- Para de palhaçada, não vai doer não. - cruzo os braços e ela continua rindo. - Não pra sempre.

- Obrigada pela informação. - rio.

- Querem ajuda? - Patrick pergunta chegando na cozinha.

- Não, obrigada. Já estou terminando. - minha mãe diz.

- Já terminou de falar com sua nova amiga? - pergunto e eles dois riem.

- Para de ser maluca, garota. - Patrick diz ainda rindo.

- Está vendo como ele me trata, mãe?

- Não me mete no problema de vocês não. - ela diz rindo.

- Estou perdida mesmo. - Patrick ri.

- Mas por que você não gosta dela? - Patrick pergunta.

- Porque ela sempre foi ridícula, dava em cima de todo mundo que eu estava interessada, e ela fazia isso para me provocar, sei lá, parecia que era por prazer de me ver ficar com raiva. E pelo visto, ela não parou com isso.

- Você já tentou conversar com ela sobre isso? - minha mãe pergunta.

- Pra quê? Ela não é o tipo de pessoa que eu quero na minha vida. - digo.

- Imagina, ela roubando Dylan de você? - Patrick pergunta num tom de riso e eu lhe encaro cruzando os braços. - Brincadeirinha. - diz rindo e minha mãe lhe acompanha.

- Vai brincando com uma grávida quando se tem faca por perto. - minha mãe diz e ele arregala os olhos.

- Por um momento esqueci que estamos na cozinha.

- Vou cortar sua língua já já. - digo.

- O que foi que eu perdi? - meu pai pergunta chegando na cozinha.

- Só Patrick falando besteira. - digo. - Cadê meu celular?

- Está com a Chris, ela pediu para falar com Dylan. - nesse momento posso sentir o ódio subindo pelo meu corpo.

Respiro fundo e tento me controlar para não estragar o aniversário do meu pai. Mas a minha vontade era de fazer um escândalo.

- Quer que eu pegue? - Patrick pergunta.

- Por favor. - digo. - Se eu for lá, não vai dar boa coisa. - ele apenas assente com a cabeça.

- Eu fiz algo de errado? - meu pai pergunta.

- Não, pai. - digo e me sento na cadeira. - E por que você está com essa cara?

- Deixa ela, Richard, ela está com os hormônios a flor da pele.

- Tem como não ficar? - pergunto. - Ela não vai almoçar aqui não né?

- Vai, seu pai chamou. - cerro os olhos para o mesmo.

- O que ela te fez? - meu pai pergunta.

- Nasceu na mesma família que eu, apenas isso.

- Aqui, disse que você queria usar. - Patrick me entrega o celular.

- Ela estava falando o que com Dylan? - pergunto.

- Sei lá, mas acho que ela passou o número dela para ele, porque na hora que ela desligou, a mesma falou que mais tarde ela falaria com ele. Se ela não passou o número dela, ela pediu o dele.

- Tá vendo o porquê de eu não me dar bem com ela?

- Como eu ia saber disso? - meu pai pergunta.

- Ela sempre foi assim, desde sempre, não a suporto.

- Estou esperando a parte que você fala que saiu na briga com ela. - Patrick diz rindo.

- Não teve essa parte, sou uma pessoa calma e controlada. - rio.

- É nítido. - meu pai diz com um ar de ironia e minha mãe ri.

- Pai, você sabe que é verdade. - digo e ele concorda enquanto prende o riso.

Nem meu pai me respeita mais, estou ferrada mesmo.

*******

Almoçamos todos juntos. Até pensei em ficar na cozinha por causa da minha prima, porém ignorei ela e fiquei pelo meu pai.

Chegando em casa liguei para Dylan, ele me contou a situação de mais cedo, ela deu seu número para ele, mas o mesmo nem se deu ao trabalho de anotar, pois tinha achado estranho uma pessoa que nem o conhece passar o número assim. Contei um pouco dela, e foi aí que ele entendeu o motivo dela ter agido de tal forma.

- Logo vi, a pessoa nunca me viu na vida, não me conhece e já vem cheia de assunto. Não é normal. - ele diz.

- Ela aproveitou que eu estava na cozinha com minha mãe e quando meu pai acabou de falar com você, pegou o celular dele.

- Eu ia vim te perguntar sobre ela, até porque você nunca tinha me falado nada sobre a existência da mesma.

- Na verdade, eu nem me lembrava da existência dela, e preferia que continuasse assim, porém...

- Mas fora isso, como foi lá?

- Foi bom, minha mãe disse que eles estão vendo de vir morar aqui por perto.

- Ainda mais agora que a nenis já está quase chegando ao mundo, não vão querer desgrudar dela. - diz sorrindo.

- Pois é, ela já disse que mês que vem vai vir passar um tempo comigo.

- Só assim vou ficar menos despreocupado.

- Não tem previsão de volta ainda?

- Agora estou esperando o diretor arranjar outro professor, aí eu volto de vez.

- E o professor que você está substituindo? Não vai mais trabalhar aí?

- Ele faleceu esses dias, não te contei? - nego com a cabeça. - Jurava que tinha te contado.

- Ai coitado, ele tinha quantos anos?

- Não me lembro, mas era novo.

- Ai, não quero falar sobre isso, senão vou ficar triste.

- Enfim... o diretor me ofereceu o emprego permanente, mas obviamente que não aceitei, então agora só nos resta esperar que ele encontre alguém o mais rápido possível.

- Provavelmente vai achar. Não é uma universidade reconhecida?

- Sim, assim espero.

- Estou feliz que finalmente está chegando o dia de você voltar de vez. - sorrio.

- Eu também, você não sabe o quanto. É muito ruim ficar longe de todo mundo, por mais que o pessoal aqui seja legal, não é a mesma coisa, sabe?

- Imagino, para você se acostumar em um outro lugar longe de todo mundo, demora bastante tempo.

- Mas eu nunca me acostumaria aqui, ainda mais com vocês longe, aí mesmo que se torna uma missão impossível.

- Será que até mês que vem você volta?

- Creio eu que não, pelo fato de ser final de semestre, eu tenho que fechar tudo certinho, mas de qualquer forma, vou ir aí duas vezes no mês, porque esse mês eu não fui né, estou te devendo.

- Está mesmo, e espero que você não apronte outra aposta. - rimos.

Ficamos conversando durante mais algum tempinho e em seguida tomei um banho e fui dormi.

O Professor - Volume 2Where stories live. Discover now