Capítulo 1

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Um barulho irritante de despertador atingiu os ouvidos de um garoto adormecido o fazendo acordar, contudo, levantar-se para desliga-lo era sempre um desafio, tão grande, que ele havia passado a colocar o despertador do outro lado do quarto para motiva-lo a acordar logo.
Depois de vencer o desafio de levantar-se e desligar o despertador, levou a mão até a cabeça que latejou, o dia não havia começado fácil, sua cabeça doía pois havia chorado até dormir na noite anterior, e depois de a tontura devido a dor passar, viu a outra cama do quarto vazia e deixou-se ser dominado pela tristeza, mas seu momebro melancólico foi interrompido qiando ouviu uma voz feminina do lado de fora de seu quarto.
??? -- Mika, você já acordou?
Mika -- ah, eu já vou tomar banho, mãe.
??? -- certo -- o loiro então pode ouvir os passos de sua mãe se afastando.
Esfregou os olhos com olheiras profundas, sua cabeça ainda doía, mas não avisaria à sua mãe, queria contar com ela o mínimo o possível, apenas pegou suas roupas e foi até o banheiro para fazer sua higiene matinal.
Enquanto terminava de escovar os dentes já vestido com o uniforme da escola, acabou se concentrando em sua imagem no reflexo, observando a pele branca como a neve, cabelos loiros como o sol e olhos azuis como o céu; quase sentiu orgulho de sua aparência se não fosse suas olheiras profundas que lhe davam a Impressão de que não dormia a dias, lembrou-se então de uma coisa que uma amiga de sua mãe já havia dito e que havia ficado na sua cabeça.

"Seu filho é realmente lindo, mas o olhar dele e muito triste"

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Mika -- cheguei....
???2 -- até que enfim -- resmungou o pai do garoto que estava sentado na mesa de café da manhã enquanto lia o jornal.
??? -- Isshin! -- repreendeu a mãe.
Isshin -- o que foi Sakura? Se ele demorar demais, vai acabar me atras... -- sabia muito bem o que seu pai iria dizer, sentiu a sentiu a raiva do dia anterior que pensou ter sumido voltar, por isso acabou tomando uma decisão rápido demais pra quem nem estava cogitando a ideia antes.
Mika -- não precisa se preocupar, a partir de hoje eu vou pra escola sozinho -- disse o mais seco possível, tentando disfarçar o quão magoado estava.
Isshin -- ein? Você tá tentando me desafiar moleque?
Mika -- longe disso, é melhor para todos nós, eu vou pra escola mais cedo, o senhor vai pro seu trabalho mais cedo, e nós cortamos uma situação em que obrigatoriamente estamos juntos -- ajeitou sua mochila em suas costas e foi até a porta da frente.
Sakura -- espere Mika, não vai tomar seu café?
Mika -- não, vou tomar café lá no Hayato -- e saiu de casa.
Ao finamente deixar o apartamento, suspirou fundo sentindo-se pelo menos um pouco livre, ajeitou o cachecol em seu pescoco, colocou os fones de ouvido e enfiou as mãos geladas dentro dos bolsos do grosso casaco, havia esquecido suas luvas em casa, mas se recusava a voltar pra lá.
Mikaela Shindo era um garoto de 16 anos e uma vida complicada, era o filho maia novo de Isshin e Sakura Shindo, um casal não muito caloroso, apesar disso, Mika nunca pensaria que eles fossem cruéis como eram até dois anos atrás.
Mikaela nunca tinha recebido muito carinho dos pais, mas estava acostumado, sempre havia recebido o carinho o suficiente de seus dois irmãos mais velhos: Krul e Hayato Shindo, mas as coisas mudaram quando ele havia feito 14 anos.
Aos 14 anos, o loiro descobriu-se gay, e não havia se reprimido ou algo do tipo, na verdade, não tinha vergonha de sua sexualidade ou algo do tipo, mas cometeu o erro de se assumir para seus pais antes de seus irmãos.
Aquele dia com certeza havia sido o pior dia da vida do loiro, seu pai surtou, quase chegou a agredi-lo, mas foi parado por sua mãe, que naquele momento pareceu compreensiva, por isso, Mika teve a esperança de que pelo menos ela seria compreensiva consigo, mas pouco tempo depois, ouviu sua mãe tentando consolar seu pai, dizendo que aquilo era só uma "fase".
Mika sentiu seu mundo cair naquele momento, seu pai o repudiava por sua sexualidade e sua mãe podia parecer compreensiva, mas no fundo estava implorando que sua "fase" passase logo, as únicas pessoas que Mika ainda podia contar eram seus irmãos, mas ainda morria de medo de um dia descobrir que nem com eles podia contar.
Finalmente chegou ao café aonde seu irmão travalhava, foi até a bancada do café e sentou-se ao lado de uma figura com volumosos cabelos cor-de-rosa que conhecia muito bem, está porém, estava tão concentrada em seu notebook que não o percebeu, apenas quando o loiro finalmente falou.
Mika -- um café expresso, por favor.
E então não apenas ela, como também o barista mais próximo olharam surpresos.
Krul e Hayato -- Mika?

Conto de fadasWhere stories live. Discover now