se você não abrir a porta eu vou tomar sozinha a garrafa de coca cola que tá na geladeira - ameacei, sabendo que aquilo ia mexer com ela. Eu e Lilly só comprávamos coca cola no fim de semana e sempre bebíamos juntas antes do domingo terminar - é sério, se você não abrir eu vou lá na geladeira pegar a coca e tomar no bico! - falei, sabendo como atingi-la.

- Você não faria isso, Barbara! - gritou ela de volta, com uma voz manhosa - você não enfiaria uma faca no meu coração! Não chutaria cachorro morto!

- Então abre a porta! - falei, tentando a maçaneta de novo - eu prometo que vou ajudar. Só vou ouvir. - Lilly de repente desligou Someone Like You do outro lado. - Eu sei que a Adele te entende, mas eu te entendo também. Eu só quero ajudar...

Já fazia alguns dias que Lilly estava estranha, mas eu ainda não sabia o que estava acontecendo. Ela tinha saído com as amigas do curso dela da faculdade e desde o domingo em que foram para uma festa de calouros, Lilly estava esquisita e não saía do telefone. Ela escrevia mensagens super longas e estava sempre com uma cara de choro. Achei que fosse só a semana de provas na faculdade, mas agora que ela estava aos prantos no quarto, eu tinha certeza de que era algo mais sério.

- Promete que não vai ficar brava e nem me julgar? - perguntou ela, assoando o nariz em seguida.

- Nunca, Lilly - falei, sentindo meu corpo arrepiar. O que será que Lilly tinha feito?

Vi a maçaneta virar e a porta se abrir. Lilly apareceu com os olhos vermelhos e o rosto inchado, usando um moletom rosa e os cabelos loiros em um rabo de cavalo muito esquisito. Quem tinha feito mal para uma garota como Lilly? Quem estava fazendo minha melhor amiga chorar daquela jeito? Lilly não fazia mal para ninguém! Era sempre eu que ligava para a companhia telefônica quando tínhamos problemas e era eu quem desmarcava os compromissos dela quando Lilly não queria ir. Quem, em sã consciência, podia estar machucando uma garota tão doce como a Lilly?

Sentei na cama dela, vendo-a sentar de frente para mim. Estique minha mão para segurar na dela, querendo que Lilly tivesse certeza de que estávamos juntas. O que quer que fosse, eu estava ali.

- Se importa se eu colocar a Adele bem baixinho? - perguntou ela, me fazendo rolar os olhos. Assenti com a cabeça, logo ouvindo Someone Like You começar novamente. Lilly respirou fundo, segurando minhas duas mãos - ok, promete que não vai me julgar?

- Prometo.

- Tá certo. - Ela respirou fundo mais uma vez. - Meu problema é que... eu não sou mais virgem - contou, fechando os olhos como se eu fosse dar um soco no rosto dela. Meu queixo caiu, me fazendo parecer um personagem de desenho animado. Lilly disse a vida toda que ia casar virgem e havia passado por todos os anos na escola sem transar com um namorado sequer. Agora, no nosso primeiro ano de faculdade, ela me vinha com a notícia de que tinha transado? E nem tinha sido com um namorado!? O quê!? - domingo passado eu fui numa festa com as meninas e acabei perdendo a virgindade - disse, soltando minha mão para assoar o nariz.