Capítulo 13 - Conselho

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– Nossa! – exclamou Anne. – Estou com tanta saudade dessa casa. Aria venha comigo até o meu antigo quarto, quero ver se você não o transformou em uma oficina de ferreiro.

Aria levantou-se rindo. Havia tempo que ela não ria. Seguiu Anne até o quarto, quando entraram Aria fechou a porta. Anne sentou em sua antiga cama e esperou Aria ir se sentar também. Quando elas se acomodaram, Anne perguntou.

– Diga-me o que aconteceu?

– Como sabe que aconteceu alguma coisa? – perguntou Aria surpresa.

– Aria – respondeu Anne –, está nos seus olhos. Você está triste, muito triste. Nem sei como minha mãe não percebeu. Agora fale o que houve entre você e o "cavaleiro" com quem anda se encontrando.

Aria quase engasgou quando escutou aquilo. Como Anne sabia? Ninguém sabia. Mas agora ela não podia mentir, Anne conhecia cada gesto de Aria.

– Como você sabe que eu estava me encontrando com alguém? – perguntou Aria.

– Eu já tive sua idade! – disse Anne. – E, aliás, não é comum ficar murmurando a noite que o cavaleiro está chegando à cidade. Além disso, você voltava para casa cada dia mais feliz.

– Talvez eu seja muito previsível – respondeu Aria.

– Você é nem um pouco previsível – respondeu Anne. – Por isso eu descobri. Seus olhos, seus sorrisos falam por você. E eles não mentem. Mas, agora, conte o que aconteceu entre vocês dois?

– Ele mentiu para mim – disse Aria triste. – Ele não era quem eu pensava que era. Mas ele preferiu esconder de mim a me contar a verdade.

– Veja bem – começou Anne –, não quero saber quem ele é ou qual é o nome dele. Mas preciso saber se ele é um bom rapaz, se tem uma boa família.

– Talvez ele tenha uma ótima família – respondeu Aria.

– Você conhece a família dele? – perguntou Anne.

– Não – apressou-se Aria –, não pessoalmente. Mas ele é uma boa pessoa, nunca quis o meu mal. Ele foi um ótimo amigo.

– Ele é um cavaleiro de verdade? – perguntou Anne.

– Ele é mais que um cavaleiro qualquer – respondeu Aria. – Ele comanda um exército inteiro.

Aria percebeu que estava dizendo a mesma coisa que Tumen dissera a ela. Não era mentira, ela pensou, mas também não era a verdade completa.

– Quantos anos ele tem? – perguntou Anne.

– Dezesseis – respondeu Aria.

– E ele já comanda um exército inteiro? – perguntou Anne desconfiada. – Aria, você está mentindo para mim?

– Não, Anne – disse Aria. – É verdade. Eu sei que parece estranho, mas é verdade.

– Tudo bem – disse Anne. – Eu acredito em você, mas vocês brigaram por causa de uma mentira?

– Não – respondeu Aria, desanimando. – Na verdade, eu briguei com ele. Ele mentiu para ficar perto de mim, e eu o magoei por causa disso tudo.

Aria abaixou a cabeça e sentiu uma lágrima cair em seu colo. Anne sentou ao lado dela e a abraçou.

– Anne – disse Aria, entre soluços –, eu o fiz chorar. Ele chorou quando eu disse que não o perdoaria pelo o que ele fez.

– Ele estava chorando? – perguntou Anne, afagando os cabelos de Aria. – O que ele disse enquanto estavam conversando?

– Ele disse que me amava – respondeu Aria –, por isso havia mentido. Ele também pediu perdão várias vezes. E a minha resposta foi sempre não. Antes de eu ir embora, eu disse que não tinha sentimentos por ele.

Anne afastou de leve a cabeça de Aria do seu ombro, olhou nos olhos da prima.

– Aria, vou lhe fazer uma única pergunta, e você vai me responder do fundo do seu coração. Você ama esse rapaz?

– Sim – respondeu Aria. – Apesar de ter dito aquilo a ele, eu o amo.

– E o que você pretende fazer? – perguntou Anne.

– Nada – respondeu Aria. – Agora já é tarde. Ele está indo para uma guerra. E tenho certeza que depois do que eu disse, ele nunca mais vai querer me ver.

– O único conselho que eu posso lhe dar é para ir atrás dele antes que outra faça isso – disse Anne. – Ou esperar.

– Esperar? – perguntou Aria confusa.

– Sim – disse Anne –, esperar. Se ele ama você de verdade, ele virá atrás de você. Tenho certeza. Eu e Julian já brigamos várias vezes antes de nos casarmos. E ele sempre me procurou para pedir perdão, quando a culpa era dele, é claro.

– Talvez tenha razão – disse Aria. – Eu vou esperar. Obrigada, Anne.

– Conte sempre comigo – disse Anne.

Conversaram o resto do dia sobre tudo. Aria estava melhor, mais aliviada e Anne estava feliz por ter ajudado a prima. Quando a noite chegou, Julian foi buscar Anne para levá-la para sua nova casa. Naquela noite Aria voltou a dormir em paz. Ia seguir o conselho da prima. Esperar... Não era tão difícil fazer isso.

Temos uma crise no relacionamento desses dois jovens

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Temos uma crise no relacionamento desses dois jovens.

Como será que eles vão resolver esse mal entendido.

Quero ver muitos comentários e votos!!!

Até o próximo capítulo.

o/

Série Guerreira - Livro 1 - ArmendorWhere stories live. Discover now