Quarentena: Dia 1

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VICTOR

Acordei mais animado do que nunca, meu primeiro dia de férias depois de 1 mês da volta as aulas. Sim, estou chamando de férias o que os demais estão chamando de quarentena. Esse vírus novo que tão falando em todo lugar tá se espalhando cada vez mais, os governos de muitos países estão tomando medidas pra prevenir o contágio e aqui não está sendo diferente, não podia ser mais grato ao coroninha. Tá, eu sei que ele anda matando uns idosos e tal, mas eu tenho 17 anos, tô suave.

Levantei e meus pais estavam tomando café junto do meu irmão pequeno. Sento na mesa e minha mãe diz que os pães acabaram, ela pediu para ir comprar na padaria do bairro. Assim fiz, saí ainda com minha roupa de dormir e o cabelo bagunçado, não tinha ninguém me vendo mesmo. As ruas estavam completamente desertas por causa da quarentena. Não passava uma alma humana se quer, parecia cena de filme apocalíptico, só faltava o sol escurecer... e talvez escureceu mesmo.

Estava quase chegando na padaria, quando de repente fui atacado, não consigo ver mais nada pois algo estava cobrindo minha visão. A pessoa que estava me agarrando colocou algum tecido na minha boca e nariz. Eu tentei me soltar mas não consegui, comecei a ficar sonolento e então adormeci.

Abro os olhos com a visão bem embaçada, senti que minhas mãos e pernas estavam amarradas. Fiz esforço pra me levantar e enxergar, percebi que estava em movimento... e acompanhado. Quando começo a ver com clareza, observo um menino e duas meninas, eles também estavam amarrados. Estávamos em algo que deduzi ser uma van, as janelas estavam pintadas de preto, não podia ver pra onde a gente ia.

- Ele acordou - diz a menina loira e de cabelo curto, ela era uma gata.

- O que tá acontecendo? - Perguntei.

- Ninguém sabe - disse o menino, que deduzi ser um yag - simplesmente nos pegaram e nos jogaram nessa van, que odioh

- Então aconteceu o mesmo com vocês?

- Sim, acho que vão nos matar - disse a garota morena

- NÃO!!! não quero morrer antes de ver o Daniel saindo do BBB - disse o menino quase chorando.

A van então para, ficamos assim uns cinco minutos, quando de repente a porta é aberta. Dois homens vestindo a farda do exército e com uma touca cobrindo o rosto nos pegam e nos tiram do veículo.

- Cuidadoh, queria que vocês me pegassem mais não desse jeitoh - disse  o yag.

Estávamos na frente de uma casa bem grande no meio do nada, e já estava anoitecendo. Um terceiro homem abre a porta e os que nos agarravam entraram.

Haviam quatro cadeiras postas em linha, eles nos fizeram sentar e tiraram as fitas dos nossos braços e pernas. Eu ia agredir um quando ele se abaixou mas não fiz porque tinha vários outros homens segurando armas bem grandes pouco à frente. As luzes que estavam apagadas se acendem, iluminando todo o lugar e nos possibilitando ver quem estava nos observando nas sombras. Fiquei em choque, e não apenas eu, pois o outro menino soltou um grito bem agudo quando viu.

Na nossa frente estava o presidente do país, Lair Boliro, usando uma máscara de hospital com a imagem da bandeira do Brasil.

- Eai criançada! - exclamou ele, fazendo arminha com as mãos - Bem vindos.

- O que é que tá acontecendo?! - disse a loira.

- Vocês foram convidados pra uma missão muito especial.

- Não fomos convidados, simplesmentchy nos sequestraram! - Falou o menino. Boliro fez uma careta ao ouvir sua voz.

- Desculpa isso aí, não pensei em outro jeito de trazer vocês aqui, hehe.

- O que você quer? - Perguntei.

- Vocês vão produzir a vacina do coronavírus.

- Ue, não foi você que disse que o corona não existe e é tudo loucura dos outros? - disse ela

- É que o corona me pegou, e vocês vão me fazer ficar bom de novo.

Ela riu

- E por que eu iria fazer isso?

- Porque sou o presidente, ora - disse Boliro, fazendo a garota rir de novo.

- Olha, isso é muita loucura pra mim - disse eu - que merda a gente tá fazendo aqui? E por que você acha que adolescentes como nós vai fazer uma vacina?

- Sem perguntas, vocês vão fazer e ponto. Proteger o superior de vocês é dever de uma patriota! - Eu ri.

- Você não pode nos obrigar - disse a loira.

Os soldados apontaram as armas para nós, dando a entender que Boliro podia sim nos obrigar. Ele pareceu sorrir.

- Levem eles pro laboratório - ordenou ele.

Um soldado nos mandou ficar de pé e nos fez entrar em outro cômodo. Era um laboratório, bem grande e frio, com várias prateleiras, matérias e máquinas . Ele nos mandou vestir os jalecos e os outros equipamentos que estavam próximos de nós

- Fiquem aí até fazerem a cura pro corona - Boliro falou do outro cômodo. O soldado saiu e fechou a porta.

- Que LOUCURAH! - disse o menino - Isso tá parecendo um pesadelo completamente sem sentido. Do nada sou sequestrado, Boliro aparece e pede pra gente fazer a vacina pro coronavírus. Será que ele percebeu que a gente é adolescente e não temos nenhuma noção de como vamos fazer isso?

- Esse homem é louco da cabeça, não sei como tá na presidência.

Ficamos os 4 sentados no chão pois não fazíamos ideia do que fazer, falamos nossos nomes e começamos a nos conhecer. Tudo era muito louco e parecia que eu ia acordar a qualquer momento desse pesadelo.

Quarentena - 30 Dias Em PânicoWhere stories live. Discover now