03.

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Três anos depois.

Gabi.

Gabi: Filho, ele tá vindo e eu quero que você fique no canto do quarto. Tampe o olho e não olha pra trás por nada. Como a gente sempre fez combinado? - acariciei a cabeça do meu menino.

Felipe: Tá bom mamãe. Um dia eu julo que tilo a gente daqui - me deu um beijo e foi pro canto do quarto. Sorri fraco.

Fazia três anos que eu vivia esse inferno.

Desde o sequestro eu sofro abuso sexual por um lixo.

E foi assim que Felipe foi feito.

Eu pensava na minha família todos os dias, na minha mãe, no meu pai, na minha irmã que já está com 20 anos...

No meu padrinho que tentou me salvar e não conseguiu.

Conheço Thiago e imagino como deve está seu psicológico até hoje. Quando se trata de família, ele se derrete igual sabonete no calor.

Carlos: Oi meu amor cheguei - o estuprador veio me beijar e eu virei o rosto. - Me da um beijo sua vagabunda - me deu um tapa forte no rosto e me obrigou a beija-lo.

Gabi: Tira a mão de mim -  empurrei ele.

Carlos: So pela sua malcriação vai ganhar oque merece - arrancou minha roupa com tudo e me penetrou sem mais e nem menos.

Eu já tava acostumada, era isso todos os dias.

Eu só temia com medo dos meus filhos.

Esse filho da puta nojento me deu dois filhos de brinde. Um está na barriga e Felipe está no canto do quarto chorando com os olhos tampados.

Ele me estuprava com força, e eu tinha medo de machucar meu bebê na barriga.

Eu já tentei fugir daqui diversas vezes, e todas as vezes eu tomava uma surra e queimavam meu filho com a Braza do cigarro.

Eu não aguentava mais vê meu menino chorando, então chegou uma hora que eu desisti de sair daqui.

Eu não sabia como tava o mundo la fora, não sabia se minha família ainda estava completa ou estava bem.

Eu não sabia se eles ainda me procuravam ou se já achavam que eu tava morta.

E a cada dia que passa isso me mata aos poucos, graças a deus eu tenho o Felipe e a Mariah que está na minha barriguinha. Minha força vem deles.

Carlos: Geme pra mim sua cachorra - me bateu com força.

Eu chorei, eu não aguentava mais tudo aquilo.

Fernanda: Amor? Você tá aí? - a voz fez eco pelo corredor. - Achei você - abriu a porta do quarto - Isso mesmo, fode essa puta sem dó.

Fernanda que mora lá no morro do meu pai.

Ela que armou tudo pra me sequestrar, e adivinha junto de quem? Pato né, e digamos que fez um trabalho bem feito.

Pois ninguém desconfia deles e os dois ainda vive rondando a minha família, tenho certeza.

Eu queria mata-la. Minha única vontade é torturar ela de todos os jeitos que existe.

Felipe: Mamãe - olhei pra ele ainda sendo estuprada e meu filho continuava com os olhos tampados mas chorando muito, era assim todos os dias.

Fernanda: Cala a boca seu resto de gozo - chegou perto do meu filho e puxou ele pelo braço.

Gabi: Fernanda por favor - choraminguei - Apenas deixe ele quieto, por favor - implorei chorando.

Fernanda: Tire a mão dos olhos Felipe. - puxou a mão do meu filho fazendo ele olhar aquela cena - Agora veja como sua mãe merece ser tratada.

Gabi: Felipe escuta a mamãe, feche os olhos e não abra. Não obedeça ela, vira o rosto filho - chorava de soluçar.

Assim ele fez, ele fechou os olhos com força e não olhou por nada. Fernanda tacou ele no chão e isso fez com que o choro dele intensifique mais.

Carlos: Que gostosa você tá hoje minha putinha - me deu um tapa na cara - Vou pro buraco mais apertado e eu não quero que você grite.

Comecei a negar com a cabeça e ele tampou minha boca.

Ele enfiou com força aquele pinto nojento no meu cu.

E não estava nem aí pra minha dor.

Eu me sentia a pessoa mais suja desse mundo.

Eu estava ficando ser ar, mas eu precisava ser forte pela minha filha.

Fernanda: Isso tudo é pra você aprender que o Lucas é meu - sussurrou no meu ouvido - Você entrou no meu caminho e fez com que ele não me amasse de verdade - virou um tapa no meu rosto - Apesar que mesmo quando ele estava com você, ele me comia gostoso daquele jeito que só ele sabe fazer. - deu risada debochada e saiu.

Aquelas palavras me davam vontade de vomitar.

E não demorou muito para que eu virasse a cabeça e o vômito saísse pela minha garganta.

Carlos: Sua imunda do caralho - saiu de dentro de mim - Não te ensinaram que no meio do sexo não se vomita Gabi? - segurou meu rosto forte. - Vai ficar sem comida por um dia pra aprender.

Eu já nem ligava mais, todos os dias eu ficava sem comida mesmo que eu obedecesse.

Tinha vez que me davam uma marmita as 4:00 da madrugada.

E esse era a única vez que eu comia.

Depois a minha fome voltava de novo,  eu dividia sempre com o Felipe. Deixava ele com mais comida do que pra mim mesma.

Felipe era um amor de criança e não merecia passar por isso. Eu queria tanto dar um jeito de tirar ele desse lugar.

Carlos colocou sua roupa e me deixou ali, deitada e vomitada como se eu fosse um bicho.

Levantei com dificuldade e caminhei até meu filho.

Gabi: Ei - cutuquei ele que ainda estava de olho fechado se balançando e chorando - Olha pra mamãe filho - acariciei seu cabelo - Vai ficar tudo bem, eu te prometo.

Felipe: Por que eles fazem isso mamãe? - me olhou com os olhos cheios de lágrimas e tristes - Eu não quelo ver você sofler.

Foi aí que eu chorei muito mais.

Felipe não tinha uma inocência igual as crianças da idade dele tem.

Ele era esperto e sabia muito bem oque estava acontecendo.

Deus mandou ele no momento certo, pois sem ele aqui eu teria me matado já.

Gabi: Shiii - pedi pra ele ficar quieto - Mariah tá agitada, poe a mão na barriga da mãe - ele pois.

Toda semana Carlos mandava uma médica vir analisar minha filha.

Já pedi ajuda a ela diversas vezes, e ela sempre falava que não podia que era o serviço dela.

Uma vez me deu até um tapa na cara pra eu calar a boca e deixar ela examinar minha bebê.

Eu só queria que tudo isso acabasse.

Anos Luz.Where stories live. Discover now