Acordo do meu devaneio quando vejo que não consigo passar os braços dele e nem a cabeça. Ai eu odeio ser um fracote às vezes. Ele deve ter um milhão de camisas como essa. Vou até a escrivaninha do meu quarto, pego uma tesouro e a corto. Me arrependo logo em seguida. Será que é cara?

Mas o pedaço de pano cortado já está no chão. Mesmo assim o coloco na cesta. Olho para ele. E por alguns segundos que parece minutos consigo admirar a beleza escultural de Noah Hammond. O jeito que ele está respirando... O jeito que o conjunto de músculos sobe e descem... O cabelo molhado... A boca entre aberta...

— Foco Travis. — digo a mim mesmo.

Agora vem a parte de baixo. Me ajoelho novamente ao lado dele e desabotôo o cinto e o puxo, jogo ele dentro da cesta. O silêncio está me incomodando, pego meu celular e jogo em uma playlist qualquer do Spotify. I Love It da Icona Pop começa a tocar dentro do meu quarto. Volto a me concentrar no Zangão que está deitado no meio do meu quarto.

Primeiro tiro a carteira e o celular dele dos bolsos. Além da chave do carro. Ligo o celular e acho um milagre não ter estragado jogo essas coisas em cima da minha cama.

Abro o botão da calça jeans de Noah, e seguro nas beiradas ao lado da calça e vou puxando ela com delicadeza para que a cueca não venha junta. Mas acabo puxando alguns centímetros da cueca também e... Jesus... O que eu estou vendo? É a cabeça do... Subo a cueca novamente. Não vi isso. Não posso ter visto.

Puxo a calça até embaixo. Sinto que minha pele está completamente vermelha, e que meu... Não acredito que estou duro! Não posso estar.

— Se controla Travis, se controla... — digo a mim mesmo.

— É muita gostosura... Não é? — me assusto ao ver Noah perguntando de olhos fechados.

— Noah...?

— Coelhos são azuis... — diz ele, e sinto que já o perdi de novo.

Me levanto e olho para ele, é tão estranho ter um rapaz seminu dentro do meu quarto. Mas paro para olhar toda a extensão do corpo dele... E Jesus, que pacote ele tem.

Já estou sentindo que não estou mais no comando, vou continuar sendo um bom samaritano e vou dar logo esse banho no Noah, e não, não vou tirar a cueca dele. Não quero deixar ele tão exposto assim.

— Noah. — digo chutando a panturrilha dele. — Banheiro. Agora.

Ele ri sozinho... Já estou achando que ele deve ter algum problema mental.

— Você vai ter que tomar um banho. — aviso.

— Só se você tomar comigo. — ele ri de novo. — Gracinha. — acrescenta ele.

Oi? O que foi que ele disse?

— Vamos, então vamos para o banheiro. — entro na onda dele, mas não vou tomar banho com ele. De jeito nenhum.

Ele agora está de olhos abertos e me encarando. Será que ele é um psicopata estuprador?

— Ok. — essa é a única resposta dele.

— Beleza. — digo.

No mesmo esquema que chegamos ao segundo andar, andamos até o banheiro no fim do meu corredor. Um banheiro comum, que não tem nome. E se tivesse se chamaria Banheiro June — em homenagem a minha avó, ela sempre usava mais o banheiro que ficava na festa — que o céu a tenha. Ela morreu dormindo há dois anos.

Coloco Noah dentro do Box do banheiro e ligo o chuveiro em cima dele. Ele faz cara feia e noto que a água está na gelada, e não vou mudar, por que também não temos energia elétrica. Água fria deve ser boa para curar ressaca.

Lost In Your Eyes | ✓Where stories live. Discover now