BY CHANCE/ Beauany

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POV'S ANY

— Any tá tudo bem ? - Sina entra segundos depois de mim no banheiro

— Deixa com a gente... Joshua sai daqui... Aqui é o banheiro feminino.- Joalin briga do outro lado da porta com o irmão.

— Não quero saber, deixa eu entrar. - Não posso culpa-lo por esse escândalo todo eu saí no meio jantar conrrendo que nem uma louca pra cá.

Minhas mãos estão apoiadas na pia e meu corpo encurvado pra frente numa tentativa de recuperar o fôlego e garantir que eu não caia.

A porta se abre novamente e Joalin entra sozinha, as mãos de Sina tocam meu braços que estão trêmulos.

— Olha pra mim Any. - Apenas levanto a cabeça a olhando pelo reflexo do espelho.

Joalin sem paciência me segura pelos ombros e me vira de frente pra elas.

—  Tá passando mal? Precisa que chame um médico? - Aquele era um péssimo momento pras tais contrações de treinamento que eu havia começado a ter a alguns dias, mas parece que meu corpo não ligou e agora acima de tudo eu estava com a barriga dura como uma pedra, não é algo que dói, mas causa um certo desconforto, e tenho certeza que minha cara não é das melhores. - Okay vou chamar a ambulância.

Sina me olha fixamente enquanto Joalin pega desesperada o telefone, ela entende meu sinal com a cabeça.

— Então fala com a gente por favor. - A mão esquerda de Sina puxa o braço de Joalin pra baixo a fazendo entender que não era necessário ligação alguma.

— Eu não consigo respirar. - É A única coisa que consigo dizer antes que uma sensação de medo tome conta do meu corpo e me faça querer chorar.

— Isso é normal tem duas crianças aí dentro tirando vários órgãos do lugar, comprimido seus pulmões... - Joalin franze o cenho totalmente assustada com as informações que acabou de escutar.

—Não é isso. Eu me sinto sufucada, eu não vou dar conta, mal sei cuidar de mim. - Minha barriga volta ao seu estado normal aos poucos.

— Ai Any para de ser besta, é claro que...

— Joalin vai lá dizer pro Josh que tá tudo bem. - Sina interrompe a loira da forma mais doce possível não sei como, mas Sina tem esse dom de ser incrivelmente calma.

Joalin não gostou muito da ideia de ser excluída da nossa conversa, mas aceita sair sem esforços.

— Vira Any. - Incrível a dois minutos atrás ela queria que eu virasse pra ela e agora me quer de costas.

— Como você enfrentou tudo isso de boa ?

— Quem disse que foi de boa ?. Tenho uma notícia pra você. - Seus dedos puxam meus cabelos num rabo alto que ela transforma num coque todo bagunçado. - Essa sensação não passa. Isso é ser mãe se preocupar em dar conta de tudo, mesmo sendo totalmente impossivel, até hoje aparecem novas situações que eu me desespero sem saber como agir.

— Sina como você pode dizer isso? Você é uma mãe incrível. - Ela empurra minha cabeça pra frente e com a mão úmida passa pelo meu pescoço.

— E você também vai ser uma, a gente se desespera porque não tem ideia do que está por vim, mas a cada dia que passa você se descobre mais poderosa do que imaginava.

— Não comigo, e quando os dois estiverem chorando ? E quando os dois precisarem de alguma coisa ao mesmo tempo.

— Quando isso acontecer você vê o que faz, agora sua única preocupação é se cuidar e curtir esse barrigão. Te garanto que vai sentir muita falta dele.

— Falta eu sinto é de dormir de bruço isso sim. - Minha crise de insegurança pelo jeito foi passageira.

Ela concorda e ri enquanto passa os braços em volta do meu pescoço me abraçando.

Me recuso a passar uma água no rosto, a maquiagem que eu estava usando era leve, mas ainda sim alguma coisa, solto meu cabelo e espero Sina terminar de se ajeitar na frente do espelho, e é obvio que rolou a famosa foto do banheiro antes de sairmos.

— O que aconteceu? Você tá bem ? - Falta passar por umas quatro mesas até chegar na nossa e Josh já está em pé quase pulando em mim.

— Tá tudo bem. - Recebo um selinho e um abraço apertado do canadense.

— Já pagamos a conta, podemos ir ? - Bailey e Noah se aproximam da gente.

— Eu só preciso fazer xixi antes. - Digo sentindo minha bexiga explodir.

— Você ficou todo esse tempo no banheiro fazendo o que ? - Noah reclama impaciente.

—  Me escutando reclamar de você. - Noah mostra a língua pra ela e sorri pra mim pra mostrar que estava brincando.

— A gente vai indo na frente se vocês não se importarem. - Bailey puxa Joalin.

—Vão lá casal acabar com essa euforia toda. - Josh se refere às varias cenas que ocorreram durante o jantar.

— Não somos um casal. - Até Bailey olha confuso pra loira.

— Vocês chamam isso do que ? Amizade ? - Digo cruzando as pernas eu realmente preciso ir no banheiro.

— Não precisa ter um nome. - Joalin entrega Aimê pra Noah e começa a se despedir pra acabar rápido com o assunto.

É incrível como meu tchau é totalmente  esquecido mas minha blusinha branca tem duas marcas vermelhas de beijo.

— Quero saber que batom é esse, deu pra ela dividir com o Bailey, jantar e ainda sobrou pra manchar minha roupa. - Os dois já estão longe demais pra ouvir.

— Também quero. - Sina diz.

— Melhor não já pensou o estrago que isso faria na mão da Memê. - A pequena mesmo se denomina desse jeito nos fazendo chama-la assim as vezes também.

Sina concorda enquanto tenta arrumar o cabelo dela com o lacinho que havia caído a um bom tempo já.

(...)

— Você sabe que eu tô aqui por você não sabe, e que você pode falar comigo quando quiser. - O silêncio reinava entre eu e o canadense a um bom tempo já.

— É que você parece tão confiante, como se isso aqui não te assutasse. -  Aponto pra minha minha barriga a qual ele está com as duas mãos grudadas desde a hora que chegamos.

— Confiante? Ontem eu chorei no meio da aula quando você me mandou aquela foto na frente do espelho.

—  Isso explica a sequência de mensagens da Heyoon perguntando se os bebês eram mesmo seu.

— É eu aproveitei a situação pra brincar um pouco com ela.- Ele da risada.

—  Eu acabei entrando na onda sem saber disso. Disse que talvez você não fosse o pai. - Ele me afronta sem nem se quer piscar. - Ata você pode e eu não?

—  Tô brincando amor... Mas agora serio Any eu fico apavorado, tenho vontade de sair correndo, então quando olho pra você, vejo que não tem motivo pra esse medo bobo, porque nós estamos juntos e vamos passar por tudo isso juntos.

— Promete que quando você tiver com medo vai me contar, em vez de se fazer de durão?

— Só se você prometer também.