— Se você diz, Sr. Míope. — respondo usando seu apelido também recebendo um olhar confuso de Sirius e um curiosos de Remus. Passo o olhar pelos três, parando em James —Até daqui a pouco. — aceno com a mão me virando para ir embora.

Enquanto andava pude escutar Sirius perguntar para James o que era míope, que recebeu um “não faço ideia” e Remus os explicando.

Acho que os mestiços, como Remus, são os mais sortudos nesse mundo. Mestiços são criados tanto com o conhecimento trouxa quanto bruxo e não são descriminados pelos de sangue-puro, não tanto quanto os nascidos-trouxas.

Os nascidos-trouxas sofrem muito preconceito, mas acho que parte disso é por não saberem muito sobre o mundo mágico e tentarem trazer coisas do mundo trouxa para o mágico, um dos motivos para os de sangue-puro os descriminam, mas isso também é, em parte, culpa deles.

Os de sangue-puro se acham melhor do que os outros e descriminam os nascidos-trouxas, mas ele também não fazem questão de explicar sobre o mundo trouxa, na verdade, acho que isso também é culpa da escola, tem Estudos Trouxas para os de sangue-puro conhecerem a cultura do mundo trouxa mas não tem Estudo Bruxo para conhecerem mais sobre a cultura bruxa? Nem todos são educados em casa sobre essas coisas. Claro, nem todos são como esses três casos, mas a maioria sim.

Enquanto pensava comigo mesma, e tentando entender como cheguei a aquele assunto, percebo que já estava em frente ao quadro que guardava a passagem para Salão Comunal de minha casa, falando a senha, adentro o Salão em busca de Neve.

— Neve? — chamei olhando ao redor.

—  Finalmente. — ouvi uma voz atrás de mim e me virei.

Arregalei os olhos e pulei de susto quando o vi

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Arregalei os olhos e pulei de susto quando o vi.

— Quem é você e como entrou aqui? —  perguntei, recuando alguns passos com cautela.

— Não sabe quem eu sou? Bom, não é como se eu esperava que soubesse. — ele parecia pensar consigo mesmo.

 — Quem é você? – repeti a pergunta.

— Eu sou o Neve. – ele disse, ainda sorrindo.

—  O neve? Claro, por que não? Cachorros evoluem, e agora andam com duas patas e são idênticos a humanos. – uso o sarcasmo, que era minha única defesa agora.

 — Sério isso, Stephanie? – ele questiona, arqueando a sombrencelha direita.

 — Como você sabe meu nome? – pergunto, cautelosa, mas logo me lembro que depois da seleção e do que aconteceu, provavelmente todos os alunos sabem meu nome.

 — Eu já te disse, eu sou o Neve. Voce viaja a outro universo, um fictício ainda por cima, mas se recusa a acreditar que eu sou o Neve? — sua voz saia aborrecida. Ele tem um ponto. O encarei semiserrando os olhos pensando no que fazer.

 — Você sabe que eu não sou daqui. — afirmo, caindo a fixa.

 — É claro que eu sei, eu estava com você. Assim como estava quando você se mudou para os Estados Unidos, quando você derrubou seus livros em uma poça d’água fazendo um escândalo no meio da rua onde ninguém entendia nada já que você começou a falar português, —  sua voz saiu divertida no final e eu o encarava, absorvendo a informação – também estava quando você levou aquele garoto, Matt, para seu quarto mas parou quando percebeu que eu estava lá dentro e… —

—  Ok, ok, ok. Já entendi, você é o Neve. — o interrompi rapidamente, não queria lembrar daquela cena.

 — Falando nisso, que falta de criatividade. Meu pelo é branco então eu me chamo Neve? — a indignação em sua voz era notável.

 — Ei! Em minha defesa… — paro de falar ao perceber que não tinha nenhuma justificativa — não tenho nenhuma defesa. — admiti, encolhendo os ombros.

 — Eu, particularmente, gosto de Aiden. — disse e eu o encarei cética.

 — Um cachorro chamado Aiden? — perguntei. — Parece nome de gente.

 — E eu sou o que? Olha bem para mim. — falou apontando para o próprio corpo me fazendo revirar os olhos. Segundos atrás eu estava completamente cautelosa e agora aqui estamos nós, conversando como se nos conhecêssemos a anos – e nos conhecemos –.

 — Falando nisso, como e por que você esta assim? — Perguntei enquanto pensava como só fui lembrar desse detalhe agora.

 — Ah, essa forma. — ele diz encarando o próprio corpo — Nós, companheiros, usamos a forma que mais possa ajudar ou cuidar do nosso viajante. — explica, me fazendo ficar mais confusa ainda.

 —Companheiro e viajante? — repeti as palavras, confusa.

 — Parece que vamos ter que partir do início. — sua voz saiu com um tom notável de tédio, que me fez franzir o cenho.

O que dementadores está acontecendo aqui?

𝐃𝐞 𝐫𝐞𝐩𝐞𝐧𝐭𝐞, 𝐇𝐨𝐠𝐰𝐚𝐫𝐭𝐬|| 𝑆. 𝐵𝑙𝑎𝑐𝑘Onde histórias criam vida. Descubra agora