— Onde eu tô? - Pergunto na intenção de descobrir quem estava comigo, e de realmente saber onde eu me encontrava.

— No hospital. Tá com dor? Eu vou chamar o médico. - Sua voz demonstra preocupação.

— O bebê tá bem ? - Vou abrindo de vagar os olhos e com certeza aquela claridade toda do quarto me perturba.

— Não sei eles não me deram muita informação, " não somos parentes próximos". - Joshfaz até o gesto de aspas com as mãos.

Ouço alguns gritos do corredor, inconfundíveis, dona Priscila estava por ali e não demora muito a porta abrir e ela entrar acompanhada de uma enfermeira e de uma médica.

— Por que não me avisou antes? - Ela soca sua bolsa no Josh da forma mais bruta possível.

— Achei que a Heyoon tinha avisado. - Josh tenta se defender mas ela nem da bola e vem pro meu lado e me enche de beijos pela testa.

— O que aconteceu?

— Nem eu sei. - Eu rio mas paro por ser a única.

— Sua pressão quando chegou tava lá em cima mocinha. Não que agora esteja muito diferente. -  A doutora olha pra um dos monitores que está ligado a uma espécie de grampo no meu dedo.

— Tem algum motivo em especial ? - Minha mãe pergunta.

— Estresse provavelmente. - Ela pede um pouco de silêncio depois de colocar o estetoscópio no ouvido.

— Mas ela e o bebê estão bem ? - Josh ignora totalmente o pedido de silêncio.

— A saturação dela estava meio baixa quando checamos o bebê, melhor dar mais uma olhada. - A doutora olha pra enfermeira que acena com a cabeça e sai do quarto. - Já fez alguma ecografia?

— Não ainda, tem acontecido muita coisa. - Tento justificar.

— E ainda não quer que eu te leve pra casa, não tá conseguindo se cuidar nem agora. - Eu sabia que essa história não tinha acabado ainda.

— Mãe agora não.

— Você anda muito descuidada e não quer que eu fale nada Any? Olha onde você tá agora. - Josh está totalmente inquieto.

— Isso não vai ajudar em nada agora Priscila. - Ele enfrenta ela.

— É minha filha e eu vou...

— Ele tá certo, a pressão dela precisa abaixar, por que você não espera ali no corredor? - A doutora diz empurrando Priscila pelo ombro.

Minha mãe olha indignada um por um e aceita o convite de se retirar mas batendo os pés é claro e suspirando com força pra que todos ali possam escutar.

Ela da de encontro com a enfermeira na porta que está trazendo um equipamento estranho.

—O gel é pouco gelado tá. - Concordo enquanto ajudo ela a baixar um pouco minha calça deixando a barriga toda amostra.

Josh se aproxima pelo outro lado da cama e segura minha mão sem falar nada.

Sinto o gelado que ela havia falado e logo depois ela pressiona minha barriga com uma maquininha, mexe pra um lado e pra outro enquanto a imagem no visor vai mudando.

— Tá bem novinho ainda, você deve estar de mais ou menos umas.- Ela digita algumas coisas, depois mede no monitor as imagens. - Umas sete ou oito semanas, achei que seria mais pelo inchaço da barriga.

Não que tivesse muita coisa era um calombo como se eu tivesse exagerado no jantar, nada que algum estranho notasse que eu não andava sozinha por ai.

— Da pra ver o que é? - Josh pergunta tentando entender as imagens.

— Podemos tentar... - Ela firma ainda mais na minha barriga, o que não me incomoda até chegar perto da bexiga. - Não, é muito pequeno ainda mas o que a gente pode é...

Ela da essa pausa propositalmente e em poucos segundos um ruído ritmado vem do aparelho.

— É o coração? - Ela concorda, sinto a mão de Josh apertar a minha olho pra ele e encontro aqueles olhos azuis marejados não demora muito pros meus estarem também.

— Seja menino ou menina eu garanto que está forte e bem, mas ainda sim vocês precisam marcar as consultas.  -  A médica puxa um maço de papel toalha e me entrega pra eu limpar a barriga.

— Pode deixar eu vou cuidar muito bem desse serzinho.

— NÓS vamos. - Josh me corrige.

— Any espera... não limpa não. - A médica franze o cenho conferindo as imagens da ultrassonografia.

— Tem alguma coisa errada? - Ela não responde só coloca o aparelho de novo na minha barriga.

BY CHANCE/ BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora