Quarentena: Dia 3

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LUANA

Fiquei muito confusa quando entrei na minha suíte presidencial e não vi ninguém. As luzes estavam apagadas, não só no meu apartamento como também no prédio todo.

Mandei mensagem para meus amigos de quarentena e a família deles havia sumido também, que merda estava acontecendo? Combinamos de nos encontrar na praça principal, andei até lá pois o nosso motorista estava em sua casa na quarentena... ninguém merece.

As ruas estavam completamente desertas e as casas e outros edifícios, em sua maioria, estavam com as luzes apagadas. Tudo bem que já era meia noite e é comum a cidade estar assim nesse horário, porém, cogitei a possibilidade de que não foi só a minha família e dos meus quarentena's friends que sumiram, comecei a ficar desesperada.

Cheguei na praça alguns minutos depois, nela estava apenas o Victor, usava uma camisa da Fila, uma bermuda da Cyclone e um óculos de grau em cima da cabeça, além de sua sobrancelha riscada.

- Uma alma humana, até que enfim - disse ainda sorrindo, fiquei úmida.

- Então você também não viu ninguém enquanto vinha?

- Não, já tô achando que todo mundo foi levado por alienígenas.

- Nesses dias loucos que a gente tá tendo eu não duvido nada que isso aconteceu mesmo - nós rimos.

Nos sentamos num banco na espera de Mina e Samuel. Ele me contou mais sobre ele e eu contei sobre mim, estava parecendo um encontro e talvez fosse. O jeito dele de homem que vai destruir meu psicológico me atraiu muito e eu não resisti: sentei em seu colo e o beijei.

Estávamos quase engolindo um ao outro, quando somos interrompidos.

- A coisa aqui tá boa hein, nem parece que nossas famílias sumiram - ironizou Mina ao som das risadas de Samuel. Eu e Victor nos levantamos rápido.

Pigarrei antes de falar:

- Eaai ge-gente... o que vamos fazer?

- Sair andando procurando o povo dessa cidade, eles devem estar em algum lugar, não é possível.

Como se nada tivesse acontecido, começamos a andar na procura das nossas famílias e do restante dos habitantes da cidade.

- Essa cidade tá uó, não vejo mais ninguém além de vocês e aqueles soldados à dias - disse Samuel.

- E também o Boliro - disse Mina.

- Aquilo nem gente é, é algo muito mais abaixo que eu não sei nem definir - Todos riram.

- Será que ele tá envolvido no sumiço das pessoas? - Perguntei.

- Não ficaria surpresa se sim.

- Isso tudo tá muito estranho, tô ficando assustada.

- Fica não, eu tô aqui - disse Victor, me dando a mão. Eu a peguei, o fogo subiu.

- Putz, coitada de você Luana - riu Samuel.

- Sabiam que não pode dar as mãos e beijar nesse tempo de coronavírus? - Disse Mina

- Alá, tá com ciúme - disse Victor. Mina fez uma careta em negação.

Continuamos batendo perna por uns 30 minutos mas não encontrávamos ninguém nas ruas ou calçadas. Comecei a levar a sério a possibilidade de todo mundo ter sido absorvido por alienígenas. Depois de mais um tempo caminhando algo nos chamou atenção: haviam vários soldados na frente do estádio, todos segurando armas de grande porte. Nos aproximamos e eles apontaram todas as armas para nós, eu e Samuel gritamos.

- NÃO ATIREM - gritou Victor.

- Abaixem as armas, são cidadãos! - Disse um deles, nos aproximando de nós. Todos os outros abaixaram as armas - O que é que vocês tão fazendo aqui fora?

- O que está acontecendo? - Perguntei assustada.

- Sem tempo para explicações, entrem no estádio AGORA!

Nos movemos até o estádio, que estava fechado, totalmente confusos. Alguns soldados abriram a porta, que nos permitiu entrar. Ficamos chocados quando encontramos toda a população da cidade lá dentro, estavam nas arquibancadas e também no gramado.

- Então estavam aqui - disse eu - Ei... estamos numa pandemia de coronavírus, todo mundo aqui junto pode ser muito perigoso!

- Meu pai, fudeu! - Disse Samuel estarrecido.

- Isso definitivamente não vai acabar bem - disse Victor.

- Eu vou procurar minha família, vamos no separar e cada um procurar a sua? - sugeriu Mina. Todo mundo concordou e fomos para direções diferentes.

Comecei a procurar minha família no enorme estádio, por muita sorte acabei encontrado eles rapidamente. Me aproximei e os abracei.

- Onde é que você estava? - Perguntou minha mãe.

Contei a história do sequestro, do Boliro e da vacina. Meu pai, mãe e irmãos riram.

- Aham, tá bom - ironizou meu irmão mais velho

- Não precisa mentir, estava na casa de uma amiga, nao é? - Disse meu pai.

- Enfim, disse a verdade, se vocês não acreditam eu não tô nem ai - disse irritada - Agora falem por que tá todo mundo aqui?

- O exército ordenou que todo mundo viesse pra cá, não contaram o motivo mas disseram é assunto de extrema urgência - disse mãe - Será que não perceberam que estamos num meio de uma pandemia de coronavírus? Muita gente vai ficar infectada - concordei.

- Que doideira, o que será que fizeram eles nos colocar aqui?

Ficamos conversando no nosso canto quando de repente ouvimos barulhos estrondosos, alguns pareciam tiros e explosões, todo mundo se abaixou em resposta. Os soldados que estavam dentro do estádio correram para verificar o que houve, então mais sons de tiros soaram. Algo que parecia com um som de um helicóptero em movimento parecia se aproximar. Poucos segundos depois apareceu não um helicóptero, mas sim uns 8. Eles eram pretos, tinham escrituras de alguma língua oriental e portavam mísseis na frente deles. O que líderava os outros parou no ar, então um homem saiu na porta direita com um megafone na mão, então pôs na boca e começou a falar com um sotaque diferente:

- Aqui é do exército da República Popular da China, viemos á mandato do excelentíssimo presidente de nossa nação que os jovens criadores da vacina que curou o presidente deste país, Lair Boliro, do coronavírus apareçam imediatamente, ou se não todos aqui presente morrerão.

Eu gelei. Sem pensar duas vezes me locomovi para a frente levantando a mão... e não fui a única. Do meu lado estavam Victor, Samuel e Mina, que faziam o mesmo que eu.

4 helicópteros se aproximaram um pouco mais do chão e jogaram escadas, eles queriam que subissímissos. Antes de subir olhei para os outros, que sorriram ao trocarmos olhares e acenaram a cabeça. Subimos as escadas igualmente e depois de um tempo eu estava no helicóptero, morrendo de medo do que iria acontecer, mas pelo ou menos o banco era super confortável.

Quarentena - 30 Dias Em PânicoWhere stories live. Discover now