Problemas que derretem como picolé.

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Yejin estranhou. ― O que foi?

― Yejinie me chamou de Unnie pela primeira vez ― Suspirou. ― É tão fofo e Yejinie é tão..–

― Tão..?

NANI?! Esqueci o que ia dizer, Yejinie! ― Acabou por se embananar toda na frase e ao sair apressada para o corredor de utensílios plásticos.

A Kang ficou na dela, mas alguns segundos depois levaram a desistência e deu uma olhadela por todo o estabelecimento, numa tentativa de vasculhar o que Haru estava aprontando pelos corredores.

Sem muito sucesso, a atenção não foi totalmente tomada pelo sininho da porta tocando, mas se aprumou no balcão onde estava inclinada, os dedos pararam de pentear os fios do cabelo quando o olhar, que se encontrava perdido admirando o chão, fitou os ombros marcados por uma alça transparente de sutiã, de uma garota de longos cabelos e uma blusa de ombros vazados e listrada de branco e rosa.

Pensou por um milésimo de segundo que estava alucinando, quando a garota virou o rosto para checar os diversos esmaltes no balcão, Yejin petrificou, como gelo. Um especialista poderia dizer que a pressão da moça despencou, que a alma saiu do corpo e está vagando pelo limbo nesse momento.

O narizinho longo e redondinho na ponta, a boca costumeiramente apertada em um biquinho e a maldita pinta embaixo da sobrancelha esquerda, Yejin pensou nunca mais ter de se preocupar em ver aquela face novamente pela cidade, nas vasculhadas ocasionais nas redes sociais para tentar superar seu coração partido, jurava que ter visto que Choi Yubin havia se mudado para Busan.

Mas certamente, viver em sua mente como uma assombração por um inverno e uma primavera inteira não fora suficiente.

Passeava tranquilamente pelo estabelecimento, nem notava que estava sendo fuzilada pelo olhar misto de raiva e medo da garota no balcão. Pegou um leite fermentado de banana no refrigerador, a mão desocupada agarrou uma embalagem de balas pelo caminho onde se dirigia para o balcão.

Yejin queria poder enfiar a cara do cesto de lixo, ou jogar o cesto de lixo na cara da garota que agora parecia lhe ignorar.

― Com licença, quanto ficou?

O olhar se prendeu apenas na superfície do balcão, deslizou os dois produtos no leitor de rótulos. ― 10,780 won.

Percebeu de relance a cabeça da garota inclinar e encará-la, por milésimos de segundo, tudo parecia ter ficado em câmera lenta, os olhos percorreram lentamente o caminho, subindo pelas linhas rosas e brancas, desviou rapidamente da corrente prata no pescoço, criou coragem e encarou os olhos da garota, que surpreendentemente, estavam espremidos tentando enxergar algo atrás de Yejin.

― Quanto é aquele onigiri ali? ― Aproximou-se, fazendo a Kang dar um passo para trás. ― Ah.. pode pegar, vou levar.

Sentiu instintivamente que deveria desviar o olhar, ou acabariam por possivelmente causar um encontro indesejado, não queria imaginar aquela cena, mas o nervosismo a desconcentrou ao ponto de olhar de relance, constatou que a outra pareciam vasculhar tudo ao redor da Kang, menos ela em si, como se não existisse ali, achou ser proposital.

― 14,900 won.

A Yubin estendeu o dinheiro enquanto Yejin punha os produtos na sacola plástica. O dedão e o indicador agarraram as celas que estavam estendidas como uma pinça, rapidamente notou que o dinheiro ainda continuava sendo segurado pelas duas mãos.

Então os olhos de Yubin pareceram interessados na unha diferente do dedão de Kang Yejin, ainda petrificada e pálida, seus lábios espaçados numa fina linha pareciam tremular.

Summer Sun, Something's BegunWhere stories live. Discover now