Lost In Your Eyes | ✓

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TRAVIS

— Sou um puto de um azarado. — disse e tomei mais um gole do meu milk-shake de chocolate.

Estamos no Milly’s. Na mesma mesa está Nora, Oliver e eu. Se olhar ao redor vamos ver vários alunos da escola. Quase todos Red Tritons ou Red Sirens. Um verdadeiro saco.

— Relaxa. — disse Oliver. — Tem a Amy Hioto, ouvi dizer que ela é muito boa com números.

Assenti.

— Sim. — respondi. — Mas tem o Noah Hammond no meu grupo.

Oliver olhou para mim sem entender nada.

— Nora, me ajuda. — disse.

Nora olhou para o namorado.

— Bem. — disse ela e depois olhou para mim. — Não gosto de julgar as pessoas desse jeito...

— Frouxa. — disse. Olhei par Oliver. — Será que ninguém entende que Noah Hammond é um completo burro?

— Travis... — começou Nora.

— Não, gente, é sério, ele é uma verdadeira porta. — continuei. — Ele deve continuar na Anchorwood High só porque o pai dele deve pagar propina... — olhei para Oliver e Nora. — Gente, porque essas caras?

— É... — disse Oliver.

— Ele está atrás de mim? — perguntei.

Nora assentiu. Me virei, e ali estava Noah Hammond me olhando, o maxilar trincado.

— Então é isso que você pensa sobre mim? — perguntou ele.

Arregar ou não arregar? Arregar ou não arregar?

— Quer que eu minta ou diga a verdade? — perguntei.

Ele sorriu, covinhas surgiram no rosto dele.

— Minta. — respondeu ele, a voz grave.

— Não é isso que eu penso de você. — respondi forçando a voz para um lado de ironia. — Nunca vi um cara mais altruísta, sabe o que essa palavra significa né?

Ele respirou fundo.

— Sei. — respondeu ele.

— Bem, você é tão bom com todo mundo. — continuei. — Um verdadeiro discípulo de Madre Tereza.

— Travis... — ouvi Nora dizer, um alerta para eu parar.

A verdade é que eu não queria parar, não agora que meu dia estava uma merda só.

— Já entendi. — disse ele antes que eu tomasse ar e continuasse meu ato de coragem. — Guarde sua opinião para você. — ele estendeu o celular na minha direção. — Seu número.

Olhei do celular para o rosto dele.

— Já ouviu falar da palavra, “por favor”? — perguntei.

— É para o grupo de matemática. — disse ele ignorando o que eu acabara de dizer.

Peguei o aparelho e disquei meu número.

— Meu nome é Travis. — disse. — T. R. A. V. I. S. — soletrei.

— Sei como se escreve seu nome. — ele disse e se virou de costas caminhando para a mesa do outro lado do Milly’s, onde a Barbie do colégio, Gwen Levens o esperava.

Virei de volta para Nora e Oliver e soltei o ar que eu segurava.

— Menino. — disse Nora. — O que eu acabei de ver?