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O clima quente da Philadelphia me fez sentir o suor começar a escorrer em meu corpo. Tinha acabado de sair do avião após horas de viagem, eu estou morta e querendo apenas um pouco de descanso.

Camila não mandou mensagem, não ligou, muito menos apareceu nas redes sociais hoje. Eu estava triste com toda essa situação, odeio quando temos desentendimentos.

Tive que pedir o endereço do hotel pra Ellen que rapidamente me enviou e me avisou sobre Camila estar bem pra baixo hoje. Suspirei triste e pedi pra ela me ajudar a ir até minha namorada.

Após sair com minha mala do aeroporto, eu entrei em um táxi e passei o endereço para o motorista.

Era quase 10 hrs da manhã, eu sentia minha coluna dolorida e o cansaço das longas horas de viagem se manifestando.

Entrei no hotel após pagar o táxi e logo encontrei Ellen no hall de entrada.

- Camila ainda está no quarto?- Questiono abraçando a mulher.
- Sim, e bem triste.- Diz e eu suspiro.- Espero que vocês se resolvam logo, nunca tinha visto ela tão pra baixo.
- E eu nem fiz nada.- Comento andando para o elevador com a loira ao meu lado.- Que horas ela vai pra arena de show?
- 14 hrs.- Ellen fala encostando na parede metálica e me encarando.

Ficamos em silêncio até parar na porta do quarto de Camila.

- Boa sorte. Se precisarem de algo, estarei no quarto ao lado.- Ela diz simpática.- Vou abrir a porta pra você, ela deve estar deitada.

Ellen passou o cartão no sensor abrindo a porta, me deu um sorriso e logo foi pro ser quarto. Respirei fundo algumas vezes e encarei a porta com uma brecha aberta. Eu só quero me resolver com minha namorada logo.

Empurrei a porta lentamente e vasculhei os olhos pelo quarto. Vi o pequeno corpo da minha princesa encolhido na cama, enrolada em um edredom e perdida em meio aos travesseiros. Camila estava de costas pra mim, mas pelo seu pé balançado eu sabia que ela estava acordada encarando a varanda aberta.

Entrei no quarto sem fazer barulho, deixei minha mala do lado, tirei meus sapatos e andei calmamente até a cama.

- Eu senti sua falta...- Pronuncio rouca.

Vi o corpo da latina travar por uns segundos, mas ela não fez menção de virar.

- O que faz aqui?- Pergunta com a voz falha e eu senti um aperto no peito ao constatar que ela havia chorado.
- Vim ver você, eu não gosto quando brigamos.- Confesso suspirando.

Camila ficou calada um tempo, mas logo suspirou e virou lentamente em minha direção. Meus olhos marejaram ao ver seu rosto inchado, os olhos vermelhos e fundos, sem o brilho no olhar.

Me ajoelhei ao lado da cama e mordi o lábio deixando uma lágrima escorrer dos meus olhos.

- Eu juro que não fiz nada...- Falo encarando seus olhos castanhos.- Eu nunca trairia você, Camila. Eu te amo muito e não quero te perder por uma burrice dessas.- Falo suspirando.- O que eu e Juliana tivemos ficou no passado, e não pretendo retornar a isso. Ela está namorando, eu estou com você e te respeito.- Digo firme. Camila já chorava baixinho me encarando.- O que aconteceu foi que descobriram sobre esse antigo relacionamento, distorceram toda a situação, criaram notícias falsas e instigaram uma polêmica. Nós passamos a festa conversando sim, mas não estávamos sozinhas, Priscilla e Hanna também estava, e isso não apareceu nos vídeos e nas fotos.

Engoli seco limpando as lágrimas, Camila fungou. Eu segurei sua mão direita e encarei seus olhos.

- Eu só quero que você acredite em mim.- Peço num sussurro e chorando.

Between The Fame (Camila/You Intersexual)Where stories live. Discover now