Tedious but interesting

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— Não é da sua conta! — a loira responde por mim. Em seguida, pega minha mão e apressa nossos passos pelo corredor. — Vamos, Any! Vou te levar para ver o Josh, lembra?

Tentando conter o riso, sigo o ritmo ditado por ela enquanto desviamos dos demais alunos que se encontram pelo caminho. Mesmo confusa por sua reação, decido não dizer nada a princípio. Apenas quando chegamos ao lado externo da ESLA e iniciamos o percurso com destino ao nosso bairro é que eu a questiono.

— Por que falou com o Bailey daquele jeito? Ele aprontou algo na festa?

— Na verdade ele não foi o único. Krystian também. — ela suspira. — Os dois deram drogas ao Noah e à Saby, acredita?

— Meu Deus! — levo a mão a boca, espantada. — Não sabia que os seus amigos eram chegados nessas coisas.

— E não são. O problema foi a ingenuidade. Eles tinham bebido um pouco, o que pesou muito por ter sido a primeira vez. Saby me disse que já estavam um pouco altos quando viram Krys e Bailey por lá e se aproximaram pra tentar fazer amizade. Foi quando Bailey perguntou se eles queriam experimentar alguns doces. — ela revira os olhos e balança a cabeça em negativa. — Acredita que os retardados pensaram que eram doces de verdade?

— Ai, não!

— É, eu sei. É difícil acreditar na burrice, ainda mais conhecendo a fama daqueles garotos.

— Então foi por isso que Sabina e Noah se descontrolaram na festa. Lamar comentou a respeito.

— Sim, foi por isso. Você nem imagina o trabalho que Josh e eu tivemos para levá-los para casa.

— Posso imaginar. Caramba! É por essas e outras que eu espero que a Shiv nunca consiga se aproximar do Bailey. Definitivamente, esse garoto não presta.

— É, né... — ela comprime os lábios, pensativa.

Falamos sobre assuntos variados ao longo do percurso, mas nada muito importante. Apenas questões sobre o clima, a chatisse da escola e o trânsito em LA nesse fim de tarde. Pouco tempo depois, atravessamos uma avenida bastante movimentada — consequência do horário de pico, que torna mais viável caminhar pelas ruas à fazer uso do ônibus escolar. Por fim, passamos por mais algumas ruas e, então, paramos em frente a casa onde Joalin e seus amigos residem.

— Josh chegou a comentar que vocês moravam há alguns quarteirões da minha casa, mas não pensei que fosse tão perto. — comento enquanto a garota tira a chave do bolso e a insere na fechadura.

— É bem perto mesmo. — ela abre a porta, sorrindo. — Entre e fique a vontade. Faça de conta que a casa é sua.

— Obrigada.

Ao passar pelo batente, deparo-me com o pequeno hall de entrada. As paredes e o piso em cores neutras, assim como os discretos ornamentos da porta branca, dão ao ambiente um misto de simplicidade e elegância. Também é possível sentir vibrações positivas, que me causam uma inexplicavel tranquilidade. Após trancar a porta, Joalin volta sua atenção a mim.

— Está ouvindo esse barulho? — ela faz um sinal com o indicador, para que eu ouça atentamente. Capto o som que parece vir de uma TV, então assinto. — Os três devem estar na sala vendo algum filme. É o que fazemos quando estamos de bobeira por aqui. Venha, é logo ali.

Apesar do receio por estar aqui de surpresa, sigo Joalin pelo estreito corredor. Assim que entramos no cômodo previamente anunciado, compreendo ao que ela se referia. Sabina, Noah e Josh encontram-se reunidos no sofá de canto, tão vidrados na TV, que nem se dão conta de nossa presença.

Touching Paradise • BeauanyWhere stories live. Discover now