Podia ter contado a Sam, podia entrar e se sentar com aquelas pessoas, mas não sabia se estava pronto pra isso ainda...

Por isso deixou o local tão discretamente quando tinha chegado. Virou a esquina e já estava ao lado da moto quando seu celular vibrou no bolso traseiro. Um sorriso involuntário surgiu no rosto de Bucky quando ele viu uma notificação de Savannah na tela.

Depois da noite de chuva no telhado os dois estavam um pouco mais próximos, não que tivessem se encontrado pessoalmente, Savannah tinha ficado atarefada com o serviço e com o fato de estar gravando uma demo naqueles últimos dias, mas ela tinha passado a mandar mensagens e logo aquilo virou uma constante entre os dois.

Começou com Savannah mandando vídeos de gato e aos poucos as conversas eram mais extensas, porque ela gostava de falar de tudo, dos amigos, das músicas e de qualquer outra coisa... Bucky teve que descobrir o que eram memes, mesmo que raramente entendesse os que Savannah mandava.

Gostava de receber mensagens dela, mesmo que não fosse tão prático digitar com uma só mão, afinal a luva não funcionava no touchscreen e, mesmo quando não estava com a peça de couro, parecia que os dedos de vibranium quebrariam a tela do celular a qualquer momento. Por isso ele acabou descobrindo que era mais fácil mandar áudio e o melhor de tudo, se mandasse áudios para Savannah ela geralmente respondia com áudios também.

E Bucky adorava ouvir a voz dela... mesmo que nunca fosse admitir isso para ninguém.

Então o histórico de mensagens deles era um compilado de vídeos engraçados de gatos ou qualquer outro animal, dezenas de mensagens de Savannah falando sobre a própria vida e dizendo que eles tinham que comer pizza ou subir em telhados qualquer hora, e Bucky basicamente mandando fotos de Alpine. Porque adorava tirar fotos da gatinha e Savannah parecia amar cada uma delas.

A mensagem em questão era um vídeo curto e um áudio. Bucky viu o vídeo primeiro; era um pequeno ratinho de pelúcia que se movia por uma superfície plana, o áudio explicou o que era:

— Olha só o que eu achei, em uma feirinha aqui perto do Forest Park. — Savannah parecia animada — Tem como dar corda e vem com catnip dentro. Vou comprar. Acha que a Alpine é muito nova pra ficar chapada?

Ela riu no fim do áudio e ele sorriu sem perceber... Savannah mandava muitos áudios rindo e, às vezes, durante a noite, Bucky os escutava de novo e de novo, como se fossem um tipo de mantra ou oração.

Algumas pessoas tinham o costume de acender a luz para espantar os terrores noturnos, mas Bucky Barnes simplesmente ouvia os áudios de Savannah rindo...

Não era a primeira vez que tinham uma conversa sobre catnip — a famosa erva de gato — Savannah adorava os vídeos em que os bichanos estavam eufóricos por causa da erva, e vivia falando disso.

Bucky achou incrivelmente adorável que ela se lembrasse de Alpine daquele jeito e podia até ter dito que Savannah não precisava comprar nada, mas a verdade é que se ela comprasse o brinquedo, os dois teriam que se ver... E talvez quisesse muito vê-la, nem que fosse por um curto momento.

— Acho que o tempo passa diferente para os gatos... Ela já deve ser adolescente agora, até age assim quando me encara com aqueles olhinhos adoravelmente assassinos. — Ele respondeu, gravando um áudio. — Além disso, o que de pior pode acontecer além da Alpine destruir meu apartamento, não é mesmo?

Ainda era estranho fazer piadas, mesmo que tivesse notado que vinha fazendo algumas com certa frequência quando mandava áudios para Savannah. Ela tinha esse tipo de efeito nele.

A resposta chegou alguns segundos depois.

— Ótimo, vou levar. — O áudio dizia, e Savannah parecia falar com Bucky e outra pessoa ao mesmo tempo, provavelmente o vendedor. — Mas e aí, está fazendo o que de bom?

INVERNO ARDENTE | Bucky Barnes ✓Where stories live. Discover now