Às vezes

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Sabe, as vezes eu fico deitada na minha cama olhando para o teto e de repente, tudo some. Como se eu estivesse num vazio, mas não daqueles ruins entende? E eu penso em você, em nós dois e mesmo que só as vezes vem a minha cabeça a pergunta "você ainda pensa em mim?". Eu sei que terminamos já tem um tempo, que talvez você já tenha seguido em frente , e como o galã que eu sei que é, talvez já esteja até namorando. Mas quer saber? Eu não, eu não segui em frente ainda. Muita coisa ainda está presa na minha garganta, muita coisa que eu queria te falar. Então eu peço, nessa carta, nem que seja por um milésimo de segundo... eu espero que consiga me entender, que você então, consiga me escutar.

Eu não sei se começo de como tudo começou ou se começo quando tudo começou a dar errado, mas o problema é que eu não sei o que deu errado. Eu só sei o exato momento em que percebemos que algo estava errado e se ,na época nós tivéssemos admitido que não conversávamos mais como antes e quando fazíamos isso brigamos muito, mas mesmo assim continuávamos a nos amar intensamente? E se a gente tivesse tentado se entender, se tivéssemos aceitado os defeitos um do outro e tentado nos aceitar? Mas admitíssemos com tudo isso que ainda amávamos cada pedacinho um do outro. Se tivéssemos aceitado que já não nos beijávamos mais, já não trocávamos mais carícias, mas mesmo assim não conseguíamos ficar longe um do outro? Se tivéssemos admitido que éramos infelizes ,talvez nós pudéssemos ser felizes, mesmo na nossa infelicidade. Talvez só precisávamos de mais conversa, mas em algum momento isso acabou. Em algum momento a confiança se foi e só ficaram as dúvidas e os ciúmes sem fundamentos.
Daí vieram brigas mais pesadas e acusações sem fim, tentávamos arranjar um motivo para não se amar, mas não queríamos admitir o término, já não éramos mais saudáveis um ao outro a muito tempo e parece que todos a nossa volta percebiam, menos nós mesmos. éramos como uma droga um para o outro. Estávamos viciados, mas nenhum vício faz bem. Porém acho que o momento das brigas foram os piores, quando nos conhecíamos tanto que usávamos as falhas e fraquezas um do outro para ferir. foi a pior parte, quando vi que mesmo você falando o que quisesse para mim e eu para você, em algum ponto chegaríamos a nos odiar, mas continuaríamos nos amando. Foi difícil admitir isso, foi difícil se separar, mas foi altamente necessário para o nosso bem, certo? Prefiro pensar que sim.
É isso que gosto de pensar, que não estávamos mais nos fazendo bem. Que fazíamos mal um para o outro e por isso não estamos mais juntos, será que isso é verdade? Ou tentamos resolver tudo de um jeito mais fácil? Tentamos acabar com os múrmuros. Nós realmente tentamos, essa parte.
O problema do nosso amor, foi que ele era intenso demais, agressivo demais, como se necessitávamos mais do amor um do outro do que o próprio oxigênio para respirar. Depois do término, a pior parte foi descobrir que eu não me amava tanto quanto eu te amava, que eu precisava mais de você do que de mim mesma, que eu só me aceitaria se você me aceitasse, eu dependia, com todas as forças de você. Eu precisava de você, eu necessitava estar com você e sem você, eu passei pela pior abstinência do mundo, abstinência de amor, de amor próprio. Depositávamos tanto amor no relacionamento e esquecemos que nós também precisávamos de amor, de amor próprio e foi por esse único motivo que nós acabamos. Foi por esse motivo que a nossa história chegou ao fim. Por isso a gente acabou, mas eu ainda te amo, é isso que relacionamentos fazem conosco. Os melhores, sempre ficam em nossa memória, foi isso o que me disseram e espero com todo o coração que seja verdade. Que minha mente nunca va pregar a peça de tentar lhe esquecer.
Mas se eu mesma não me amo, como poderá alguém me amar novamente? Eu preciso de você, eu preciso de ar para os meus pulmões, eu preciso de vida, e você... você é tudo isso para mim.

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⏰ Last updated: Mar 11, 2020 ⏰

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Carta de um amorWhere stories live. Discover now