Capitulo 1 - Recomece.

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- Filipe, volte aqui. – Eu gritava em meio ao parquinho. Correndo atrás do meu filho.

- Mamãe, olhe sem as mãos. – Ele soltou as mãos no balanço e antes que caísse com seu rosto no chão, eu consegui segura-lo.

- Não faça mais isso ok? Eu já lhe expliquei que você tem que segurar no balanço. – Olhava séria para ele e ele entendeu que eu realmente estava brava com ele.

- Tudo bem mamãe. – Ele desceu do balanço. – Podemos ir para casa?

- Claro que podemos meu amor. – Dei um beijo no topo da sua cabeça, levantando e pegando sua mochila próxima ao balando, segurei sua mão e podia sentir os olhos das outras mães em mim. Uma garota jovem com um filho. Sim, eu era jovem. 23 anos, com um filho de cinco anos e meio. O caminho foi agitado, Felipe não parava de falar da apresentação de natal que teria em sua escola.

- E você, já decidiu o que vai querer de natal? – Falei algum tempo depois, bagunçando seu cabelo levemente. Felipe era moreno, magro e seus olhos eram azuis. Observando-me ao lado dele, não podiam dizer que eu era sua mãe. Eu era baixa, com um corpo normal para uma garota da minha idade e com os cabelos mais claros do que os dele. Ele era idêntico ao seu pai.

- Decidi mamãe. – Ele me olhou enquanto eu abria o portão do prédio em que morávamos.

- O que você vai querer? – Assim que passei pela recepção eu cumprimentei o porteiro e apertei o botão do elevador.

- Eu quero ver meu pai mamãe. – Ele me olhou sério. – Todos os meus amigos têm um papai e eu não. - Eu suspirei, não querendo que fosse assim e querendo ter uma resposta para ele. Porém, antes dele nascer eu já havia decidido como seria e eu não estava muito a fim de voltar atrás da minha decisão.

- Mas você tem o tio Mark. – Ele cruzou os braços se escorando na parede ao lado do elevador, eu queria realmente saber de onde viera sua curiosidade para o seu pai. Mas a idade dele estava avançando e eu sabia que uma hora ou outra, iria ter que apontá-lo. Mas não agora.

- Ele é meu papai?

- É como se fosse. – Assim que o elevador se abriu nós entramos no mesmo, ele continuava pensando. Não falou mais nada sobre esse assunto, preferiu falar sobre um novo presente de natal, assim que chegamos ao andar, Mark estava saindo de seu apartamento, o Filipe correu para pular em seu colo e Mark o segurou.

- Ei campeão. – Assim que me aproximei ele me deu um beijo no rosto. – Pensei que hoje era meu dia de pega-lo na escola.

- Era seu dia. Mas eu sai mais cedo e como vi, você estava atrasado.

- Me perdoe. – Ele riu, beijando o rosto do Filipe novamente.

- Verdade que você é meu pai? – Filipe falou olhando para ele com seus olhinhos brilhando. Bom, Mark, não é pai do Filipe. Com toda a certeza não. Mas desde que eu descobri que estava grávida, ele me apoiou em tudo. Até arranjando esse apartamento e um emprego pelo qual posso trabalhar em casa curtindo o meu filho crescer e dando toda a atenção que ele merece. Mas Mark, com toda a certeza pode acabar sendo o pai do Filipe e para mim, nesse cargo nada melhor do que ele.

- Eu não sou, mas se quiser me chamar de pai, eu não vejo problema. – Filipe olhou para o Mark sem entender coisa alguma e apenas beijando seu rosto e estendo os braços para mim, o peguei no colo no mesmo instante.

- Vai sair? – Olhei para o Mark.

- Bom, estava indo buscá-lo. Vocês já almoçaram?

- Não, estava entrando em casa para fazer o almoço.

NEUROSE (+18) - FANFIC WITH IAN SOMERHALDERTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon