Capítulo 3 - Roma, a Cidade dos Romanos:

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Era uma manhã de céu azul e já se passou uns dias desde que o jovem escravo foi comprado pelo seu mestre. Alexis estava no jardim da casa a apreciar a beleza dos jardins romanos, quando ouviu alguém a aproximar-se. Era o seu amo, Lucius.

- Rapaz. -Disse ele.

- Tira a tua roupa, eu quero ver como estão as tuas feridas.

- O-Oquêêêê?!?! -Exclamou o rapaz, não estando nada à espera desta ordem.

- Quero ver as tuas feridas de chicote de há uns dias atrás. Quero saber se o creme curativo que eu te dei está a funcionar.

Não podendo recusar uma ordem do seu senhor, o rapaz tirou a sua peça única de roupa, não ficando com mais nada vestido senão as suas cuecas. Mal se despiu, logo se virou, numa tentativa de esconder a vergonha na sua cara.

- O quê?! Não pode ser!! -Exclamou Lucius. - As feridas não melhoraram quase nada! Andas mesmo a usar o creme, rapaz??

- Eu...Não meu senhor...

- O que disseste tu?! Porque não, miúdo??? -Perguntou Lucius com todo o seu espanto.

- ...Eu não consigo chegar às feridas meu amo... -Disse o rapaz com ar tímido.

- Não consegues chegar às costas? Então porque não perguntas-te a alguém para te ajudar?

- ...Tinha vergonha meu senhor... -Disse o rapaz em um tom tão baixo que mal era audível.

- Vergonha?? Graças a essa tua vergonha, as tuas feridas vão demorar ainda mais tempo a curar! Já para não falar que tenho quase a certeza que vão deixar cicatrizes! Aonde está o creme, rapaz?

- Está no meu quarto, meu senhor.

- Então veste-te e anda! -Ordenou o mestre Lucius, e o rapaz assim o fez.

No caminho para o quarto do rapaz, o mestre estava a andar com tamanha pressa, que o jovem teve que se apressar também para o acompanhar.
Quando lá chegaram, entraram os dois para o quarto a dentro.

- Muito bem Alexis, aonde é que puseste a embalagem?

- Ali, meu amo. -Respondeu o rapaz, apontando para uma embalagem em cima de uma mesa.

Quando Lucius viu a embalagem, logo se aproximou e a agarrou, dando de novo ordens ao rapaz:

- Despe-te e vira-te!

O rapaz logo fez o que lhe foi dito e mal se virou sentiu logo algo a tocar-lhe as costas.

- M-Meu senhor! O senhor não devia de por creme curativo num escravo!

- Eu é que decido o que posso ou não fazer. Não te preocupes com isso, rapaz. Agora não te mexas! -Disse Lucius, enquanto punha o creme nas feridas.

- Pronto! Já está! -Disse o mestre quando acabou de pôr o creme.

O rapaz logo se vestiu, mas não conseguia olhar para o seu senhor, tal era a sua vergonha.

- Quando precisares de ajuda pede, rapaz, ou então ficas prejudicado! Existe tanta gente na minha casa, podias ter pedido ajuda a alguém!

- ...Peço desculpa, meu senhor... -Disse o rapaz, sem saber se devia de ficar com medo da maneira que o mestre estava a falar, ou feliz, por Lucius se parecer preocupar com ele.

- Mas porque tinhas tu vergonha?

- É que...eu...não gosto de... como ei de dizer...Eu se calhar podia ter...ahm...um corpo um pouco mais musculado e másculo* sabe... (*Masculinidade era algo muito importante para homens da Grécia Antiga e da Roma Antiga. Masculinidade era símbolo de beleza para eles.)

O Escravo e o seu MestreOnde as histórias ganham vida. Descobre agora