Então eu a levo para cima. Subo as escadas, passo pelo meu quarto e vou reto pelo corredor.

"Pra onde estamos indo?" Ela pergunta, confusa.

"Só mais alguns passos."

Eu então entro no quarto do meu pai e abro a porta do closet. Jess olha para mim surpresa e consigo ver um sorriso nos seus lábios, mas não consigo saber se ela está realmente feliz, nostálgica, ou se seu coração e apertou agora. Mas eu estou sentindo todas essas coisas.

"Foi aqui." Ela observa o closet e olha para o lugar que nós dois nos sentamos quando demos nosso primeiro beijo, então se senta no mesmo lugar que estava há cinco anos atrás.

Eu me sento do lado dela — também no mesmo lugar de cinco anos atrás — e vejo um lugar totalmente diferente. Agora não é mais um simples closet, agora sinto que é qualquer coisa que nós quisermos que seja.

"Exatamente aqui," respondo.

Jess então, sem rodeios, leva a mão até seu bolso e tira um pedaço de papel amassado. Fico confuso sobre o que seria aquilo no início, mas logo reconheço o papel e as pequenas letras que escapam do papel dobrado.

"O professor te entregou?"

"Pedi pra que me entregasse." Ela me entrega o folha caindo os pedaços e eu leio o poema rapidamente.

"Não era pra você ter visto isso."

"Então não deveria ter feito dupla comigo," ela responde, com um sorriso escondido entre os lábios. "Mas, mesmo assim, você falou em códigos, Aaron. Acho que a única pessoa que entende o que está escrito aí é você."

"Eu estava confuso quando escrevi isso."

"E depois disso? Você ainda se sente sufocado? Fui eu te se sufoquei?"

"Você nunca poderia me sufocar, Jess."

"E por que não?"

"Está escrito aqui," eu olho para o papel. "Você foi quem me deu ar."

Ela continua com o olhar confuso. "Ainda não faz sentido para mim, Aaron."

"Aaron," repito meu nome. Jess fica calada.

"Eu..." continuo. "Sebastian é outra pessoa, Jess. É o filho que todo pai quer, o filho que eu não sou. Sebastian é a parte que todo mundo gosta, que todos aceitam. Aaron não é. Eu... eu sou imperfeito, sou cheio de defeitos, cheio de coisas que ninguém gosta. Eu não quero ser esse filho perfeito, eu quero ser eu, quero ser a parte de mim que ninguém aceita. A parte difícil e complicada, difícil de lidar. Mas é esse quem eu sou. E... meu pai me chamou de Aaron ontem, pelo nome que eu gosto de ser chamado, por quem eu sou." Solto um sorriso breve.

"Mas você é você, Aaron, você é um só."

"As pessoas não enxergam desta forma."

Jess olha para baixa e fica pensativa. Sei que ela passou por coisas parecidas. Talvez não coisas, mas sei que os sentimentos foram parecidos. O sentimento de se sentir rejeitado ou afastado, apenas... não alguém que as pessoas querem se aproximar.

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